quarta-feira, 6 de janeiro de 2016

Capítulo 123 - O Fim

Cecília narrando...




Mais um dos tantos turnos que fiz nos últimos meses estava terminando. Estagiar num dos melhores hospitais de São Paulo era mais do que eu imaginava no final do curso. Papai falou que daria um jeito mas eu pedi para ele não se intrometer em nada, eu mesma iria conquistar as coisas por mim. 
Caminhava pelos longos corredores do hospital em direção á saída, já era quase duas da manhã e estava indo pra casa. E foi assim que recomeçou uma história mal terminada…



- Até amanhã Doutora Cecília. Tenha uma boa folga – falou a moça da recepção e só dei conta dela estar ali quando falou, eu deveria estar mesmo muito cansada. 
- Até amanhã Elisabete, tenha uma boa noite e obrigada. - Finalmente descansaria. 



Continuei caminhando e tinha a impressão de estar sendo observada. Mas com tantas pessoas no corredor isso seria normal.Quer dizer, seria normal se não me tivessem chamado com um tom de surpresa. 



- Ceci? - eu reconheceria aquela voz facilmente. Me virei devagar e dei de caras com ele. Henrique.
- Você? - indaguei mas logo vi que deveria ter outra reação. - Henrique, você voltou. - contornei a situação e me aproximei um pouco mais.
- É, voltei faz poucas semanas. Não sabia que você trabalhava aqui.
- Comecei o estágio há alguns meses. 
- Fico muito feliz por você. - sorriu daquele jeito que me fazia suspirar sempre e agora não foi diferente. 
- Você voltou de vez? - não consegui resistir a lhe perguntar, eu ainda o amava com tudo de mim, mesmo depois de tanto tempo. Óbvio que tive alguns rolos mas nada sério, esquecer Henrique estava se tornando uma missão impossível e agora com ele na minha frente eu tenho a certeza que nada do meu sentimento mudou. 
- Voltei. - sorriu me observando.
- Você está aqui nos hospital, aconteceu alguma coisa?
- Será que depois podemos nos encontrar pra conversar? - me ignorou totalmente.
- Não sei se será uma boa ideia. - encarei o chão e subi o meu olhar para ele.
- Só um café, coisa rápida.
- O meu número é o mesmo. - sorri tímida e ele assentiu. - Mas você não me respondeu, está tudo bem com você? Alguém da sua família está doente?
- Não, só vim acompanhar uma pessoa.
- Henrique. - uma moça morena mais ou menos da minha altura chegou alegre perto do Henrique e o abraçou. 
- E aí está tudo bem com você? - Henrique indagou com alguma preocupação e com aquele cuidado e proteção que eu sempre admirei nele. Aquela moça só podia ser namorada. Meu coração parece que estava sendo cortado em pedaços e engoli várias vezes em seco para não derramar as lágrimas que se formavam em meus olhos.
- Está. Está tudo ótimo comigo e com o bebé. - Sorriu grande tocando a barriga. Agora era demais, Henrique seria pai e eu tinha a certeza de que a gente não teria mais volta, o carinho que eles pareciam ter um pelo outro era verdadeiro e eu não iria acabar com nada daquilo, principalmente porque estava uma criança no meio.
- Você está grávida? - Henrique questionou surpreso e assim que ela assentiu se abraçaram.



Foi o suficiente para eu sair dali a passos largos sentindo meu rosto molhar e o nó se formar em minha garganta. Era uma dor insuportável. Porque amar tinha de ser tão difícil? Porque amar Henrique tinha de ser tão dolorido e complicado? Eu só desejava ter um botão que desligasse todos os meus sentimentos por ele. Estava na frente do elevador esperando para descer para o estacionamento quando senti uma mão segurar meu braço.



- Cecília. - era ele, rapidamente limpei meu rosto e me virei. - Você está bem? Cê tá chorando? - Raios, ele sempre me conhecia tão bem, nunca conseguia disfarçar nada na sua frente.
- Coisa boba. Parabéns pela novidade, você será um pai maravilhoso. - sorri pequeno e ele semicerrou o olhar escondendo um sorriso.
- Você acha que a Analice está grávida de mim? 
- E não está? - indaguei não entendendo nada e ele riu, ah como eu amava aquele riso.
- Claro que não, ela é minha prima. - a minha cara agora estava um pimento, que vergonha. - Lembra da minha prima do interior que te falava sempre, que a gente cresceu junto? - assenti - Ela veio pra São Paulo com o marido mas ele está viajando e ela se sentiu mal, a primeira pessoa que se lembrou de pedir ajuda fui eu e aqui estamos. - me explicou.
- Me desculpa por ter entendido mal, é que parecia tão real. - ri sem graça.
- Foi por isso que você saiu sem se despedir de mim, assim tão rápido?
- Eu não queria incomodar um momento especial daqueles. - me justifiquei e ele riu fraco.
- Eu continuo solteiro, ninguém me encantou tanto como você até hoje.
- Não acredito, você viveu na Europa, com certeza conheceu alguém importante pra você.
- Nenhuma. Você está indo pra casa? - mudou rapidamente de assunto.
- Estou, meu turno terminou há pouco.
- Vem comigo então, eu te deixo em casa.
- Eu tenho carro Henrique.
- Amanhã você trabalha todo o dia?
- Estou de folga. - ele sorriu grande.
- Te ligo amanhã cedo. - assenti - Fica com Deus. - se aproximou e acariciou meu rosto levando os seus lábios à minha testa num gesto respeitoso e carinhoso. 
- Até amanhã Henrique. - o elevador abriu e entrei vendo ele se fechar e Henrique ainda me encarar.



Respirei fundo umas mil vezes, meu coração estava descompassado e meus olhos não queriam acreditar em nada que tinham terminado de ver. Henrique estava de volta, ele queria me ver, ele me tem como a pessoa mais especial da sua vida, ainda. Ele... ai meu Deus, me ajuda. Entrei no carro e segui para casa calmamente. Papai quase que me obrigou nos primeiros meses a andar com Seu Luís, mas eu queria ser independente e prometi que dirigiria com cuidado. Papai torceu o nariz mas acabou aceitando, como sempre. Por falar nele, agora com 44 anos já era considerado o Rei da música brasileira e não o príncipe. O seu sucesso se igualava aos maiores cantores do mundo e só ele merecia tamanha bênção. Mamãe estava cada vez mais linda, os gémeos igual, Lucas estava no último ano do ensino médio e continuava o mesmo, lindo e pegador. 



(...)



Acordei com meu celular tocando e meio sonolenta atendi, assim que ouvi a voz de Henrique despertei imediatamente. Ele marcou para nos encontrarmos num salão de chá inglês ali no centro da cidade. Eu sorri com isso, eu ainda continuava viciada em chá depois que vivi em Inglaterra com o Logan e Henrique nunca esqueceu isso. Enquanto me arrumava a ansiedade só aumentava. Decidi não contar nada aos meus pais no almoço sobre o nosso reencontro. Nem eu sabia sobre o que seria a nossa conversa. Vesti uma blusa branca delicada com a manga de boca de sino e uma saia vinho, com uma sandália preta. Deixei meus cabelos esticados e passei uma leve maquiagem. 

Assim que entrei no estabelecimento vi Henrique distraído com o cardápio. Quando nossos olhos se encontraram sorrimos, parecia o primeiro encontro da minha vida ao tanto que tremia. Ele se levantou e arrastou a minha cadeira me ajudando a sentar. Fizemos os pedidos e assim que chegaram ele começou a falar.



- Eu não vou andar com rodeios, eu ainda te amo. - foi direto e me deixou sem reação, eu simplesmente parei segurando a colher do chá em minha mão. Pisquei várias vezes e ele riu fraco. - Não queria te assustar.
- Não... - respirei fundo - Você não assustou, eu que não esperava.
- E então?
- Então que, você não é o único, eu te amo ainda mais do que antes. - confessei e ele sorriu aliviado.
- Me desculpa ter terminado daquele jeito há um tempo atrás, eu realmente queria que a gente continuasse dando certo mas...
- Mas por mais que o amor seja verdadeiro a distância acaba sempre por complicar e a gente não foi corajoso o suficiente.
- Nem adultos o suficiente, mas parece que nada mudou né? - assenti.
- Você voltou porquê? - questionei.
- O estágio terminou e meu pai me ofereceu um emprego no escritório dele, eu aprendi bastante vivendo fora. 



Por momentos queria acreditar que ele voltou por mim mas parece que apenas foi pelo trabalho. Não sei se ficava feliz por ele ter voltado a trabalho, por ele estar de volta de vez ou se ficava triste por eu não ter sido o motivo. 



- Como a gente fica? - perguntou me deixando surpresa.
- Não sei. - dei de ombros e sorri sem graça.
- Vamos recomeçar? 
- Você quer recomeçar?
- Na verdade, nunca quis terminar, mas sim, eu quero recomeçar com você. - apertou minha mão que estava na mesa e um calor subiu por todo o meu corpo. Nossos olhos não se desgrudavam e na minha cabeça e coração só passava uma resposta, eu queria tanto aquilo, eu desejei tanto este momento.
- Sim, eu quero recomeçar. - um riso escapou dos lábios de Henrique que moveu o seu corpo para o meu lado.



Segurou meu rosto delicadamente e os aproximou, assim que nossas respirações se misturaram eu acabei com aquela distância que nos separava e o beijei. Beijei com imensa saudade e com imenso amor. Henrique era meu e eu dele, sempre foi assim. Ficámos bastante tempo naquele bem bom e depois de sair do salão de chá passeámos um pouco pela praça. Nossas mãos estavam entrelaçadas e eu reparei na perfeição de como elas se encaixavam. 

Cheguei em casa eufórica e a primeira pessoa que vi foi papai que tinha acabado de chegar de viagem. Saltei alegremente para os seus braços e ele riu com isso.



