terça-feira, 23 de junho de 2015

Capítulo 32

- Está pronta Maria Clara? - o fotografo me perguntou.
- Aham. - respondi um pouco constrangida. - Mas vai ter de ser paciente, nunca fotografei desse jeito antes. - ri fraco descontraindo.
- Sem problema, mas não precisa ficar receosa, por você usar roupas curtas e o ensaio ser numa cama não significa que terá de mostrar demais, a sensualidade numa mulher está no seu olhar, nos seus gestos, nas suas expressões, não em apenas mostrar o corpo, não se preocupe com isso. - respirei aliviada.
- Agora você me tirou um peso das costas.
- Eu estudo as minhas modelos, sabia que estava insegura, mas não se preocupe. Apenas seja você mesma.
- Vai lá amiga, o Rúben tem razão, você é sensual só em olhar, vai arrasar. - Bia me incentivava super empolgada, como sempre.
- Você também daria uma ótima modelo. - Rúben elogiou Bia que o olhou daquele jeito de flertar.
- Essa é a minha amiga. - zoei mas acho que só ela ouviu.


A pedido de Rúben fiz várias poses, indo me libertando aos poucos. Era uma nova experiência e estava adorando aquilo. Bia também dava ideias de poses a fazer e no final pude ver algumas fotos.




Voltei para casa ao final da tarde e meus pais já se sentavam para jantar. Aproveitaria este momento para os informar dos meus planos.


- Como correu o ensaio filha?
- Bem mãe, nunca achei que fosse tão legal.
- Gosto de te ver assim, animada. - meu pai constatou.
- Larica preciso falar com você depois. - o olhei um pouco sério e assenti.
- Eu também preciso falar com vocês todos. - avisei me servindo da comida.
- Fala filha.
- Eu estou pensando em me mudar para um apartamento. Acho que está na minha hora de morar sozinha e viver por mim. - falei de uma vez fazendo meus pais se entreolharem.
- Fico feliz em saber dessa decisão. - meu pai começou - Aliás, eu e sua mãe já tínhamos falado nisso.
- Em eu sair de casa?
- Não, em te dar um espaço só pra você. O mesmo faremos com o Hugo.
- Mas eu estou bem aqui. - meu irmão alertou.
- Eu sei meu filho, mas quando estiveres disposto a viver sozinho nós vamos ajudar.
- O que querem dizer com isso mãe?
- Você pode escolher o apartamento ou até mesmo a casa que quiser que a gente paga tudo.
- Mas… - ia protestar mas meu pai me interrompeu.
- Mas nada, nós já tínhamos combinado isso e é um presente pra vocês. Sabemos que não somos os melhores pais, estamos sempre trabalhando, viajando pra fora, mas é para que vocês possam ter tudo aquilo que querem e para que sejam felizes.
- Não vejam como um pedido de desculpas, porque não é, apenas é um presente dos pais para os filhos. Nós queremos muito isso, vocês merecem.
- Nem sei que dizer. - Hugo falou não acreditando.
- Eu sei, obrigado. - falei sincera - Obrigado por sempre pensarem em nós mesmo quando acho que não pensam nem um pouco . - sorri fraco - E obrigado por esse presente, por nos darem asas para voar e sermos independentes.
- Não tens de agradecer Maria Clara, escolhe o imóvel e nos informa.
- Pode deixar pai.


Jantámos em alegria como há bastante tempo não acontecia. Hugo me informou que logo mais seria a audiência de Guilherme e que deveria estar presente com o advogado de Luan. Estava nervosa para isso mas sabia que a justiça seria feita. Durante essa semana estive entretida a ver apartamentos em SP, não queria casa, pois iria me sentir ainda mais sozinha, um apê estava de bom tamanho. Visitei vários e um me agradou bastante, ficava numa zona segura, calma e era um apê considerado de luxo mas nada muito extravagante, ficava na cobertura podendo usufruir de uma piscina na sacada. Ficava perto de Alphaville e mesmo Luan morando lá, não foi esse o motivo que me fez informar os meus pais de que seria aquele. A matéria na revista sairia no início do próximo mês, faltando poucos dias para isso. Ansiedade a mil mas seria um ótimo trabalho. Também estava me preparando para as audições dançando todos os dias. Luan continuava me enviando algumas rosas, não todos os dias mas de dois em dois, ria com isso, realmente ele estava querendo algo e isso me agradava.


