sexta-feira, 31 de julho de 2015

Capítulo 68

Acordei sozinha na cama mas assim que abri os olhos vi Luan no mesmo local que a noite passada, apenas de cueca. Parecia pensativo. Vesti a minha calcinha e a camiseta dele e fui pra perto do meu noivo.


- O que tanto te preocupa meu amor? – me sentei em seu colo e lhe dei um selinho.
- Não gostei de sentir ciúme de você. Nunca fui assim e sei que você ficou irritada, porque também fico quando você tem as suas crises, e eu não quero brigar contigo por implicância e ciúme.
- Mas eu não posso fazer nada.
- Eu sei, mas só te peço para me contar tudo logo de cara.
- Só não queria te chatear.
- Eu sei, vamos tomar um banho agora para curtir o dia.
- Vamos. – fomos nos beijando até o banheiro onde começámos o dia nos amando.


Mari levou Cecília lá e a arrumei. Passamos o dia na praia e peguei no meu celular vendo a tal foto que Luan e Ceci tanto comentavam sobre mim. Nem lembrava que Luan tinha me fotografo. Decidi comentar, mesmo que ele nem desse conta entre os milhões de comentários que as suas fotos tinham. “Prometo ser só e apenas sua, pela eternidade ♥”. Luan não saía da água parecendo um peixe. Já eu preferia apanhar um sol para ficar com uma corzinha.


- Mamãe posso bincar com seu celular?
- Pode filha mas não estraga hein? – ela se sentou na minha espreguiçadeira e ficou mexendo.
- Amor vem pra água, é uma delícia, quentinha. – Luan se sentou ao meu lado me molhando toda.
- Daqui a pouco.
- Agora amor. – me puxou insistente e acabei indo. - Ceci cê quer vir?
- Não papai.
- Clarinha você quer fazer mergulho comigo?
- Você vai fazer?
- Lógico, não perco a oportunidade de fazer nestas águas, todo o mundo vai.
- Eu nunca fiz.
- Mais um motivo para ir.
- Quais são os outros?
- Ficar comigo. – falou convencido e me abraçou me levando para longe da costa. - Amor estou achando que minha irmã e seu irmão estão brigados.
- Porque você diz isso?
- Eles andam sempre de mão dada, sempre próximos e hoje parece que estão se estranhando. – encarei os dois e realmente não deveriam estar bem, Bruna estava junto das amigas e meu irmão conversando com Marquinhos.
- Como você reparou nisso? Pensei que fosse distraído pra essas coisas.
- Eles nos habituaram a tanta melação que é fácil dar conta.
- Fiquei curiosa. – ri fraco – Quero saber o que eles tem.
- Também eu. – me abraçou pela cintura e me beijou até nos faltar o ar. – Quando a gente voltar podemos começar preparando o nosso casório.
- Não quer perder tempo hein? – brinquei.
- Não tem porque perder.


Voltámos para a areia e Cecília já estava brincando na areia sossegadinha, até demais. Depois do almoço Luan pegou um guarda sol para proteger a menina já que o sol era mais forte.


- Achei ela bem caladinha amor. – Luan constatou.
- Sabe que estou com uma sensação estranha desde que voltámos do mar?
- Será que ela está ficando doente?
- Espero que não. – repousei a cabeça no ombro de Luan que dividia a espreguiçadeira comigo.
- Vamos tirar fotos amor, pega no seu celular aí. – tirei da bolsa e quando reparei a tela estava quebrada. – Ué, quebrou?
- Parece que sim, mas não lembro dele cair.
- Talvez foi na sua bolsa.
- Ou foi a Cecília. Eu dei para ela brincar.
- Por isso ela está desse jeito.
- Pode ser. – suspirei – Que saco.
- Depois você conserta.
- Daqui a três semanas.
- Não vai ficar stressada por isso né?
- Vou Luan, eu pedi para ela não estragar e o que ela faz, estraga.
- Criança amor.
- Ser criança não é desculpa pra tudo. – me levantei.
- Onde cê vai?
- Pegar um batido de frutas.


Encontrei Bruna com Anita e Dani lá também. Ela conversava com as meninas e não parecia muito calma não.