- Papai estou tão feliz, tão feliz, tão feliz. 
- Tudo isso por me ver minha menina? 
- Também mas principalmente porque... - me soltei dele e o encarei vendo a sua cara de curioso - Eu e o Henrique voltamos papai, eu me sinto tão amada de novo, tão feliz, tão leve. - respirei aliviada e meu pai sorriu e se mostrou confuso.
- Ele voltou? - assenti - Eu fico muito feliz por vocês minha filha, sabia que vocês tinham uma história mal terminada.
- Eu me sinto nas nuvens papai.
- Deus nunca falha meu amor, e ainda bem que ele ouviu as minhas preces e te fez voltar a estar bem e feliz. - o abracei de volta. 



Toda a minha família ficou feliz por mim e Lucas ameaçou que se Henrique voltasse a me deixar ele acertaria contas com ele. Lucas tinha se tornado ainda mais ciumento comigo do que o papai. Mesmo a gente crescendo discutindo feito cão e gato, crescemos nos cuidando e nos protegendo também. Papai fez questão que Henrique fosse jantar a casa no dia seguinte. Estava me arrumando quando ouvi a campainha tocar. Assim que cheguei no escadaria não vi ninguém e me admirei. 



- Cida quem era? - indaguei assim que ela passou para a cozinha.
- Seus avós e seus tios menina. 
- Onde eles estão?
- Foram para o salão dos fundos. - falou e logo saiu.



Aquele salão era mais para churrascos e não lembro que seria churrasco. Mas também poderiam estar se distraindo visto que tinha bastantes máquinas de jogos e divertimento naquele local. Terminei de me arrumar e Henrique não me dizia nada. Passei o perfume e meu celular tocou com notificação de mensagem. 



"Vai na janela"



Era apenas isso que dizia, e era de Henrique. O que ele queria com aquilo? Curiosa abri a janela da varanda e assim que saí pra fora me deparei com o jardim de casa iluminado e uma frase construída com flores dizendo - "Casa comigo?". Minha família estava toda ali esperando e eu estava tão atordoada que nem notei quando Henrique entrou no quarto, só quando senti os seus braços me abraçar despertei. 



- Eu na verdade voltei porque a minha felicidade está aqui, bem na minha frente, envolvida em meus braços, eu voltei por você meu amor, eu voltei porque eu quero você pra sempre em minha vida Cecília. Não tem porque namorar mais, eu quero começar a minha vida ao seu lado agora. - me sussurrou e lágrimas brotaram dos meus olhos.  
- SIM. - falei mais alto que esperava e minha falava já festejava. - Sim meu amor, eu aceito me casar com você, eu aceito ser sua pra sempre. - me virei e os seus olhos brilhavam. Nos beijámos apaixonadamente e a minha vida não poderia ser mais perfeita. Mamãe uma vez disse que só conseguiu curar a mágoa que tinha de papai quando voltaram a ficar juntos e eu só consegui esquecer a dor que sentia pelo nosso término quando voltámos. 



(...)



- Como está a noiva mais linda deste mundo? - Logan falou assim que entrou no quarto onde eu me arrumava. Se passaram apenas seis meses, mas a gente estava tão certo do que queria que tudo estava correndo bem. 
- Estou muito nervosa Logan. - o abracei. 
- Você está linda, eu sou um padrinho muito babado e orgulhoso. - Logan juntamente com a minha madrinha Beatriz seriam meus padrinhos de casamento, Felipe não se importou, todos sabiam o amor que eu tinha pelo Logan. 
- Parece que a minha vez chegou. - Notei que Lucas entrou acompanhado de Chlóe enquanto conversavam alegremente. - Chlóe.
- Hey Ceci, você está preparada? - me abraçou.
- Vamos ver. - rimos. - Lucas posso falar com você um pouco?
- Claro. - pedi licença e me afastei com Lucas que cruzou os braços assim que parámos perto da janela. - Fala maninha.
- O que você estava fazendo com a Chlóe?
- Como assim, o que eu estava fazendo com a Chlóe?
- Não se faça de desentendido, ela não é qualquer uma para você ficar e largar, está me ouvindo Lucas Santana? - falei firme e ele segurou o riso.
- Quem disse que eu quero pegar e largar ela? Cê tá doida? Cecília se acalma, acho que o casamento está te deixando louca.
- Não brinca, ela é filha do Logan, e você deve respeitar.
- Eu respeito Cecília. - falou mais sério - A gente se conhece faz anos, também temos amizade, não é nada do que você está pensando, mas claro que se rolar eu não vou parar. - piscou o olho.
- Você não toma jeito. - lhe bati de leve.
- Hey, eu sinto um carinho especial por ela, posso ser um pegador cafajeste como você gosta de chamar mas também sei valorizar e cuidar de uma mulher.
- Você e a sua parecença com o papai me assustam.
- Tem calma, eu sei o que faço. - beijou meu rosto e me puxou para um abraço. - Agora coloca o vestido e termina os últimos detalhes porque o Henrique já estava pirando quando passei no quarto dele há pouco. - rimos.




(...)




Nunca imaginei que a sensação de entrar na igreja acompanhada pelo meu pai que me dirigia ao meu noivo, era a melhor de sempre. Acho que só quem casa sente isso, aquele sentimento de entrega total a alguém, aquele sentimento de amor eterno que transborda pelo coração e nos sentimos perdidos sem saber como reagir. É, eu fiquei assim, papai me entregou a Henrique e ambas as nossas mãos tremiam, mas Deus estava ali sobre nós nos abençoando. A festa correu da forma perfeita tal como pensei, meus pais estavam tão emocionados que até parecia o casamento deles, e os gémeos só queriam saber dos meus avós, era um grude que só. Lucas não desgrudava de Chlóe e algo me diria que aquilo não ficaria só por amizade. Logan estava com o olho em Lucas, sempre protetor, assim como os restantes meninos, que agora já casados e com filhos continuavam cuidando uns dos outros assim como dos filhos uns dos outros. Atirei o buquê e a minha prima Gabriela apanhou deixando meu tio Hugo embirrado, aprendeu com papai sendo assim.




DOIS ANOS DEPOIS...



- Amor você já tem tudo pronto? - Henrique me perguntou segurando nosso pequeno Santiago. Pois é gente, fui mãe há pouco mais de um ano, de um menino lindo.
- Já, bora logo pra casa da avó Gi que os meus pais já devem estar preocupados que o netinho não chegou ainda. - rimos e descemos.



Os pais de Henrique nos ofereceram uma casa no mesmo condomínio que os meus pais. Henrique estava trabalhando no escritório do pai dele além de ser sócio do mesmo. Eu abri um consultório no centro da cidade e não poderia escolher outra profissão a não ser pediatra, eu amo o que faço. Chegámos em casa da vó Gi onde passaríamos o domingo. Toda a família se reunia lá aos domingos ou em casa dos meus avós Santana. Santiago já andava relativamente bem e assim que viu meu pai correu para ele.



- Vôvô. - gritou nos deixando todos boquiabertos, ele até agora só dizia mamã e papá e outras palavras, mas nunca arriscou dizer vovó, vovô, tia, ou outra coisa qualquer.
- Fala de novo Santi. - meu pai pediu visivelmente alegre.
- Vovô.
- De novo. - insistiu.
- Não.... - negou nos fazendo rir. - Vovô. - gritou de repente nos arrancando grandes gargalhadas.
- Ainda bem que chegaram meus filhos.
- Tudo bem mamãe? - a cumprimentei.
- Tudo ótimo. - sorriu e semicerrei o olhar a encarando - Eu e seu pai teremos uma segunda lua de mel em breve, vamos para Dubai.
- Ai que lindos os meus velhinhos. - zoei e ela me olhei feio - Tô brincando, vocês estão para as curvas ainda, mas cuidado pra não voltar com mais um irmãozinho.
- Não fala besteira Cecília, já não tenho idade pra isso, mas se Deus quiser quem sabe né. - sorriu boba e ri.
- Prima já sabe da novidade?
- Que novidade Gabriela?
- Eu e o Lucas vamos fazer intercâmbio para Doncaster.
- Como assim para Doncaster? - indaguei confusa mas entusiasmada ao mesmo tempo.
- A gente estuda na mesma universidade né. - assenti, Gabriela estudava moda para orgulho da tia Bruna - E seu irmão Biologia, acontece que na universidade de lá tem os dois cursos e a gente vai viver lá por um ano. A filha do seu amigo estuda lá também.
- A Chlóe? - assentiu de novo e senti um braço me rodear os ombros.
- O que você está falando da princesinha inglesa? - Só podia ser Lucas.
- Você não vai pra Doncaster por causa dela né?
- Você me conhece tão bem maninha.
- Seu safado, já não bastou ter ficado com ela no meu casamento?
- Mas quem disse que vou ficar novamente, acho que quero algo mais sério e com ela. - sorriu e me impressionei.
- Você está sentindo o que eu acho que você está sentindo?
- Você se atrapalha toda. - me zombou e lhe dei um tapa de leve - Mas pode ser que sim. - beijou meu rosto - Me deixa ir atrás do meu afilhado, porque senão o papai não larga de babar.




Luan narrando ...




Ver minha filha casada e feliz com Henrique era um alívio enorme para o meu coração. Depois de tudo saber que ela tinha vencido na vida e se tornado uma mulher incrível só me orgulhava. Não gosto de comparar mas ela era a Maria Clara inteirinha. E o que falar dessa mulher que a cada dia me deixa mais e mais apaixonado? Já temos mais de vinte anos de casado e só melhora. Lucas embora seja um pouco sem juízo, como eu era na idade dele, parece querer tomar um rumo e fazendo faculdade de biologia só me enche de felicidade e orgulho. Os gémeos já estão crescidos e continuam melhores amigos, não há nada que acabe com a união deles. Ah e Santiago, meu primeiro neto, é o menino dos meus olhos, sou louco em criança e ter um neto foi um sonho realizado.