- Amiga você poderia decorar o seu apê de um jeito moderno e clean. - Bia me aconselhava aquando da reunião com a decoradora.
- Eu não quero nada de muito luxo, quero algo bonito de se ver mas a minha cara, quero pontos de cor, quero coisas simples, não tudo clean.
- Tenho aqui algo que a irá agradar.


Passei a tarde escolhendo tudo para o apê e estava ansiosa para finalmente o inaugurar. O dia amanheceu cedo com a campainha tocando. A revista tinha me enviado em primeira mão a edição e foi a leitura matinal de meus pais que trocaram pelo jornal. Fiquei feliz que eles gostaram e subi com um exemplar para ler.


- Posso entrar? - ouvi uma voz tão conhecida atrás da porta entreaberta.
- Palavra chave? - brinquei e ele riu.
- Sério? - rimos - Deixa eu ver aqui.
- Seu tempo está acabando.
- Um beijo. - falou sério me fazendo envergonhar atrás da porta.
- Errou. - abri a porta.
- E porque você abriu a porta? - perguntou convencido entrando como sempre abusado.
- Porque senão você abriria. - disse o óbvio e ele riu. - O que está aqui fazendo?
- Vim te pedir um autógrafo. - mostrou a revista e ri com aquele gesto.
- Onde você arrumou isso?
- Ué, tinha na sala, com certeza um exemplar era meu.
- Por acaso não. - fingi.
- Não brinca. - rimos - Porque não me contou disso?
- Não era necessário.
- Claro que era, você toda bonitona aí para quem quiser ver, claro que era necessário. Você ficou maravilhosa, mata qualquer um de amor. - falou me olhando e meu rosto esquentou.
- Ainda bem que gostou.
- Amei, agora me dá seu autógrafo.
- Como quiser fã. - peguei na caneta e escrevi - Prontinho, agora pode ir.
- Tá me despachando? - assenti - Vou mandar não te entregarem mais flores.
- Nossa, machucou. - brinquei e ele me olhou de rabo de olho.
- Você gosta?
- Muito. - confessei e ele sorriu me deixando ali.


Meu apê estava quase pronto e as coisas chegando na data marcada. Tudo estava se encaixando e ficando do jeito que eu sonhei. Terminei meu banho e estava preparada para vestir meu pijama e passar a noite de sábado vendo filmes quando Hugo entrou no meu quarto deixando o seu perfume pelo ar.


- Se arruma, vamos sair.
- Sair pra onde? Tá doido.
- Doida está você em ficar no sábado em casa, vamos comigo e a Bruna numa baladinha, prometo que não se irá arrepender.
- Porque me arrependeria?
- Não sei, mas estou te esperando lá em baixo, vê se não demora.
- Não demora? - gritei o vendo sair - Me espera por  duas horas.
- Agiliza menina. - gritou de volta e fui ao armário escolher uma roupa adequada, optando por um vestido branco e a minha sandália preta.






Luan On: 


- Sábado á noite e você sem show. - Bruna chegou na sala arrumada para sair
- Acontece. - dei de ombros.
- Também acontece que eu vou sair e você vem junto. - a encarei e ela sorria convencida.
- Não quero.
- Luan você é baladeiro e vai preferir ficar em casa? - assenti - E se te prometer que valerá a pena?
- Como assim?
- Apenas sobe e se arruma, depois você verá. - piscou o olho e saiu me deixando curioso.


Tomei um banho rápido, meu cabelo não estava colaborando e resolvi botar um gorro.




Bruna assim que me viu me mostrou a chave do meu carro saindo para não perder tempo. Chegámos na balada que ela me indicou e mesmo sabendo que ela iria ficar com o namorado não me importei, pois encontro sempre algum conhecido. Não ia com intenção de ficar com ninguém, na verdade, desde que tomei a decisão de correr atrás de Clarinha que parei com isso. Mesmo custando imenso conseguir que ela caia nas minhas graças. Assim que ela viu o Hugo foi ter com ele.