- Cunha que está acontecendo?
- Nada Ma.
- Como nada, eu sei que está se passando algo, até seu irmão deu conta.
- Foi o Hugo. – falou com raiva.
- Que ele fez?
- Ficou de conversinha com umazinha lá de Sampa.
- Que umazinha?
- Uma cantora que quer compor com ele.
- Mas cunha é o trabalho dele.
- Eu sei, mas é escusado de ficar de papinho furado com ela no whats. Cê acredita que até fotos dela mandou?
- Fotos?
- Sim, selfies. Ainda bem que não são nudes porque aí eu iria matar os dois.
- Mas o Hugo puxa assunto?
- Não, mas ela é uma abusada, fica sempre querendo conversar, seu irmão não quer parecer mal educado e dá trela. Aí eu peguei no celular dele e mandei uma mensagem pra ela, avisando que estava de férias e que quando voltasse resolviam essas coisas de trabalho.
- Você está chateada por eles conversarem?
- Não, estou chateada porque ele brigou por eu ter feito isso.
- Não me quero intrometer, mas se você quiser posso falar com ele. Sei o quanto isso é chato e você tem razão.
- Não precisa, ele terá de perceber. – dei de ombros e voltámos.
- Clara já pensou no casamento?
- Tá parecendo o Luan Anita. – ri fraco – Ele está mais aflito do que eu.
- Ele quer te amarrar logo.
- Tô achando que quer mesmo Dani.


Luan bebericou da minha bebida e foi conversar com os amigos. Hugo olhava de rabo de olho Bruna. Esses dois brigados eram fogo. Cecília acordou e ficou me olhando.


- Pode falar filha. – incentivei.
- Não é nada mamãe.
- Melhor você falar Cecília. – usei um tom mais sério e ela formou um biquinho querendo chorar.
- Desculpa, eu quebei o celular, ele escolegou das mãos e bateu na cadeila. – chorava sufocada.
- Porque não me falou logo?
- Não quelia que você bigasse comigo.
- Mas brigo na mesma, poxa filha eu te deixei brincar e você estraga, assim não dá.
- Desculpa.
- Não me peça mais nada pra brincar.
- Oh princesinha está chorando? – Luan chegou pegando nela.
- Não vem passar a mão não.
- Clara releva.
- Releva? Se fosse com você queria ver se reagiria assim.
- Não exagera, eu posso te dar os celulares que você quiser.
- Não preciso do seu dinheiro, obrigada. – falei rude e Luan bufou saindo com Cecília para o mar.


Avisei Mari que iria dar uma volta pela praia sozinha e saí. Hugo me apanhou me fazendo companhia.


- E aí não se resolve com a gata?
- Ela fez algo que não gosto.
- Se quer a minha opinião, eu concordo com ela.
- Ela mexeu nas minhas coisas, e se a menina não quiser trabalhar mais comigo?
- Você deveria ter separado as coisas logo desde o ínico. A Bruna tomou a decisão certa, você está de férias, esquece o trabalho.
- Seu namoradinho esquece né? – ironizou.
- Até agora sim, se está de férias tem de estar realmente, não tem de estar marcando reunião e etc.
- Tá bom, eu vou conversar com ela. Mas ela está estranha estes dias também.
- Estranha?
- É, pensativa demais. Pior que nem se abre pra mim.
- Não sei que poderá ser.
- Ia caminhar sozinha?
- É, a Cecília quebrou meu celular e briguei com ela, nada demais, mas o suficiente para o Luan não dar importância e a mimar.
- Está foda para a gente Larica. – rimos.


Acabei encontrando Caio que conversou alegremente comigo. Ele era legal e acabou pedindo para o levar ao Denis. Chegámos conversando e rindo demais. Luan não estava ali no grupo nem Cecília.


- Amiga cê viu o Lu?
- Tá no barzinho. – passei o olho por lá e o vi atendendo alguma galera, quer dizer, algumas moças que estavam próximas demais dele brincando com minha filha.
- Vocês brigaram?
- Não, acho que não. – senti o olhar de Caio sobre mim.
- Vai lá, essas pirigas pensam que ele está sozinho.
- Vou não, não quero ser a namorada chata.
- Só está cuidando do que é seu.


Vi Hugo sair com Bruna para o mar, com certeza conversariam. Fiquei conversando com Bia e não havia jeito de Luan voltar.