- Papai. - Cecília me chamou enquanto aproveitávamos o dia na casa da minha sogra e da minha irmã, estávamos no jardim vendo as crianças brincar e conversando.
- Fala Ceci.
- Eu nunca soube como aconteceu, me lembrei agora. - se enrolou toda, se Lucas não estivesse falando provavelmente com Chlóe no celular, zoava Cecília. - Como você e a mamãe se conheceram? - ri me lembrando e Clara me acompanhou me encarando.
- A gente... - comecei dizendo.
- E que tal demonstrarmos? - Clara sugeriu sapeca e fiquei perdido naquele olhar azul e naquele sorriso que me deixava fora de mim, mesmo depois de tantos anos.
- Você quer?
- Adoraria.



Cecília avisou a galera toda nos deixando um pouco constrangidos mas lá nos dirigimos para a entrada da casa. Nos posicionámos e assim que eu saí do carro Clara saiu do portão de casa se esbarrando em mim.



- Me larga seu ogro, não vê por onde anda? – falou irritadinha e semicerrei os olhos perante aquela falta de educação, repetindo os gestos da primeira vez.
- Porque você viu né stressadinha? – ironizei ainda a segurando pela cintura, claro que aí segurei um riso vendo a cara dela tentando se concentrar.
- Você que se acha o fodão por conduzir essa Ferrari e acha que é tudo seu. – returcou.
- Se não fosse este ogro aqui, você estaria no chão a esta hora. – a larguei de repente e ela fingiu dar dois passos para trás desequilibrada. – Tá vendo? Nem se segura em pé. – zoei e não pude deixar de dar uma olhada de cima abaixo e que paisagem era aquela papai? É, e que paisagem era aquela, depois de mais de 20 anos Clara estava cada vez melhor.
- Imbecil. – me ofendeu mais uma vez e saiu batendo pé rápido.



Terminámos essa breve encenação ás risadas e a puxei para mim selando nossos lábios. Olhámos a plateia que riam e se entre olhavam confusos, principalmente Cecília que mantinha uma ruga na testa curiosa. 



- Vocês se conheceram assim? Querendo se matar? - indagou - Vocês são mesmo opostos. - concluiu.
- Opostos, completos. - completei.
- Somos tão diferentes por isso dá certo. - Clara continuou e sorrimos cúmplices.



Me aproximei lentamente e acariciei seu rosto de leve encostando nossos narizes. Senti nossas respirações se misturarem e acabámos com o espaço entre nós nos beijando intensamente e apaixonadamente.



"Eu sou o cara que tem mais sorte no mundo..."


FIM







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Olá pessoal :)  E hoje chegou ao fim mais uma fanfic. Mais uma história criada na minha cabeça e escrita com o meu coração. Mais uma história que me fez sonhar e vos fez sonhar também. Mais uma história que marcou a minha vida e espero que tenha marcado a vossa. Mais uma história que foi um desafio para mim. Espero de coração que tudo tenha sido do vosso agrado, que vocês tenham amado ler como eu amei escrever. Quero agradecer a quem me lê, a quem comenta, principalmente e especialmente a quem comenta sempre. Um enorme obrigada por estarem desse lado e por me permitirem dividir algo tão meu com vocês. Tenho recebido várias perguntas sobre uma possível nova fanfic e para responder a vocês - não, não haverá outra fanfic sobre o Luan, pelo menos para já. Vou escrever outra sim, mas não sobre ele. Será sobre outra pessoa, famosa também. Quem quiser ler é só me avisar que eu quando começar postando passarei o link por mensagem privada no facebook ou por aqui nos comentários. É só estarem atentos. E quem tiver dúvidas ou estiver curioso sobre algo é só comentar aqui em baixo que eu vou responder a todo o mundo. Bem, é isso. Mais uma vez muito obrigada, continuação de um ótimo ano novo.


Espero os vossos comentários, hein? Beijos enormes <3

Cristiana

quinta-feira, 31 de dezembro de 2015

Capítulo 122

- Você já não é mais... - neguei e ele nem terminou, a sua cara estava tensa e eu juro que tremi. - Vai para o seu quarto agora. 
- Mas pai, é uma coisa normal.
- Se eu fosse você não falava nada Cecília, vai para o seu quarto agora. - saí embirrada e o ouvi gritar pela mamãe. 



Várias coisas passavam pela minha cabeça, papai não tinha motivos assim. Eu já namorava há anos com Henrique. Era mais do que normal já ter rolado. Não entendo porquê tanta surpresa. Só mesmo meu pai. Subi rapidamente para o quarto e me deitei mexendo no celular. Ouvi passos apressados e logo ele e mamãe entraram fechando a porta. 



- Filha o que aconteceu dessa vez? Você não voltou a...
- Não mãe, claro que não. O papai não te contou ainda? - indaguei tentando parecer calma.
- Não, ele apenas disse que você fez besteira da grande. - olhava de mim para ele que passava a mão nos cabelos de nervoso.
- Sua filha não é mais virgem Maria Clara, é isso que está acontecendo. - falou irado de raiva e olhei mamãe que me olhava com certa surpresa mas não demonstrava raiva.
- Filha, quando isso?
- Há uns meses atrás.
- Há uns meses atrás. - papai me repetiu - E ainda fala com essa naturalidade, desde lá aconteceu mais vezes né?
- Quer mesmo que responda? - questionei e papai me olhou feio.
- Já desde quando você andava de rolo com aquele filho da puta você estava quase cometendo esse erro, e agora...
- Agora é diferente papai, agora é o Henrique, meu namorado. Um moço direito que o senhor conhece e confia e que acima de tudo me ama. - o interrompi.
- Filha você não me falou nada porquê? - mamãe indagou visivelmente desiludida, era só o que me faltava, magoar a minha mãe.
- Eu não sabia como contar uma coisa dessas mamãe, mesmo que eu confie em vocês mais que tudo, não me sentia preparada pra contar.
- Vocês tomaram precauções?
- Claro que sim mãe.
- Você deveria ter-me contado, você tem de ir no médico filha. - suspirou pesado.
- Desculpa mamãe, eu sei que estava correndo risco mas eu juro que iria contar.
- Andava correndo risco. - papai ironizou - Se você engravidasse eu queria ver como seria. Você parece que não tem juízo Cecília, acaba sempre fazendo as coisas do jeito errado.
- Luan também não é um bicho de sete cabeças, ela apenas ficou ainda mais mulher, você já passou essa fase também. Ela errou quando decidiu esconder estes meses todos, deveria de falar com a gente para se aconselhar mas está feito, e agora devemos tomar as responsabilidades.
- Meu Deus, eu nem 40 anos tenho e já estive perto de ser avô, eu não nasci pra sofrer desse jeito. - papai se lamentou nervoso, seria cómico se não fosse trágico.
- Se você fosse avô iria adorar a ideia, aposto que depois da raiva só iria mimar o seu netinho. - mamãe falou mais calma e papai a olhou feio.
- Para de bater de frente comigo Maria Clara.
- Ai meu amor. - riu brincando com ele - Você tem de aceitar que a sua menininha já cresceu e está uma mulher, daqui a nada ela termina a facul, se casa e vai morar em outra casa.
- Não me lembra disso pelo amor de Deus, ainda bem que ela vai entrar numa facul aqui em Sampa senão eu ia dar em doido.
- Mas mesmo assim você dará papai. - brinquei e ele me olhou irónico.
- Agora vamos falar ainda mais sério, sua mãe vai te levar no médico. - assenti - E o Henrique vem jantar aqui hoje, quero conversar com ele.
- Papai não me faça passar essa vergonha.
- Vergonha? Na hora de fazer não teve vergonha né? - me calei e levei meus olhos ao chão. - Ele terá uma conversa séria comigo sim, você gostando ou não.
- Tudo bem, vou chamar ele.
- Filha, não esquenta, seu pai é sempre o mesmo.
- Dá pra ser mais pulso firme Clarinha, eu querendo me impor e você comentando coisas assim, tira a minha moral poxa. - rimos e papai nos olhou embirrado. - Ah quer saber, vou tomar um banho.
- Vai lá, já levo a sua toalha. - mamãe falou e papai sorriu de canto saindo. - Amanhã mesmo iremos na ginecologista. - assenti obedecendo, era o certo a se fazer. - Agora eu vou lá no seu pai.
- Levar a toalha né? - ela assentiu - A toalha que normalmente fica no armário do banheiro. - ri desmascarando a safadeza deles.
- Me respeita Cecília Santana. - falou segurando o riso e saiu.



Henrique chegou e papai estava na sala nos encarando. Aquele momento estava sendo constrangedor, Os gémeos brincavam ali no tapete e Lucas só jogava video game, ele seria mais viciado que o meu pai e o Henrique juntos. Mamãe trouxe algumas entradas para a mesa e nos chamou.



- Henrique vamos comigo no escritório, preciso te dar uma palavrinha. - Henrique me olhou e sorri pequeno, já lhe tinha contado o que aconteceu.
- Tudo bem Luan, vamos lá.
- Vai levar bronca cunhadinho. - Lucas fez graça e lhe bati na cabeça.
- Cala a boca criança.
- Mais velha e mais chata, nossa senhora. - zoou e o olhei incrédula.
- Parem já antes de começarem a discutir. - mamãe alertou e parámos. Era sempre assim, eu e Lucas ficávamos de pirraça por qualquer coisinha.