- Ainda bem que você veio Luan.
- Porquê?
- Para fazer companhia á minha irmã. - como assim a Maria Clara estava ali?
- Bruna. - ela chegou toda linda cumprimentando minha irmã, mas ainda não me tinha notado.
- Oi pra você também. - brinquei e ela me olhou se surpreendendo.
- Que ótimo que você veio cunha, assim faz companhia ao Luan. - Bruna falou sorrindo matreira e sabia que eles tinham armado pra gente.
- Vamos beber. - a puxei para o bar não a deixando protestar.
- Você sabia que eu viria?
- Claro que não, e você sabia?
- Não.
- Eles armaram pra gente. - ri fraco.
- É, mas você nem se importa né? Adora uma farra.
- Faz tempo que já não vou numa balada.
- É para acreditar? - perguntou com ironia.
- Com todas as letras.
- Que foi hein? Já pegou todo mundo que agora não restam novidades? - continuou sarcástica e semicerrei o olhar.
- Engraçada. Mas a única novidade aqui continua sendo você. - a vi desviar o olhar e perder o sorriso irónico.
- Nem tanto assim.
- Pra mim sempre será novidade, cada vez que te encontro descubro algo novo.
- Ah é? E o que descobriu hoje? - perguntou espertinha e ri.
- Descobri que você assim como eu não está nem um pouco afim de estar aqui e que prefere sair para outro lugar. Adivinhei? - ela deu de ombros e vi um sorriso lhe escapar.
- Adivinhou.
- Então do que estamos á espera? - lhe dei a mão e ela me olhou estranha.
- O fato de não querer estar aqui não implica estar em outro lugar com você.
- Difícil você. - zoei e cheguei mais perto. - Uma dança e depois saímos.
- Sempre jogando baixo, vá, vamos logo dançar. - me puxou para a pista e a acompanhei.


Não informamos ninguém de que sairíamos, pois eles armaram para que ficássemos a noite juntos. Dirigi sem rumo enquanto a música soava na rádio. Maria Clara estava animada e até modões ela cantava junto comigo.


- Está ficando um tempo horrível.- constei.
- Verdade, daqui a pouco chove.
- Você quer ir para algum lugar de sua preferência?
- Não, mas tenho um lugar pra te mostrar, vira á esquerda na próxima.
- Pra onde?
- Você já vai ver. - sorrimos e segui as suas indicações. A chuva começou caindo e vi que estava fazendo o caminho para minha casa.
- Alphaville?
- Quase. Continua e vira á direita.


Em menos de cinco minutos chegámos num prédio novo e não entendi onde ela queria chegar. Ela falou com o porteiro e estacionei no interior.


- O que tem aqui pra você me trazer?
- Eita menino curioso. Aguenta mais um bocadinho.


Pegámos o elevador e pelo que percebi parámos no último piso. Ela abriu a porta e me deu espaço para entrar acendendo as luzes onde pude ver uma enorme sala com móveis por montar, peças decorativas para serem colocados no lugar.


- Bem vindo ao meu apartamento. - falou feliz e fiquei surpreso, não esperava isso.
- É seu? - ela assentiu - Nossa, é muito lindo. Mas a melhor parte é ficar perto de minha casa.
- Tinha de vir com as suas piadinhas.
- Porque vai se mudar?
- Preciso, quero me sentir livre e capaz de viver por mim.
- Bom argumento, espero que me receba sempre. - falei convencido e ela semicerrou o olhar negando enquanto segurava o riso. - Me mostra o resto.


Ela me levou na cozinha que estava quase toda arrumada, no banheiro que estava pronto, no quarto de hóspedes, e no seu quarto que apenas tinha a cama montada e feita, assim como um criado mudo.


- Já dormiu aqui?
- Não, mas quando quiser já está prontinha pra mim.
- E sua academia?
- Ainda está em obras, para colocar isolamento acústico como tem no seu quarto e no estúdio do Hugo, senão os vizinhos vão se queixar.
- E a sacada tem uma vista linda né? De minha casa tem, daqui que é bem mais alto é ainda mais linda.
- Vamos ver. - me puxou para o lado de fora e pude ver uma piscina ali.
- Nossa, viva o luxo. - zoei e ela riu me batendo de leve.
- Só pra quem merece. - ri e a chuva fez questão de cair com mais intensidade. - Nossa, adoro. - falou e correu para a parte descoberta se molhando.
- Maluca, vai ficar doente.
- Vem também, é maravilhoso ficar debaixo  da chuva.
- Não inventa Clarinha. - tentei a convencer a desistir mas ela pegou em minha mão e me puxou.