- Amiga para de ficar olhando e vai logo lá.
- Não vou. Mas me diz quando posso passar no seu consultório.
- Quando quiser gata, só me avisar, e leva seu noivo, já o avisei que estou esperando por ele lá, mas ele não aparece nunca.
- Homem ocupado. – rimos.
- Mari você ainda dança?
- Sim Caio, e agora estudo também.
- Eita, é universitária? – zoou.
- Quem diria né? E você?
- Estou estudando também, engenharia quimíca.
- Em Jurerê?
- Não, Sampa.
- Conhece o Marcos Toledo?
- Meu amigaço, já não o vejo faz tempo, ele fez intercâmbio.
- É, ele fez comigo. A gente namorou este ano que passou.
- Sério? Então você era a gata que diziam namorar com ele.
- Parece que sim. – ri fraco.
- Porque terminaram?
- Amores maiores falaram mais alto.
- E noivou logo?
- É, na verdade o Marcos me pediu em casamento antes.
- Ele teve coragem? Estava mesmo apaixonado para fazer isso. – brincou e ri.
- Estava, ele nunca me escondeu isso, mas não era recíproco sabe, não poderia fazer nada. Agora só espero que ele me procure para a gente continuar amigo, como combinado.
- Ele é gente boa.
- Uma das melhores pessoas que conheci.
- Clara. – Ouvi Luan falar firme atrás de mim e me virei para o olhar. – Vem comigo.
- Pra onde? Estou bem aqui, vai lá atender as suas fãzinhas.
- Clara preciso falar com você, será que pode me ouvir.
- Que chato Luan. – me levantei impaciente.
- O que esse cara está fazendo aqui? 
- Encontrei com ele por aí, porquê não estava gostando da companhia?
- Deixa disso, só estava atendendo o pessoal.
- Atendendo e sabe mais lá o quê.
- Mais nada, já você, saiu por aí com o Hugo e volta com esse…
- Esse rapaz, que por acaso é bem simpático e gente boa.
- Sua filha está sentida com você, está querendo que você a desculpe, mas se ele é mais importante do que isso, pode continuar aí.
- A conversa que tivemos esta noite não deu em nada né?
- Deu, para eu perceber que mesmo não gostando que você fique de papo com ex-ficante, você não liga e fica de papinho.
- Fico mesmo, você não é meu dono e nem estou te desrespeitando.
- Espero que não.
- Criança. – xinguei e ele me fuzilou.
- Sabe o que você parece? Aquela moça insolente quando nos conhecemos.
- Olha que bom pra você, pode matar saudade.
- Chata. – me xingou e quando ia retrucar senti ele me dar uma juntada colando nossos lábios num beijo intenso descendo sua mão para a minha bunda.
- Hum…Luan – parei o beijo e ele me olhou com graça – Onde está a Ceci?
- Com a Fernanda.
- Vou lá.
- Nananinanão, está na hora do mergulho.


Só meus sogros ficaram na praia com Cecília. Caio acabou voltando para a praia onde estava. Toda a galera foi para o mergulho e Bruna e Hugo pareciam já se terem entendido. Foi incrível aquela experiência e Luan ensinava super bem, não me largando um minuto. 


- Cecília senta aqui.
- Me desculpa mamãe, eu não quelia mesmo, foi sem queler, não biga comigo mais.
- Tá, mas não inventa de fazer asneiras de novo.
- Eu julo. – a puxei para o meu colo e ela me abraçou.
- Amor falou com a Bruna? – Luan saía do banho.
- Falei, meu irmão estava de conversa fiada com uma cantora que quer compor com ele.
- Por isso ela estava chateada?
- Não, sua irmã avisou a garota que ele estava de férias para não falar nada de trabalho agora, e meu irmão não gostou.
- Seu irmão nunca gostou muito que a gente mexesse nas coisas dele.
- É, mas sua irmã tem razão.
- Tem?
- Claro que tem, a garota estava sendo abusada demais, mereceu mesmo um toco. Se fosse você eu mandava a menina pastar e ainda te batia por dar conversa. – Luan me olhou assustado - Mas o Hugo falou que ela estava estranha por outra coisa qualquer.
- Deve ser TPM, ela fica uma ferinha nessa fase.
- Mas se fosse ele saberia não? Você sabe a minha né?
- Mais ou menos, eu sei que quando você fica bipolar está na TPM, mas ás vezes demoro a entender.
- Normal. – zoei e ele me fuzilou.


Tomei meu banho e levei Cecília junto para adiantar. O jantar estava gostoso demais. Na receção do resort nos informaram que haveria cinema numa das salas e decidimos usufruir. Luan aproveitou o escurinho para alisar minhas pernas. Lhe dei um tapa de leve e ele me olhava achando graça. O filme tinha começado e Bruna saiu rapidamente com Anita.