Luan On: 



- Presumo que você já sabe do que iremos falar né? - fui direto e me sentei no cadeirão.
- Sei Luan e queria pedir desculpa, mas você sabe que são coisas que acontecem, a gente já namora faz alguns anos e chegou a hora.
- Eu sabia que isso iria acontecer mas não assim tão cedo pra ela, porque pra você acredito que já tenha experiência nisso né?
- Na verdade a Cecília foi a primeira.
- Isso é verdade verdadinha? - questionei surpreso e ele assentiu.
- É sim, por isso aconteceu na nossa hora, nada foi forçado.
- Onde aconteceu? - ele me olhou por minutos, eu sabia que era algo só deles mas eu era pai e exigia saber.
- Foi lá em casa.
- Você sabe que tem de tomar precauções e cuidado.
- Eu sei, meus pais sempre me alertaram para isso.
- Ela me perguntou se podia passar a virada em Balneário Camboriú, eu sei que não adianta eu falar, vocês são novos e fazem as coisas no calor do momento, mas eu só peço que vocês tomem o máximo de cuidado, vocês são novos e têm a vida toda pela frente para ter irresponsabilidades maiores. Eu sei do que falo, embora seja ótimo ser pai eu não desejo isso pra você assim tão novo.
- Enquanto a gente puder evitar Luan, a gente evita, não quero ser pai agora não. - riu fraco.
- Ainda bem que nos estamos entendendo. - bati de leve em suas costas.
- Obrigado Luan, por mesmo não gostando apoiar.
- Quando você for pai, você verá como as coisas são difíceis de gostar. - rimos e nos levantamos seguindo pra sala.



Avisei Cecília que ela poderia sim ir para o Sul, mas antes lhe passei uma lista enorme de conselhos que ela deveria ter. Deixei ela e Henrique na sala namorando um pouco e subi com Clara. Deixámos os gémeos nos quartos deles e fomos para o nosso. Lucas ficou na sala, nunca que deixaria minha filha sozinha com o namorado em casa, mesmo sabendo que ela não faria nada, mas em casa é diferente, exijo mais respeito.



- Vem aqui meu amor. - abracei Clarinha por trás e ela encostou sua cabeça em meu peito nos juntando mais.
- Mas já quer de novo? Ainda mais cedo a gente se amou.
- Tá reclamando? - indaguei e ela riu.
- Não, mas você nunca cansa né?
- De você? Nunquinha. - a virei e colei nossos lábios.



Apertei sua cintura e subi a barra da sua blusa me deparando com os seus seios. Os beijei delicadamente e soltei o sutiã a empurrando para a cama. Ela riu com esse gesto e ataquei imediatamente seu pescoço a ouvindo ofegar. Ela sabe muito bem o quanto isso me excita. Tirei a sua saia e ela tratou de se desfazer da minha camiseta e calças. Em minutos estávamos ambos nus, a fiz me desejar e quando vi que ela chegaria ao limite parei com as carícias e a preenchi sem ela esperar. Um gemido saiu da sua boca e a beijei ferozmente abafando os que viriam a seguir. Nos amámos como sempre, intensamente e apaixonadamente. Nunca que eu me cansaria de a fazer minha, desejada, amada, feliz. Essa era a minha função e hoje só agradeço a Deus por me mostrar que ela é a mulher da minha vida, aquela que eu desejo toda a hora. A minha bailarina.




Cecília On: 



Acho que depois do susto que apanhei de tarde com a reação do meu pai, o dia não poderia ter terminado melhor. Ele entendeu, eu sabia que ele iria entender, meu pai pode parecer muito rígido em alguns aspetos mas acaba sempre por respeitar e me compreender. Estava ansiosa para a virada em Santa Catarina, com certeza iria ser super divertida.



- Vocês podem parar com esse agarramento? - Lucas chato interrompeu o nosso beijo.
- Lucas eu juro que se você volta a se intrometer eu te jogo na piscina nesta noite fria.
- Mas você não seria capaz.- me fuzilou desafiador.
- Experimenta pra tu ver.
- Tenho pena de ti cunhado, aturar uma besta dessa. Eu não namorava uma chata que nem a minha irmã não.
- E você lá tem idade pra namorar pivete? - Henrique brincou.
- Aff, vocês estão mesmo bem um para o outro, dois chatos, sempre contra mim.
- Você sempre diz que o mundo está contra você maninho, respira fundo, não precisámos de um Luan dois em casa não. Homens esquentadinhos.
- Vou contar isso ao meu pai.
- Engraçadinho. - lhe atirei o travesseiro e ele riu continuando o jogo.
- Amor eu acho que já vou também, está tarde e você tem de descansar.
- Descansar? Estamos de férias Rique, tenho tempo demais pra descansar. - o beijei e mesmo com Lucas tossindo eu não parei.
- Mas eu preciso ir mesmo, seus pais já subiram e parece mal eu continuar aqui.
- Meus pais estão fazendo coisas piores, por isso não parece nada mal. - segurei o riso e ele riu negando.
- Doida.
- O que os pais estão fazendo Ceci? - Lucas indagou.
- É feio escutar a conversa dos outros.
- Fala baixo na próxima. - me olhou esperando.
- Eles não estão fazendo nada que seja da sua conta.
- E é da sua?
- Sabe aquela bola que você andava procurando esses dias? - ele assentiu - Ela está perto da piscina.
- Sério? Vou lá pegar ela. - saiu e segurei o riso indo atrás.
- Você não faz se vingar dele né?
- Amorzinho você me conhece. - pisquei o olho e Henrique riu.



Vi Lucas perto da piscina procurando a bola e quando ele menos esperava o atirei. Eu ri muito e ele emergiu com uma cara nada boa. Henrique tentava não rir mas era impossível. A cena estava tão engraçada.



- Você me paga sua desmiolada.
- Pra você aprender maninho.
- O que está acontecendo aqui? - ouvimos alguém perguntar e era papai que estava na varanda junto com mamãe que vestia a camiseta dele, esses meus pais eram mais safados do que eu pensava.
- O Lucas me irritou e eu atirei ele na piscina. - contei.
- Pai coloca ela de castigo, ela fez de propósito porque eu interrompi os agarramentos dela com o Henrique, eles estavam se pegando na minha frente papai.
- Que exagerado. - gritei - Papai não acredita no que ele fala.
- Lucas sobe e toma um banho.
- Mas pai...
- Nem mas nem menos, sobe. - ordenou rindo. - E você o mesmo Cecília. - Lucas me olhou zoando.
- Eu te atiro de novo. - ameacei e ele saiu correndo.
- Vocês dois não vão parar de implicância nunca né? Criancinhas.
- Também te amo mamãe, já agora, belo pijama. - zombei e saí rindo.
- Olha que eu te jogo na piscina também. - a ouvi gritar ainda antes de entrar em casa.




(...)



Chegámos no apê e tudo estava impecável, eu adorava quando a gente passava alguns dias lá, era sempre tão relaxante, sem contar que a cobertura era incrível com uma vista de invejar. Fomos oito pessoas, Só eu e Henrique erámos casal e por isso dormiríamos no mesmo quarto, os outros se misturaram pelos outros quartos. Minha amiga Joana levou a prima dela e não sei porquê mas não fui com a cara dela. Ainda tínhamos a tarde toda pela frente e decidimos passear no iate, meu pai tinha avisado os senhores que eu iria lá e eles logo se aprontaram a dizer que cuidariam de tudo pra gente. Henrique quis fazer jetski e fui junto, nos tiraram uma foto e decidi postar.








- Você coloca creme em mim por favor. - pedi a Henrique enquanto estávamos na beira da piscina apanhando sol.
- Nem precisa pedir. - se sentou na minha bunda e depois de depositar um beijo em minha nuca, sabendo que me arrepiaria passou o creme.
- Você sempre faz isso.
- Eu conheço seu ponto fraco. - riu.
- Se importa de passar em mim depois? - a tal prima da Joana perguntou e a encarei feio, ela não estava pensando que ele passaria creme nas costas dela, só se estivesse a fim de apanhar.
- Pede para a sua prima ou algum solteiro. - falei antes de Henrique e ele apertou meu ombro como se estivesse me massageando mas colocou mais força.
- Me desculpa, não vejo mal nenhum nisso.
- Tenho certeza que minha mão na sua cara também não teria mal nenhum. - me sentei e quase que Henrique caía.
- Me desculpa. - levantou as mãos em redenção.
- Amor você não é ciumenta não. - Henrique me sussurrou.
- Acho que sou. - constei e ele arregalou os olhos - Além do mais cê viu a ousadia dela? Que cara de pau, ela que volte a fazer algo parecido que eu afogo ela na piscina. Melhor, atiro ela da cobertura.



Eu sabia que minha intuição não estava errada, eu não gostava dela e agora tive mais do que motivos suficientes. No final do dia fui tomar meu banho, a noite da virada seria hoje e precisava me arrumar. Senti mãos em minha cintura e beijos em meu pescoço enquanto a água caía.



- Não resisti te ver aqui amor. - me sussurrou e me virei para ele.
- Não era pra resistir. - o beijei e as mãos bobas começaram.



Henrique era tão carinhoso e ao mesmo tempo tão confiante, eu me entregava de alma, corpo e coração pra ele como não conseguia me entregar pra mais ninguém. Apertei seus braços e arranhei suas costas assim que senti ele marcando meu seio. Nos amámos calmamente, tínhamos o tempo todo do mundo.



- Eu te amo Henrique. - lhe sussurrei entre gemidos.
- Eu te amo Cecília. - me retribuiu chegando ao seu limite também.



O banho embora mais demorado também foi rápido, assim nos arrumava-nos os dois ao mesmo tempo. Optei por um vestido longo azul, já que a virada estava sendo passada de um jeito diferente também iria fugir do tradicional branco. Henrique já estava arrumado e aquele moço era lindo.






Prendi meu cabelo e coloquei os acessórios. Vesti o vestido e por ser aberto nas costas não usei sutiã e notei Henrique morder o lábio. O olhei e ele riu. Finalizei com perfume e estava pronta. 






- Estamos combinando e tudo. - ele constou.
- Casal maravilha não falha. 



Acho que foi a melhor passagem de ano da minha vida. Jantámos na cobertura que estava toda decorada para essa festa, e o buffet era delicioso, mamãe que cuidou de tudo isso. Por termos uma vista privilegiada foi incrível ver os fogos. Henrique virou meu rosto para ele e me beijou. 