Mas por o piso estar molhado ela escorregou e a segurei ficando a poucos centímetros de sua boca. A chuva caía intensamente sobre a gente e o nosso olhar queimava feito fogo. A coloquei de pé em segurança mas a distância entre a gente só diminuía.


- Sempre quis fazer uma coisa na chuva. - ela me falou olhando em meus olhos profundamente.
- O quê? - indaguei atordoado com aquele momento sentindo a água escorrer em meu rosto.
- Lembra da palavra chave? - não acreditei no que ela estava insinuando mas não iria perder tempo em pensar, colei nossos lábios que mataram a saudade.


Terminamos com selinhos e ela voltou a me beijar. Já estávamos encharcados e por mais que a chuva pudesse nos resfriar, era boa de ser sentida, apenas por aquele momento. Levei minha mão á sua bunda e ela subiu em meu colo apertando suas pernas em minha cintura.


- Para o quarto. - ofegou e caminhei lentamente, ela queria, ela que me pediu, poderia ficar mais feliz?
- Você que manda. - explorei seu pescoço nos guiando.


A deitei na cama e tirei logo a sua roupa molhada fazendo o mesmo com a minha, evitámos encharcar a roupa da cama e de continuarmos daquele jeito. A sua boca era sedenta e sempre que parava um beijo partia para outro. Percorri todo o seu corpo com os meus dedos a sentindo se arrepiar. Maria Clara ofegava e retribuiu passeando pelo meu corpo com leves beijos. Ela foi na gaveta do criado mudo e tirou algo me dando, e só aí vi ser um preservativo.


- Preparada hein? Já estava com segundas intenções safadinha.
- Com você não tem como não pensar. - confessou e sem me deixar responder me beijou de um jeito envolvente.


Me protegi e logo a penetrei a fazendo ofegar a cada estocada. Era insaciável e eu louco por matar a sua sede e manter o seu fogo aceso, sempre pedindo por mais.


- A chuva te faz um bem danado. - ri e ela me olhou enquanto repousava em meu peito.
- Você foi a pessoa certa na hora certa.
- Apenas isso? Pensei que seria a pessoa certa em todas as horas.
- Dramático. - me zoou rindo.
- Deixa eu salvar meu celular. - me levantei o tirando do bolso das calças antes que a água da chuva o estragasse.
- Vem deitar. - me chamou de volta e me aconcheguei nos cobrindo.
- Você queria mesmo isto? - precisava ter certeza que não era coisa de momento.
- Não deu pra perceber que sim? - sorri com a sua resposta.
- E agora?
- Agora vamos dormir, amanhã a gente conversa, estou cansada.
- Clarinha… - a chamei mas em vão, ela já tinha apagado e fiz o mesmo desejando para que no dia seguinte nada disso tivesse passado de um sonho. 





Bom dia amorecos! Ontem, por motivos de falta de tempo e de internet, falhei com vocês e não postei, mas para compensar hoje tem um capítulo enorme *-* Espero que vocês gostem e me perdoem kkkk 
Maria Clara adorou o ensaio, será que virão mais por aí? Luan adorou e até autógrafo pediu, bobinho. 
Irmãos de complô para juntar os dois kkkkk mas parece que saíram bem cedo da balada para se divertirem sozinhos. Clarinha deu uma de safada e não desperdiçou o momento kkkkk E agora o que eles irão conversar? Será que vão tentar de novo ou apenas seguir em frente? Comentem bastante :p Beijos e bom S. João pra vocês <3

8 comentários:

  1. Amei as fotos do ensaio da Clara , essa atitude dela só deixou bem claro que ela ta abrindo o coração e dando espaço pro amor entrar e habita-lo . *Laiaraujo

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  2. Amei, amei amei! Mulher tomando atitude, é assim que eu gosto! Quero mais.

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  3. A Maria Clara perto do Luan não tem como não ser safada ahah!! Os dois são perfeitos *-*

    Priscila

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  4. Maria foi espertinha e foi morar bem perto do Luan. rs
    Se ficam bem quando estão juntos, pra que complicarem, né? Veremos os próximos capítulos. :)
    Aí tem festa junina também?

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    1. Né ? Kkkkk ela sabe -a toda kkkk
      Tem sim! São as festas dos santos populares e na minha zona festeja-se mais o São João :) em Lisboa tem o santo António, com os famosos casamentos ao contrário de vocês que é o dia dos namorados ahhaj

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