- Hugo onde ela foi?
- Não sei, disse que precisava ir no banheiro.
- Amor vou ver sua irmã. – avisei Luan.
- Porquê?
- Acho que sei o que ela tem. – saí o deixando sem entender.


No banheiro Anita segurava a cabeça de Bruna enquanto ela vomitava na privada. É, as minhas suspeitas estavam certas.


- Não acredito cunha. – falei alegre.
- Nem eu, a comida estava tão boa, como me fez mal?
- Você ainda não percebeu o que tem?
- Está falando do quê Clara? – lavou o rosto me olhando estranha.
- Aposto que a sua menstruação está atrasada, seus seios mais doloridos, seu humor alterado. Você está grávida.
- Não. – falou assustada – Não brinca com isso Maria Clara.
- Faz o teste e depois vê se não tenho razão. – sorri de canto e voltámos para o cinema.
- Então o que ela tem?
- Deixa ter confirmação, depois você saberá.
- Confirmação? Me conta agora.
- Eu suspeito apenas.
- Tá, mas me conta.
- Promete não pirar?
- Falando desse jeito até parece que ela está grávida ou outra coisa do tipo. – brincou e o olhei séria assentindo.
- Está amor, pelo que pude perceber ela está grávida sim. – sussurrei só para que ele me ouvisse e o vi com o olhar perdido.
- Ela tem 21 anos, é uma criança.
- E meu irmão tem 25 como você, é homem trabalhador e com certeza lhe dará a estabilidade que ela precisa.
- Será isso mesmo?
- Não sei, por isso falei da confirmação, embora sua irmã não esteja muito crente quanto a isso.
- Meus pais vão pirar, minha mãe sempre nos mandou proteger e tomar cuidado.
- E parece que nenhum dos dois deu ouvidos.
- Estou parvo amor. – se moveu olhando Bruna.
- Não dá nas vistas.
- Não imagino minha irmã esperando um bebé.
- Posso estar errada ok? Não pira já.


Os dias se passaram e em breve viajaríamos para a Tailândia. Participávamos de todas as atividades do resort durante a noite, mesmo com Cecília que era toda dada á farra, pai chapada.


- Bruna sai desse banheiro. – pedi impaciente depois de quinze minutos fechada fazendo o teste.
- Queremos saber o que deu Bubu. – Anita falou. Tínhamos dado um salto da praia para que ela tirasse as dúvidas.
- Eu tenho medo que dê positivo.
- Um filho não é nada de grave cunha, só você cair na real e amar o seu bebezinho.
- Não fala assim Maria Clara, não quero estar grávida.
- Meu irmão amaria.
- Nunca falamos disso. Meus pais me matariam. – choramingou.
- Não mataram seu irmão.
- Ele é homem.
- Eu contei pra ele que desconfiava, alguma coisa ele te ajuda.
- Ou ajuda a me matarem. – dramatizou.



Ela saiu tensa com o rosto vermelho de chorar e nos deu o teste para conferir, ela realmente estava nervosa demais pois nem quis olhar com a gente. Anita e Dani pegaram as caixas dos vários testes que ela fez e conferimos em cada um o resultado. 





Eita, deu treta ! kkkkk Maria Clara brigou com a menina e Luan não gostou muito, mas depois se entenderam. E essa suspeita da Bruna será verdade mesmo? Comentem amores, por favor, beijocas <3

quinta-feira, 30 de julho de 2015

Capítulo 67

Comecei fazendo as malas e Luan me ajudava escolhendo algumas roupas do closet. Cecília brincava com o urso enorme enquanto assistia desenho.


- Amor que caixa é esta?
- É…- o olhei e a peguei a abrindo – As suas coisas.
- Você não jogou no lixo? – sorriu de canto.
- Não, você poderia querer né?
- É esse mesmo o motivo? Ou você não conseguia se desfazer de tudo que se relacionasse a mim?
- Não sei, eu no momento só não queria nada que me fizesse lembrar você. O urso que é grande demais para guardar.
- Você acreditava que a gente voltaria né? – acariciou meu rosto.
- No fundo eu acreditava sim, tudo que queria era acordar daquele pesadelo.
- Já acordou e agora é hora de viver o nosso sonho. Estou doido pra me casar com você e viver aqui.
- Mal posso esperar. – me deu um selinho e continuei arrumando.