5 ANOS DEPOIS 



Pois é, cinco anos se passaram e tanta coisa mudou. falta cerca de um ano para me formar e cada vez amo mais pediatria. Papai continua fazendo seus shows mas já deu uma diminuída, por escolha dele, queria estar mais tempo com a família. Os gémeos estavam com oito anos e cada vez mais lindos e cúmplices, coisa de gémeo. Mamãe abriu mais duas academias e está cada vez mais feliz, até Luara já dança, claro, assim como Bê anda na escola de música. Lucas está com os seus 15 anos, quase 16, cada vez mais bonito e cada vez mais parecido com o meu pai. Meus tios Bruna e Hugo tiveram mais um filho, outro menino e Gaby já começou namorando para desespero do meu tio. Meus padrinhos estão cada vez mais apaixonados e aproveitando a filhinha, Luísa. Meu irmão Juan também já está crescido e me vê como a melhor amiga dele. Poderia ser tudo perfeito mas tem sempre de acontecer algo pra estragar. Sobre o Henrique, acho melhor nem falar. 


Estava no meu quarto terminando um trabalho da faculdade quando escutei a porta do quarto do Lucas bater. Fui ver o que aconteceu e assim que abri a porta só vi uma menina saindo apressada e Lucas junto. Eles não me viram mas fiquei esperando Lucas voltar. Assim que ele subiu a escadaria e caminhou pelo corredor o observei, ele apenas vestia um calção e soube na hora que ele estava fazendo besteira. Lembram quando disse que ele estava cada vez mais parecido com o meu pai? Não era só fisicamente, era de personalidade também. 



- Bonito menino Lucas. - zoei e ele se assustou me olhando.
- Que foi maninha?
- Não pode fazer essas coisas outra hora não? Se o Bernardo entrasse no seu quarto e te visse com aquela moça queria ver você explicar pra ela o que estava fazendo.
- Ceci quer um conselho, pára de implicar comigo sobre as meninas que eu pego e trago aqui em casa, ao invés disso, vê se arruma um namorado e tira o atraso. - zoou.
- Não precisava ser tão frio assim. - falei séria e bati a porta na cara dele me deitando na cama. 



Terminei com Henrique tem quase um ano, o pai dele arrumou um estágio ótimo para ele em Portugal e aproveitou para terminar a faculdade lá. Ainda tentámos fazer com que desse certo á distância mas ambos sabíamos que não dava. E assim terminou um namoro de 8 anos. Sei que deveria seguir em frente mas eu ainda não superei. Meus pais recearam que eu caísse no vício de novo mas ao invés disso me foquei mais na faculdade e acabei o último ano como a melhor aluna do meu curso. 



- Ceci? - Lucas abriu a porta e me chamava cauteloso. - Me desculpa, eu não queria dizer aquilo.
- Nada não. - neguei e lhe dei um sorriso fraco, ele se aproximou e se sentou do meu lado.
- Me desculpa mesmo, eu sei que você ainda está sofrendo mas eu só quero que você ultrapasse isso, não te quero ver triste mana. Ele foi um babaca mas você é muito melhor do que isso.
- Ele apenas foi lutar pelo futuro dele.
- Mas poderia ter feito diferente, e além do mais, você também era o futuro dele.
- Deixa pra lá Lu, eu vou superar, demore o tempo que demorar. - ele assentiu e me abraçou.
- Qualquer coisa me fala, sei que sou mais novo mas sou seu irmão e estou sempre do teu lado.
- Obrigada Luquinhas. - baguncei ainda mais seus cabelos. - Quando você arruma uma namorada hein? Mamãe odeia essa sua vida de pegador. - ri.
- Mamãe é ciumenta. - riu - Mas eu gosto dessa vida de pegador, meu pai era pegador, então tenho de seguir os passos dele.
- Idiota.-  lhe bati de leve. - Vê se toma jeito.
- Eu vou tomar, mas por enquanto me deixa curtir. - piscou o olho e saiu rindo. 



(...)



- Lucas quem era aquela menina que saiu daqui ontem á noite? - mamãe questionou Lucas e ele olhou papai sabendo que ele o defenderia, era sempre assim.
- Uma ficante mamãe.
- E achas certo trazer uma ficante cá pra casa quando todos nós estamos aqui? - falou o olhando feio.
- Clarinha não esquenta, ele não vai repetir isso né filhão?
- Você sempre passando a mão Luan Rafael. - papai até estremeceu com os dois nomes e eu segurei um riso - Ele tem de ter respeito, você também não fazia nada debaixo do mesmo teto onde a sua família estava.
- Não fazia porque você não gostava, não porque eu não queria. - Lucas riu. - Ele é homem, tem mais é que curtir e aproveitar mesmo.
- Quando eu contei que perdi a virgindade você não reagiu assim papai. - contra argumentei.
- Mas você é a minha menininha.
- Isso não muda nada.
- Claro que muda.
- Ciumento. - me defendi e ele riu.
- Eu não quero mais moças saindo daqui de casa está me ouvindo?
- Estou mãe, e se for mulheres, posso? - Lucas provocou e mamãe o olhou incrédula.
- Não brinca com isso. Não quero você envolvido com mulheres mais velhas.
- Tio Hardin falou que é bom ué, aprendo mais. 
- Lucas isso também já é demais. - papai finalmente apoiou a bronca da mamãe - Sua mãe tem razão, você pode curtir e tudo mas com juízo, não vai se envolvendo com qualquer mulher não, você tem muito pra aprender na vida ainda e espero que não seja da pior forma.
- Estava brincando, a minha cena é mais as mocinhas mesmo. - riu.
- Mesmo assim, quero respeito Lucas.
- Já percebi mãe. - levantou as mãos se rendendo. 
- Filha, já estou procurando espaços para você montar o seu consultório.
- Mas papai ainda me falta mais um ano e depois tenho de estagiar obrigatoriamente.
- Mas assim tem mais tempo pra pensar em como quer o seu consultório. - sorriu.
- Obrigada, tenho certeza que com a sua bénção vai tudo correr bem.
- Só quero te ver feliz. - assenti e apertei a sua mão. 
- Eu também já sei o que vou cursar.
- Já Lucas? - questionei e ele sorriu bobo encarando meu pai.
- Vou seguir Biologia. 



Será escusado dizer que meu pai ficou babão, ele adora tudo isso e se não fosse apaixonado pela música teria cursado biologia também. Todos pensámos que Lucas seria cantor mas ele foi se desinteressando por isso ao contrário de Bernardo que cada vez mais é apaixonado por essa área.
Acho que a minha vida poderia sim ser perfeita, bastava estar rodeada das pessoas que eu mais amo no mundo e que me amam na mesma proporção, minha família.





Hello Hello! Capítulo enorme, e é o penúltimo ! Por isso aproveitem este para matar a saudade. Tanta coisa mudou, tantos anos passaram. Quero saber o que vocês acharam de tudo que aconteceu, me dêem a vossa opinião. O próximo capítulo será o final e irei postar no fim de semana em princípio. Para quem me perguntou se iria escrever outra fanfic do Luan a resposta é NÃO. Vou parar por um tempo com as fanfics do Lu, vou escrever outras sim, mas não sobre ele e não sei se vocês gostarão de quem seja. Contudo, quem quiser ler na mesma, me diga que depois eu passo o link quando começar. 


Bom, FELIZ ANO NOVO leitoras lindas, obrigada por este ano incrível, O fim da minha primeira fanfic que é o meu xodó e o início e quase fim de outra que foi um desafio para mim. Desejo o melhor para vocês, beijos enormes <3





quarta-feira, 30 de dezembro de 2015

Capítulo 121

- Henrique? - indaguei após o ver na minha frente com um ramo de rosas, ele mantinha um sorriso tímido de canto e eu não estava percebendo o que realmente estava acontecendo. 
- Eu sei que pode parecer cedo Ceci, mas eu quero muito isso e sei que você no fundo também. O que a gente tem é mais do que amizade de melhores amigo, você sabe disso. 
- Henrique... - sussurrei não acreditando no que estava por vir.
- Aceita namorar comigo Cecília? - me olhava esperançoso e nervoso também, eu via isso nas suas mãos que afrouxavam várias vezes o ramo que ele segurava.
- Eu aceito. - respondi finalmente e ele sorriu, retribuí e assim que peguei nas flores nos aproximamos, ele levou a sua mão aos meus cabelos e os acariciou segurando a minha nuca. A outra mão segurou a minha cintura e nossos lábios se encontraram, não era o primeiro beijo da gente, mas este sem dúvida era o mais especial. 
- Eu queria fazer esse pedido na sua festa de 15 anos mas não iria conseguir aguentar até lá. - riu fraco.
- Obrigada Rique, eu não esperava, mas você tem razão, a gente era bem mais que melhores amigos. - rimos - Acha que meu pai vai gostar da ideia?
- O Luan me conhece e é meu amigo, acho que ele vai gostar sim. - sorriu sereno e colou nossos lábios novamente.



Voltei pra casa na hora marcada e logo adormeci. Me sentia mais leve mas ao mesmo tempo um pouco apreensiva sobre o que meu pai acharia. Ele voltou dias depois e nos esbarramos na porta na manhã cedo. 



- Onde você vai menina? 
- Oi pai. - o abracei - Vou correr no condomínio.
- Ué, a esta hora? É tão cedo.
- Eu sei, mas na Inglaterra fazia isso e me sentia bem melhor.
- E o balé quando volta?
- Ah, não sei pai, depois vemos isso. Mais logo o Henrique vem aqui falar com o senhor.
- Falar comigo? - se admirou.
- É pai, até mais. - saí correndo. 



Luan On: 



Subi para o quarto e Maria Clara ainda dormia, assim como os gémeos, dei um beijo em cada um e tomei um banho rápido me deitando. Clara se aconchegou em meus braços mesmo sem saber que eu já tinha chegado e sorri com isso, ela sempre se sentia segura comigo do lado. Eu já tinha dormido durante a noite, mas estava um pouco cansado da viagem, aproveitei apenas para um cochilo. Acordei com ela acariciando meu rosto.



- Bom dia. - selou meus lábios e a abracei mais forte.
- Bom dia minha bailarina.
- Chegou muito cedo?
- Um pouco, cheguei a tempo de apanhar a Cecília saindo pra correr. - ri fraco me lembrando.
- Ela tem saído cedo mesmo.
- E o balé? Desde que ela voltou ainda não fez aula nenhuma.
- Ela tem sempre adiado, tenho de conversar com ela.
- Ela falou que o Henrique vinha falar comigo hoje, cê sabe o que poderá ser?
- Sei não. 



(...)



- E aí Luan. - Henrique me cumprimentou e se sentou ao lado de Cecília no sofá. 
- O que você tem pra conversar comigo cara? 
- É algo sério mas... - começou enrolando e Cecília apertou a mão dele me deixando ainda mais curioso. - Eu e a Cecília estamos namorando.
- Quê? - foi o máximo que consegui dizer. - Como assim?
- Eu pedi ela em namoro naquela festa que a gente foi, eu sei que ainda somos novos e tal mas eu amo de verdade a sua filha.
- Se eu disser que não apoio e proibir vocês de se verem o que irá acontecer? - falei sério e eles me encararam assustados.
- Eu não vou desistir Luan, mesmo contra a sua vontade eu vou continuar atrás da Cecília. - Henrique falou firme e sorri de canto.
- Era isso mesmo que eu queria ouvir. - ri fraco os deixando confusos até Clara me olhava sem entender - Eu apoio o vosso namoro, sei muito bem que vocês se gostam e te conheço muleque. 
- O senhor apoia papai?
- Cê não ouviu o que eu falei? - Cecília riu e saltou para o meu colo me abraçando.
- Obrigada, obrigada, obrigada.
- Mas juízo. - olhei feio para Henrique que assentiu prontamente. - Agora sobre outro assunto, o balé?
- Sobre isso, eu... - voltei para o lado de Henrique - Eu acho que não quero mais dançar, estes meses sem balé não me fizeram falta, não senti necessidade disso. 
- Mas você ama dançar filha. - Clara se pronunciou com uma cara um pouco desanimada.
- Eu sei mamãe, mas eu não quero fazer disso a minha vida, é só hobbie mesmo.
- Mas mesmo sendo hobbie você quer desistir?
- Acho que sim. - deu de ombros.
- Você não pode fazer isso Ceci. - Henrique se intrometeu e ela o olhou feio - Você sempre dançou, mesmo não querendo fazer disso a sua vida não deve deixar de dançar, até porque eu gosto de te ver dançar. - sorriu meigo e ela deixou um sorriso escapar. Clara se aproximou mais de mim.
- O Henrique me faz lembrar de alguém há uns anos atrás. - beijou meu rosto e a olhei sorrindo.
- E olha só onde você chegou, dona de uma das melhores academias da América.
- Graças a você, meu anjo da guarda. - a beijei calmamente e fomos interrompidos com Cecília tossindo. 
- Que foi sua ciumenta? - brinquei com ela.



(...)



Cecília foi levar Henrique á porta e aproveitei para namorar um pouco com Clarinha. Cecília nos interrompeu de novo. 



- Vocês ainda não me contaram o que aconteceu com vocês quando terminaram, lembra que vocês me iam contar?
- Conto eu ou conta você? 
- Você Luan. - Clara se aconchegou em mim e Cecília ouvia atentamente. 
- A gente namorava tinha poucos meses, poucos mesmo. - ri fraco - E a sua mãe engravidou.
- Como assim, não lembro?
- Claro que não filha, você não estava comigo ainda, foi antes. Mas aí sua mãe teve um aborto espontâneo e perdemos o nosso filhote. - falei com pesar nas palavras, ainda era dolorosa recordar essa fase da minha vida.
- Mas assim do nada?
- Sim Cecí, mas eu estava tão convencido de que tinha sido culpa da dança que acusei a sua mãe injustamente e a abandonei no momento que ela mais precisava de mim. - falei envergonhado e com certo receio do que Cecília poderia pensar.
- Você não fez isso pai, você é a melhor pessoa que eu conheço, nunca que iria abandonar a mamãe por isso.
- Mas eu fiz isso filha, eu cresci muito depois mas naquele momento eu estava muito zangado, eu queria tanto aquele filho. Sua mãe também queria mas eu fui egoísta.
- Nossa, eu não esperava nada disso.
- Foi quando te conheci que pude sentir de novo o amor de pai, além do mais você me lembrava muito a Clara.
- Mãe você foi capaz de perdoar tudo isso?
- Ceci se passou um ano e seu pai passou grande parte dele correndo atrás de mim e se eu não consegui esquecer num ano, não adiantariam mais. Eu estava com o Marcos mas amava seu pai cada vez mais, mesmo depois disso tudo.
- Agora entendo porque o vosso amor é tão intenso e verdadeiro. Passaram por coisas tão ruins e mesmo assim não deixaram de se amar. - sorriu e me aliviou. - Vocês são o melhor exemplo de amor que eu tenho na vida. - a chamei para um abraço que Lucas se juntou depois, pois tinha acordado naquele momento e estava na sala nos encarando. 



(...)



Cecília On: 


Finalmente chegou o grande dia, hoje completaria 15 anos e estava ansiosa para a minha festa. Os meninos chegaram ontem e ficaram lá em casa, era sempre tão bom tê-los por perto. Me arrumei sempre com mamãe por perto. Iria ser uma festa enorme, papai queria que todo o mundo visse como a sua princesinha cresceu. Eu estava era nervosa ao ver aquela gente toda me olhando, mas quando papai me recebeu no fim da escadaria e me guiou para a primeira valsa eu descontraí, ele sorria bobo. Logan como meu príncipe estava lindo, com aquele jeitinho dele me conduziu e ainda cantou um pouco pra mim.



- Tenho muito orgulho em você Cecília.
- Obrigada por tudo Logan, você sempre será das pessoas mais especiais da minha vida. - o abracei.
- Depois me apresenta seu namorado, quero ver se ele é moço direito pra namorar você.
- Bobo, papai adorou, você também vai.
- Eu sei que sim, você sempre falava dele. 



Henrique me puxou para dançar também, afinal ele tinha direito. O apresentei a Logan e a outras pessoas da família que não o conheciam. Todos adoraram-no, era impossível não adorar. 



- Eu tenho um presente pra você. - me deu uma caixinha. 
- Um colar? Com um pingente de bailarina? - me surpreendi com tamanha delicadeza. - Coloca por favor. - lhe pedi e ele colocou.
- Ficou lindo. - o beijei, não costumava fazer isso na frente de tanta gente mas era um momento tão nosso.
- Hey, hey, hey. - ouvi Lucas gritar e nos separamos - Não pode fazer isso mana, papai não gosta. - ri com isso.
- Foi só um beijinho Lucas, nada de mal.
- Se papai souber ele briga com você.
- Briga nada. 
- Filha vamos cortar o bolo. - mamãe chamou e prendeu o seu olhar em meu pescoço - Que colar lindo filha.
- O Henrique me deu. - mamãe colocou a mãe no pescoço dela e retirou de lá um colar parecido com o meu.
- Seu pai me deu também. - sorriu emocionada.
- Dei o quê?
- O colar amor, olha o que Henrique deu á Cecí. 
- Esse meu genro é tudo que eu queria ter. - deu um tapinha nas costas de Henrique e riram. - Ganha cada vez mais pontos comigo. - se gabou e rimos. 



Juan também estava ali com meus avós da Argentina, me aproximei bastante dele nos últimos meses e hoje já o via como Lucas, meu irmão, ele até passava tardes lá em casa comigo. A pedido de Henrique não parei com o balé mas não ia tantas vezes como antes. Os gémeos cresciam cada vez mais lindos e Lucas era um babão, ficava sempre brincando com eles. 



3 ANOS DEPOIS



Quase 18 anos, quase adulta, novas responsabilidades e a maior delas era entrar na faculdade, pois tudo seria mais difícil. Eu soube há um ano atrás o que queria e Henrique também. Estávamos passando o fim de semana em Fortaleza, papai tinha comprado casa lá, meus padrinhos estavam ali também, Henrique também veio junto mas claro que dormia no quarto de Lucas. 



- Bia você disse que tinha uma surpresa pra gente, que é hein? - Mamãe perguntou enquanto estávamos na beira da piscina. 
- Estou grávida. - falou tão rápido que ela teve de repetir - Estou grávida gente, não é incrível. - riu.
- Incrível é, mas você não queria mais tarde não?
- Queria, mas vendo você com esse tanto de filho me deu vontade.
- Mais um afilhado. - papai festejou.
- Quem disse? Você está na fila queridinho.
- Ah Bia eu te ajudei sempre, não tem mais ninguém capaz de assumir esse papel.
- Por acaso tem. 
- Nem vem com o Hardin, ele foi padrinho de casamento mas do bebé não amor. - Felipe se intrometeu e Bia embirrou.
- Pode não ser do primeiro mas de outro será sim.- deu língua, ela sempre tinha de levar a melhor. 
- Afilhada e aí você já sabe o que vai cursar na facul?
- Já padrinho, quero fazer pediatria.
- Sério filha?
- Sério papai, eu adoro cuidar dos meus irmãos e me sinto super bem fazendo isso.
- Tenho certeza que será uma ótima pediatra. E você Henrique?
- Eu vou seguir os passos do meu pai, vou fazer Direito.
- Me sinto cada vez mais velha. - mamãe falou nos fazendo rir. 



(...)



Finalmente 18 anos, decidi fazer uma festa só para a família e os amigos em Sampa e depois fui passar uns dias em Búzios com a família. Final de ano estava chegando e tive a ideia de passar com Henrique e alguns dos nossos amigos na cobertura de luxo que papai comprou em Balneário Camboriú. Ele quase nunca ia lá, eu teria de dar uso né, ri com meu pensamento e procurei meu pai pela casa, ele estava de folga e precisaria o convencer a me deixar passar longe ao invés de passar no show dele como habitualmente. O encontrei na área externa jogando futebol com Lucas e Bernardo visto que Luara andava sempre com a mamãe. 