No dia anterior á viagem Luan me levou para casa dele, já que sairíamos pela manhã, o meu irmão fez o mesmo, visto que meus pais não iriam por trabalho, assim como a galera do Paraná que ficaria em casa de Luan também. Jantei com a sua família e Luan e Amarildo eram os únicos que sabiam para onde iríamos. Depois de tomar um banho fiquei com Ceci vendo TV enquanto Luan se banhava.


- Amorzinho do papai vamos pra sua caminha? – Luan saiu do banheiro já com cueca e camiseta.
- Ah papai mas quando tu tá em casa eu dumo sempe aqui.
- Mas a mamãe vai dormir com o papai.
- E eu num posso? – olhava confusa para Luan.
- Amor deixa ela dormir com a gente, a cama é grande o suficiente e lá no apê também já dormimos.
- Pois é papai, mamãe tem razão.
- Amor não dá força. – Luan me olhou e percebi que ele queria algo mais.
- Entendi, mas amanhã acordámos cedo, está fora de questão rolar alguma coisa.
- Uma rapidinha.
- Que é isso papai?
- Luan para de falar essas coisas na frente na menina.
- Não falei nada demais.
- Esquece isso e vem deitar. – a contra gosto se deitou e Cecília já estava cansadinha, então me abraçou pelo pescoço enquanto mexia no meu cabelo.
- Vai dormir filha? – Luan indagou.
- Shii. – Ceci falou baixo sonolenta.
- Antes você abraçava o papai pra dormir, agora só quer a mamãe. – fez manha e ri baixo.
- Papai tá com ciúme filha. – lhe sussurrei e ela riu de olhinhos fechados.
- O cabelo da mamãe é mais gotoso.
- O quê Cecília Santana? Eu não mereço isto, gasto mó tempo a arrumar o cabelo e a cuidar pa depois a minha filha me esnobar. – fez drama.
- Me abaça papai, assim abaça as suas pincesas. – falou dengosa e Luan riu doce.
- Gostei mais assim. – falou desligando a tv e as luzes nos abraçando em seguida – Amo vocês.
- Te amamos. – respondi ao mesmo tempo que Ceci. 


Acordamos ás 7h da manhã e enquanto Cecília estava na preguicinha abraçada a Luan que era outro preguiça eu me arrumei e fechei a minha mala. Luan logo se levantou com a pequena e a arrumei. Descemos para tomar o café e Bruna estava de óculos escuros.


- Não dormiu cunha?
- Mal.
- Que foi hein? Meu irmão não te deu sossego? – zoei pagando na mesma moeda.
- Larica olha o que você fala, não sou como você.
- Me engana irmãozinho.
- Amor a Bruna é assim mesmo quando vai viajar, fica com insónia e ansiedade. – Luan explicou.
- Ainda bem que você não é assim.
- Ainda bem né? Dormimos feito anjos.
- Parem de me dar inveja. – Bruna resmungou.



Luan On:


Antes das férias pedi ao meu advogado para dar entrada nos papéis de paternidade para que Maria Clara fosse oficialmente mãe da Cecília, ela não sabia que estava em andamento, seria surpresa para quando a gente voltasse. No aero todos me importunavam para saber o destino. Quando a galera toda chegou avisei antes de distribuir as passagens para efetuarem o check-in.


- Pi fala de uma vez. – Bruna suplicou cansada.
- Vão ser dois destinos. Primeiro passaremos uma semana e meia nas Maldivas. 
- Onde?
- Cê ouviu Piroca.
- Ai Deus, lá é um paraíso. – falou boquiaberta – Adeus branquelos, só volto morena.
- Mas ainda não acabou, depois passaremos mais uma semana e meia na Tailândia, tem praias maravilhosas também e além de tudo tem cultura e tradições pra gente conhecer.
- Are baba. – Bia falou nos fazendo rir.
- Isso é Indiano rapariga. – Clarinha a corrigiu.
- Não importa, é tudo oriental mesmo.


Entramos no avião e Cecília olhava tudo. Ela já andou no Bicuço mas é diferente de andar de avião normal.