- Vai Bê não deixa o mano marcar. - papai gritou para o pequeno que corria rindo, era sempre uma animação. 
- Ah papai não ajuda ele. - Lucas reclamou e ri. - O senhor sempre é pelo Bê. - embirrou e papai ria, Lucas tinha algumas crises de ciúme ultimamente.
- Lu ele é mais novo que você, precisa de ajuda. Pára de reclamar.- fez-lhe cócegas e foi o suficiente para desamarrar aquele bico. 
- Pai. - chamei a sua atenção - Posso falar com você um minutinho.
- Porque essa conversa me cheira a problema?
- Não é nenhum problema. - segui para as espreguiçadeiras e me sentei numa. Ele se sentou na minha frente e ficou esperando - O senhor sabe que a virada está chegando né? E eu queria passar de uma forma diferente este ano.
- Que forma diferente?
- Eu queria ir para o apê em Santa Catarina.
- Com quem? - indagou com um olhar semicerrado.
- Com o Henrique e os nossos amigos.
- Você realmente achou que eu  autorizaria isso? Nunca que eu te deixaria passar alguns dias longe e com o namorado.
- Mas pai não tem nada de mal, é algo normal. - dei de ombros - Além do mais a praia fica na frente e os senhores do iate e do jetsky estão lá e me conhecem, não haverá problema.
- Antes esse fosse o mal Cecília. Você está dias sozinha com o teu namorado, você sabe que está sujeita a que algo aconteça e eu não quero nem imaginar isso.
- Você está falando da gente se envolver sex...
- Nem termina. - falou nervoso e o olhei torcendo a boca em desagrado.
- Acho que isso não é assim um problema muito grande papai. - falei calma e ele me olhou confuso - Eu e o Henrique já...
- QUÊ? - indagou alto e me assustei, não esperava aquela reação dele, eu namoro tem mais de três anos, o mais provável é já ter acontecido, mas só o meu pai mesmo pra achar que eu só iria me entregar para alguém depois do casamento. 





Posteiiiiii, mas vocês nem estavam com saudade né? Pois, aproveitem que só haverá mais dois ou três capítulos e a fanfic termina. Espero que tenham gostado e que comentem muito pois assim eu libero outro rapidamente. Beijos e se não nos falarmos antes, FELIZ ANO NOVO <3


domingo, 20 de dezembro de 2015

Capítulo 120

- Papai porque você deixou ela entrar?
- Eu quero saber o que ela quer. - deu de ombros.
- Só espero que não traga problemas. - mamãe falou suspirando.
- Cecília melhor você subir.
- Porquê papai? - ele me olhou sério - O senhor não está pensando que eu ainda quero algum tipo de relação com ela né? Esquece isso papai, eu aprendi a lição. - garanti e Cida trouxe o meu chá com leite, é estranho, eu sei, mas na Inglaterra é assim que se bebe. 
- Tudo bem, você fica. Isso não te vai fazer mal não? Água com leite. - olhou estranho para o meu chá e ri.
- Não pai, pelos vistos isso é mito. 
- Porque motivo a Carolina quer tanto falar com você Luan?
- Eu que vou saber Clarinha.
- Nunca percebi o que você viu nela para terem ficado no passado.
- Ela era diferente, quer dizer... - fez uma cara de desagrado - Ela não era ela, ela fingia ser alguém melhor e eu gostava da companhia dela. Além do mais, eu andei com ela por sua causa.
- Minha causa? - mamãe indagou indignada.
- Você foi embora. eu tinha que me virar.
- Aff, me poupe Luan, eu fui embora por sua causa, então a culpa é somente sua. - papai riu, sabia que mamãe estava certa.
- Eu sei marrentinha.
- Por falarem nisso, o que aconteceu para vocês terem terminado? - questionei.
- Depois a gente te conta. - mamãe garantiu e papai a olhou com receio. 



Lucas estava brincando no quarto e os gémeos dormindo, estava sendo um dia legal, mas com a visita de Carolina poderia mudar. Eu não pensei mais nela quando estive fora, e percebi que não preciso dela, tenho meus pais que me amam incondicionalmente e não preciso de ter qualquer relação com a mulher que me abandonou sem escrúpulos. Finalmente a campainha tocou e Cida a abriu. Carolina entrou meio receosa e assim que nos viu na sala ficou tensa.



- Cecília, você já voltou? 
- Parece que sim. - respondi normal e ela sorriu de canto.
- Está melhor?
- Ótima. - beberiquei o chá e olhei papai que a esta hora já estava de pé de braços cruzados. 
- Boa tarde Luan, Clara. Eu não queria estar incomodando mas eu realmente preciso de falar com vocês, principalmente com você Cecília. - a olhei confusa.
- Senta Carolina. - papai sugeriu. - Pode ser direta, como deve imaginar você não é bem recebida aqui.
- Eu sei Luan, eu serei rápida. É o seguinte, O Juan...
- Quem é o Juan? - mamãe interrompeu.
- Meu filho, ele tem dois anos. Como estava dizendo, a gente estava brincando no parque e ele saiu correndo, vocês sabem como são as crianças, eu fui atrás mas foi tarde demais, ele atravessou a estrada e ... - soluçou chorando - Ele foi atropelado e está em estado grave.
- Cida traz uma água. - mamãe gritou e eu fiquei estática sem saber o que dizer de tudo aquilo. 
- E porque você nos contou isso? - papai que estava sério indagou.
- Ele precisa de transfusões de sangue, mas eu e o Leandro não somos compatíveis, no hospital também não têm o tipo certo. - me olhou por fim - A minha única esperança é a Cecília. - senti o clima pesar na sala. - Eles são irmãos, vocês querendo ou não. - minha mãe me olhou assustada e meu pai nos olhava. 
- Vocês já tentaram recorrer a outros hospitais?
- Já Luan, mas é difícil, eu não sei o que será de mim se perder mais um filho. Deus me deu uma segunda chance com o Juan e ao mesmo tempo me obrigou a aproveitá-la. Eu não posso ter mais filhos e não posso perder o único que me resta. - vi quando mamãe desviou o olhar emocionada, sempre ouvi dizer que mulheres se entendem e percebem o que a outra sente, talvez por mamãe já ter quatro filhos entenda Carolina.  
- Mas a Cecília é menor. - papai se mostrou reticente.
- Mas se for a única hipótese Luan. - aquele foi o momento em que todos da sala me olharam. 



Eu nunca vi em Juan um irmão, mas isso porque estava com raiva e mágoa de Carolina e Leandro. Agora sabendo de tudo isso eu não estava indiferente, eu estava triste por ele estar no hospital entre a vida e a morte, e só eu o poderia salvar, provavelmente. Kauan foi um idiota comigo mas a coisa mais acertada que ele já em disse foi que eu querendo ou não o Juan era meu irmão, e não merecia que eu o rejeitasse. Foi tomada por isso e por algo que não entendia que decidi aceitar.



- Eu faço isso. - falei por fim - Se eu for a única chance eu quero ajudar, ele não merece estar nessa situação.
- Você tem certeza filha?
- Tenho pai, ele é uma criança, em nada tem a ver com o passado e com tudo que rolou, eu quero ajudar o Juan.
- Obrigada Cecília. - Carolina agradeceu choramingando - Eu sabia que você iria ajudar, o Luan te educou direitinho e te passou os melhores valores. 
- Quando seria isso?
- O quanto antes Luan, eu estou agoniada.
- Amanhã cedo, normalmente tem de ser em jejum né? Então amanhã eu passo no hospital com a Cecília. 
- Obrigada Luan, não sei como agradecer. Eu vou indo, só vim mesmo pedir isso, tenho de voltar para perto do Juan.
- Vai ficar tudo bem Carolina. - mamãe falou sincera. - Seu filho vai sair dessa.
- Obrigada Maria Clara. 



Assim que ela saiu todos respiramos fundo, ninguém esperava algo assim. Mamãe saiu e foi para o quarto mas o olhar preocupado do papai sobre ela me deu a certeza de que algo a mais se passava. Encarei papai e ele desviou o olhar.



- Está tudo bem pai?
- Está filha, mas foi inesperado.
- Eu sei, mas vai ficar tudo bem.
- Vai filha. Você conheceu o menino?
- Aham, ele me chamou de mana. - falei receosa - Eu não...
- Hey, não precisa ficar reprimindo esse sentimento, ele no fundo é seu irmão sim e se você quiser se relacionar com ele tudo bem, a gente entende, afinal se fosse ao contrário a gente iria gostar que você se desse bem com o Lucas.
- É, mas eu não sei se devo, estou confusa quanto a isso.
- Você tem de ouvir o seu coração. - apertou minha mão e se levantou, depois de depositar um beijo em minha testa saiu.



Luan On: 



A vida nos coloca tantas provações na vida que a gente chega a um ponto que nem sabe para lado se virar. Não imaginaria que iria ajudar Carolina, ou simplesmente me sentir solidário com ela. Mas o fato de ser pai me abriu os horizontes e me fez entender muita coisa que não entendia antes. Eu faria tudo pelos meus filhos, matava e morria por eles. Então, eu entendia o desespero da Carolina mesmo querendo que ela se mantivesse longe de mim e da minha família. Foi por entender isso que percebi porque Clarinha mudou a posição fria que aparentou quando Carolina chegou e a posição compreensiva com que adoptou depois de saber o sucedido.



- Amor. - a chamei assim que entrei em nosso quarto, ela estava perto do berço dos gémeos os observando dormir. A abracei por trás e ela se encostou a mim abraçando meus braços que estavam em sua cintura.
- Espero que dê tudo certo Lu, não quero nem pensar se fosse com a gente.
- Eu sei, eu entendo você. - beijei seu ombro.
- A Cecília está de boas com isso?
- Ela está tentando aceitar, é difícil pra ela. Só tem 14 anos e já passou por tanta coisa.
- Ela será um mulher incrível amor. - se virou pra mim e abraçou meu pescoço.
- Será como você. - acariciei seu rosto e ela fechou os olhos - Eu te amo tanto.
- Eu sinto que sim meu amor, eu te amo eternamente. - sorriu abrindo os olhos e selou nossos lábios.