- Filha melhor você dormir.
- Não tô com sono papai.
- Quer ver um filme?
- Quelo, vai demolar muito?
- Vai filha, mas vai valer a pena.
- Posso ficar do lado da janela?
- Não vai ter medo?
- Não papai. – troquei de lugar com ela e Clara sorriu grande.
- Ainda bem que ela quis mudar, poderei dormir em seu ombro.
- Abusada. – belisquei sua perna e levei um tapa na mão. – Há um ano atrás estava indo para o Caribe e desejando você do meu lado, mesmo que sentisse raiva de você.
- Pegou muito no Caribe?
- Foi só isso que você ouviu? – ri – A parte que pensei em você não importa? É mesmo coisa de ciumentinha.
- Me responde.
- Algumas.
- Muitas né? – ri fraco assentindo.
- Seu galinha.


A viagem era longa demais e deu tempo de assistir uns quantos filmes e dormir bastante. Cecília não se queixou em nenhum momento me deixando aliviado por estar tudo correndo bem. Chegámos pela noite nas Maldivas a e uma van nos levou para o resort de bangolôs onde ficaríamos. Cada casal tinha um, e os restantes dividiam-se entre homens e mulheres. Se de noite com aquelas luzes já dava para imaginar o quão lindo aquilo era, de manhã acordaríamos achando que estávamos sonhando. Jantámos no restaurante do resort e nos preparamos para dormir. Começaria as primeiras férias com a minha filha e noiva.


- Bom dia papai e mamãe. – Cecília gritou nos acordando.
- Eita filha acordou feliz.
- Quelo ir pa paia ué.
- Bom dia meus amores. – Clarinha se espreguiçou.
- Olha só a vista aqui na frente. – me sentei observando aquele paraíso.
- Deus é maravilhoso.
- A água é azul mesmo papai, palece como nos filmes.
- E a gente vai nadar muito.




Pedi café no quarto e assim que nos arrumamos comemos. A galera nos esperava no largo entre os bangolôs e fomos curtir tudo aquilo. Nos informaram que haveria uma festa na balada do resort e combinámos de ir.


- Filha esta noite cê vai dormir no quartinho aqui do lado tá bom?
- Poquê?
- Porque é melhor.
- Mas a cama é gande como a tua em casa.
- Não filha, é mais pequena e como está muito calor aqui, melhor dormir com mais espaço sabe? - a tentei convencer. 
- Tá bom papai, mas se eu acodar posso vir paqui?
- Pode.
- Você não desiste hein?
- Óbvio que não, quero te amar muito neste paraíso. - a abracei e lhe sussurrei a vendo se arrepiar.


Enquanto Clara tomava banho fui dar banho em Cecília. Clarinha saiu e foi a minha vez. Terminei de me arrumar e ela ainda estava terminando a make. Mulher demora demais.


- Amor não passa mais nada no rosto, cê é linda assim.
- Caladinho.
- Cê demora demais. - reclamei e ela me olhou feio, fiquei mexendo no celular e decidi postar uma foto que tirei dela hoje na praia.


"Promete que vai ser só minha? ♥ #maldivascomamor"


- Mamãe tá linda nessa foto papai.
- Tá mesmo filha, sua mãe está maravilhosa. 
- Que foto vocês estão falando aí? 
- Depois você vê, agora se apressa para não atrasar. 
- Já terminei. - passou o perfume e deu uma voltinha toda linda. 




- Tanta produção para no final da noite ficar sem nada. - falei a observando.
- Ai senhor, você tá que tá. - passou na minha frente. 
- Tô que tô, se prepare. - entrelacei nossas mãos e de Cecília.


Encontrámos com a galera e fomos jantar, só depois teríamos a baladinha. Todo o mundo estava adorando o primeiro dia nas Maldivas. A balada não estava muito cheia o que era bom. Pedimos bebidas e ficamos conversando e dançando. 


- Amor vou no banheiro.
- Sozinha?
- A Bia vai junto.
- Óbvio, mulher nunca vai sozinha. - revirei os olhos zoando e ela riu me dando um selinho. 



Maria Clara On: 


- Então já estreou a cama? - Bia perguntou enquanto retocávamos a make. 
- Ainda não.
- Como não Maria Clara? 
- Não ué, temos a Cecília, o cuidado redobrou. 
- É chato?
- Não. Mas hoje ela vai dormir no quartinho dela.
- Se deixar o seu noivo mais um dia na seca é capaz dele panicar. - rimos.
- Aquele lá é fogo.
- Ideal pra você. 
- Nisso somos iguais demais.


Saímos e decidimos passar no bar pra pedir mais uma bebida. Denis conversava com um rapaz que não me era estranho, mas não lembrava quem seria. 


- Ma vem aqui. - Denis me chamou.
- Que é?
- Lembra do Caio lá de Jurerê? - encarei o rapaz mas não lembrava.
- O Caio, Clara. - Bia me olhava como se insinuasse algo. 
- Não está se lembrando de mim Mari, foi assim tão ruim? - fez graça.
- Me desculpa, é que estou bem confusa, realmente não estou vendo quem você é.
- Caio, da festa havaiana em Jurerê, você estava de vestido florido.
- Espera. - pedi e virei o seu rosto dando de cara com a sua tatuagem atrás da orelha. - Você? Que está fazendo aqui?
- Lembrou. - riu - Vim passar férias com meus amigos.
- Você está diferente.
- Posso dizer o mesmo de você Mari. - ele sempre me chamou assim - Está acompanhada? - Assenti - É uma pena. A gente poderia reviver alguns momentos. 
- Tô fora Caio.
- Pois é, a Maria Clara está noiva. - Bia informou.
- Noiva? Nossa, como tudo mudou.
- Conhece o Luan Santana? 
- Claro, mas o que tem a ver com a conversa Bia?
- É o noivo dela. - Caio me olhou e afirmei. 
- Mamãe. - Cecília chegou pedindo colo. 
- Mamãe? Como assim? Você era mãe quando a gente ficou aquela noite? 
- Não, o Luan adotou ela quando a gente se separou e agora que estamos juntos ela é minha filha também. - beijei o rosto de Cecília que olhava Caio. 
- Muito linda.
- Obigada moço.
- Amor. - Luan apertou minha cintura - Tudo bem?
- Aham, foi bom te ver de novo, adeus Caio. 
- Até Mari.


Voltei para a mesa onde estávamos e Luan me olha semicerrado. Cecília saiu do meu colo e foi para perto dos avós fazendo Luan se aproximar mais. 


- Quem era aquele cara? 
- Um conhecido.
- Conhecido?
- É, de Jurerê. - beberiquei um pouco. 
- Amiga não estava acreditando que tu não lembrava do Caio.
- Não lembrava. - dei de ombros.
- Na manhã depois da vossa noite você parecia que iria lembrar pro resto da vida, ás coisas que falava. 
- Bia já passou. - a repreendi.
- Foi assim tão boa Clara? - Luan perguntou sarcástico. 
- Vish, já falei demais. - Bia deu conta saindo.
- Luan foi passado, eu nem lembrava dele.
- Mas estava conversando e até na cara do cara tocou, tava com saudade?
- Pára com isso Luan.
- Não foi você que disse que ficava com os caras que conhecia bem, não com qualquer um?
- E eu conheci ele.
- E na mesma noite treparam?
- Luan? - o repreendi. - Pára com isso, ele estava na festa que o Denis nos levou.
- Mas foi o que eu falei, vocês ficaram sem se conhecerem minimamente.
- Aconteceu, eu estava lá para me divertir mesmo, sem pensar nas consequências. 
- Se ele te fizesse algum mal você não se importaria, estava lá para se divertir né? 
- Pára com isso Luan. - pedi impaciente. 
- Vou parar. - se levantou saindo me deixando sem entender aquela atitude dele. 
- Cunha que foi? 
- Nada Bruna, seu irmão que teve uma atitude que não entendi.
- Que ele fez?
- Me viu conversar com um cara com quem já fiquei e ficou puto com isso.
- O Luan?
- Ele mesmo. 
- Ele não é de ter ciúme. - me olhava confusa também. 
- Por isso não entendo. Ele está sendo criança. 
- Vai conversar com ele.
- Ir atrás? Ele não merece, deu piti sem motivo algum. 
- Você que sabe, mas eu tentaria entender porque ele está assim.
- Mas seu irmão é besta Bruna. - me enervei - Se ele está com ciúme porque me deixou aqui sozinha no mesmo espaço que o cara? 
- Luan nunca pensou direito na vida, agora não seria diferente, cê conhece a peça, sabe o retardado que ele é. Vai lá falar com ele, se resolvam. 
- Tá, mas se ele vier se achando o dono da razão pra cima de mim eu atiro ele ao mar. 
- Acredito, depois do que fez com a Raquel. - riu e me levantei.
- Mari vou indo, me dá a Ceci.
- Ela vai passar a noite no nosso quarto nora, o Luan pediu.
- Ele só dá trabalho pra vocês. 
- Que nada, aproveitem. - sorriu doce e saí atrás daquele moleque. 