(...)



Cecília estava pronta e saímos cedo de casa. Decidi não levar segurança, era cedo e iríamos no hospital, não seria necessário todo esse alarido. Carolina nos esperava no hospital juntamente com Leandro. Não deixei eles se aproximarem de Ceci, teria de separar as coisas e quando vi Leandro querer se aproximar dela a puxei para mim e rodeei o seu ombro com o meu braço.



- Primeiramente iremos tirar uma amostra e fazer análise. - o enfermeiro explicava - Não vai doer nada princesita. - Cecília revirou os olhos e segurei o riso, ela não gosta que lhe chamem essas coisas, a não ser pessoas que ela ama, como eu.
- Vai demorar muito? - indaguei.
- Não, em vinte minutos saberemos.
- E isso não é muito? - ironizei - Agilize. - falei sério e ele me olhou assentindo.
- Papai. - Ceci me repreendeu rindo assim que ele saiu. - O senhor não muda nunca.
- Me respeita menina. - brinquei e ri com ela.



15 minutos depois....



- Já tenho os resultados. - o enfermeiro avisou, pelo visto valeu a pena o olhar sério, ri com meu pensamento e fui despertado com a Carolina.
- E aí, é compatível?
- Se acalme senhora Carolina, como nos informou, a menina é irmã do Juan e as chances eram enormes e sim, ela é compatível.
- Sério? - Cecília indagou surpresa - Então eu posso ajudar o meu... o Juan? - ri fraco.
- Pode sim, até porque a sua saúde está boa. vamos começar a recolha do sangue.
- Tudo bem. - Ceci se sentou na cadeira e me olhava, me sentei ao seu lado e fiquei observando tudo. - Depois eu posso ver ele? - indagou receosa.
- Claro que sim. - o enfermeiro respondeu.



Depois do sangue recolhido Cecília conseguiu ver o menino rapidamente. Iria esperar do lado de fora mas ela me puxou pela mão, Carolina e Leandro não se importavam e entrei. O menino estava desacordado e com vários ferimentos. Não pude deixar de reparar que tinha algumas parecenças com a minha filha, o nariz e as bochechinhas que ela tinha quando criança.



- Obrigada por ter vindo comigo papai. - me agradeceu assim que saímos do hospital.
- De nada filha, já tem as coisas mais claras quanto ao que sente pelo menino?
- Eu me senti muito bem em ajudá-lo, e... - me olhou procurando as palavras - Acho que vou me aproximar dele, você e a mamãe se importam?
- Não filha, ele é seu irmão, e você é a única irmã que ele tem.
- É, eu não me imagino sem o Luquinhas por isso acho que o Juan irá gostar de crescer com uma irmã também.
- Você está diferente Ceci. - constei.
- Porquê? - questionou confusa.
- Está mais madura, mais séria, mais determinada. Estou gostando de te ver assim mas não esquece da sua essência.
- Isso nunca papai, apenas estou aprendendo aos poucos com a vida. - ri.
- Parece uma moça mais velha falando, você tem muito tempo pra crescer.
- Eu sei papai, não se preocupe.



Cecília On: 



Um mês se passou, fiquei sabendo que o quadro clínico do Juan melhorou e que ele acordou. Com certeza que o iria visitar em breve. Hoje começariam as aulas, o que me alegrava e motivava era ver Henrique.



- Seu pai chega amanhã né? - me perguntei.
- Sim, ele ligou ontem e disse que amanhã de manhã chegaria em casa.
- É, ele me chamou pra passar a tarde lá em sua casa.
- De novo? - indaguei admirada.
- Ele quer a desforra do video game.
- Vocês dois juntos não dá certo.
- Claro que dá. Meu pai não tem tempo de se divertir comigo então tendo o seu pai é super bom sabe? Não cobro do meu pai, ele trabalha e quando pode está comigo, mas é diferente.
- A diferença é que o meu pai quando quer é uma criança autêntica. - zoei e Henrique riu.
- Eu não diria isso perto dele.
- Ele sabe. - dei de ombros - É das coisas que mais amo nele, mas fico feliz que você vá lá em casa.



Henrique passou a tarde com meu pai como combinado. Minha mãe ria deles, era estranho o meu pai ter uma amizade com um rapaz tão novo como Henrique, da idade da filha. Mas meu pai estava sendo ele mesmo. Mamãe arrumou uma mesa com um lanche gostoso e nos reunimos na sala. Os gémeos só dormiam. Minha afilhada acordou e a peguei no colo brincando com ela.



- Luan será que no fim de semana eu posso levar a Cecília numa festa? - Henrique perguntou a meu pai nos surpreendendo a todos.
- Que tipo de festa Henrique?
- Uma festa que os filhos dos amigos dos meus pais organizam todos os anos, é como se fosse uma tradição para que os filhos tenham a mesma amizade que os nossos pais têm.
- É onde?
- Num salão de festas aqui em Sampa, costuma ser bem calmo e tranquilo. Sei que o senhor pode estar com o pé atrás ainda mas ela estará comigo e nada de ruim acontecerá. - Papai segurou um sorriso. - Eu trago ela em casa na hora que você marcar. - Henrique falava sério e responsável.
- Ela pode ir sim. Mas não quero que haja confusão Henrique, estou confiando em você.
- Pode confiar.



(...)



A festa chegou. Papai estava viajando e como gostava tanto de Henrique nem colocou limite de hora mas o chato do meu melhor amigo disse que por volta da meia noite eu estaria em casa. Não adiantaria relutar, ele levava sempre a melhor. Me arrumei e mamãe apareceu no quarto me ajudando a arrumar o cabelo. A festa era um pouco formal e chique.





Assim que chegámos pude ver como o salão era enorme e bem decorado. Henrique me ajudou a sair do carro e entrelaçou nossas mãos. Sorri e ele retribuiu, seguimos e pelo caminho Henrique encontrava alguns conhecidos.



- Chegou o nosso caçula. - um rapaz loiro alto gritou assim que entrámos no salão onde a maioria das pessoas estavam. - E trouxe a namorada.
- Cala a boca Rogério. Pessoal esta é a Cecília, minha melhor amiga. - me apresentou para todos.
- Não adianta vir com essa de melhor amiga, é linda demais só pra ficar como amiga. - o tal do Rogério falou e Henrique revirou os olhos.
- Mas é só melhor amiga, o que não significa que você não tenha de se manter longe na mesma, entendeu? - Henrique returcou e o Rogério riu.
- Fica relax amigão, sou de boas.
- Não liga, muitos são idiotas.
- Parecem legais.
- Vamos beber alguma coisa. - me puxou até á mesa e nos servimos de um suco.



A música soava e era bastante animador, toda a gente era muito simpática e com boas energias. Comemos alguns dos petiscos que tinha na mesa e nos acabámos na dança.



- Cecília vem comigo.
- Onde? - indaguei vendo a cara séria dele.
- Lá fora, é rápido. - lhe dei a mão e seguimos por entre as pessoas até chegar do lado de fora que era rodeado por um jardim lindo. Henrique discou algo no celular e ligou para alguém.



Realmente o barulho do lado de dentro não estava propício a chamadas telefónicas. Alguém esbarrou em mim e quando dei conta era o Rogério. Me pediu desculpa e se afastou um pouco acendendo um cigarro. Fiquei encarando, eu já não via alguém fumar há muito tempo, e estava conseguindo conviver com isso. Mas aquele cheiro se fez mais presente e olhei Henrique que falava no celular.



- Você fuma Cecília?
- Já não. - respondi desviando o olhar, não seria nada bom continuar observando.
- Já não? Nossa, você é uma caixinha de surpresas. - riu fraco.
- É, são tempos que pretendo manter no passado.
- Muito distante?
- Não, um passado bem recente.
- Me desculpa, eu não sabia, se preferir eu vou fumar para outro local.
- Não, fica á vontade, eu aprendi a me controlar e tenho de passar por isso, senão nem vale a pena sair de casa. - ri descontraída.
- O que vocês tanto conversam? - Henrique interrompeu.
- Estávamos falando do passado da Cecília e da fase rebelde dela.
- E desde quando você fuma Rogério? - Henrique indagou surpreso.
- Faz pouco tempo amigão, mas não aconselho ninguém.
- Porque não larga? - perguntei num impulso.
- Não é assim tão fácil, você deve saber bem disso.
- Eu sei, mas você só precisa ter uma motivação.
- Qual foi a sua?
- Minha família. - respondi rapidamente.
- Você teve ajuda? - indagou curioso e Henrique me abraçou de lado acariciando meu braço.
- Tive, é importante você se sentir apoiado sabe? Por isso só depende de você. - Piscou o olho agradecendo e voltei pra dentro com Rique.
- Você falou tão bonito. - me elogiou - Seu pai ficaria orgulho se te visse falando assim.
- Tenho certeza que você fará questão que ele saiba. - ri fraco e ele revirou os olhos me juntando mais a ele.
- Eu quero te mostrar uma coisa.



Saiu me puxando pelo jardim e depois de caminharmos um pouco chegámos num local com uma fonte iluminada. Henrique soltou nossas mãos e me pediu para observar o espectáculo de cores até me surpreender com o que eu menos esperava.





Boa noite *-* Carolina foi atrás de Cecília por causa do filho e parece que Cecília está aceitando mais o fato de ter um novo irmão. Apoio dos pais ela tem. E essa festa? Colocou á prova a nossa menina, mas ela se saiu muito bem, esperemos que continue assim. Luan está amigaço do Henrique e até confiou nele para levar Cecília na festa. Mas o que será que aconteceu? Que surpresa o Henrique lhe fez? Comentem por favoooooor ! Beijos enormes! <3