Estava correndo um vento fresco aquela hora e tentei apressar o passo para não apanhar tanto frio visto que saí de um ambiente quente. Cheguei no bangalô e estava tudo apagado, será que ele não estava ali. Fui ao nosso quarto e o vi na pequena sacada que tinha ali observando o céu. 


- Porque você reagiu daquela forma?
- Não quero conversar.
- Mas vai. - falei autoritária me sentando ao seu lado - É ciúme Luan?
- Ciúme? Sabe que não.
- Então me explica, porque eu já não sei é nada.
- Já falei que não quero conversar. - respirei fundo e o encarei.
- Quem foi o cara que me fez amar de novo? Me responde. - falei firme.
- Eu.
- Quem foi o cara que insistiu tanto para eu dar uma chance?
- Eu. - respondeu normal. 
- E eu dei, como você disse uma vez, daria todas as chances pra gente e porquê Luan?
- Porque vale a pena. 
- Quantas mulheres perdoariam o cara depois dele fazer o que você fez comigo? 
- Poucas...quase nenhumas.
- Qual o seu problema? Tem medo que eu queira ficar de novo com algum cara? É com você que estou, foi atrás de você que eu corri para me colocar este anel no dedo e assumir um compromisso para o resto da minha vida. - falei séria e ele me olhou. 
- Mas quando você viu ele pensou na vossa noite, eu não suporto isso. 
- Claro que não, como eu ia lembrar se nem lembrava de quem ele era? Quando eu digo que te amo estou sendo sincera, não é da boca pra fora, você é o homem da minha vida, o único que me deu um amor que me consome e que me faz arriscar cada vez mais. 
- Como é que você ousa me fazer sentir ciúmes? - perguntou com um sorrisinho de canto.
- Eu não fiz nada.
- Claro que fez, me amou e me fez te amar mais e mais. Eu nunca senti ciúme e agora com você eu sinto.
- Você confessou. - sorri de canto e ele revirou os olhos. - Mas é com você que eu vou casar, por isso não precisa reagir daquela maneira.
- É algo novo pra mim, eu nem sei como haveria de reagir. 
- Aprende comigo, porque a ciumenta da relação sou eu. - ri e me levantei. - Vem. - o puxei para o quarto. 
- Está gostosinho aqui fora amor.
- Prometo que lá dentro estará muito mais. - falei com segunda intenção e ele riu safado. 


O sentei na cama e parei na sua frente tirando as minhas sandálias. Desci meu vestido ficando apenas de lingerie na sua frente. Subi a sua camisola e ele apertou minha cintura beijando minha barriga. O empurrei para trás e subi em cima dele o beijando. 


- Obrigada por mandar a Cecília ficar com seus pais.
- Safada. - mordeu meu pescoço e foi descendo os seus beijos. 


Tirei sua calça e ele meu soutien abocanhando meus seios me fazendo ofegar com cada toque. Luan me olhava profundo e me dizia muito apenas com um olhar. Nos virou na cama e se desfez da minha calcinha, fiz o mesmo com a sua cueca boxer. Luan me fazia sentir arrepios a cada toque enquanto me estimulava, só ele para me provocar tais sensações. O senti alguns minutos depois e aquela noite foi bem atribulada. Não que houvesse saudade, mas sentíamos que precisávamos um do outro mais do que nunca. 


- Eu te amo. - falei sonolento em seu peito.
- Eu te amo. - beijou o topo da minha cabeça e adormecemos. 



Hello, hello!! Foi desvendado o destino de férias. Mas nosso casal já teve uma pequena DR kkkkk mas Clarinha foi atrás e colocou Luan na linha. Amores preciso da vossa ajuda, ando tendo crise de inspiração... me falem coisas que gostariam de ler e que gostariam que acontecesse por favor. Comentem please, beijocas <3


quarta-feira, 29 de julho de 2015

Capítulo 66

Bati a porta com toda a força a fazendo soltar a camiseta e me olhar assustada. A fuzilei a querendo matar e estava bem capaz disso. 


- Ma eu...
- Você nada sua vagabunda. - falei entre dentes me aproximando dela a vendo se encolher - Eu logo vi que você estava de olho no que é meu. Te conheço. 
- Eu apenas vim buscar um elástico de cabelo, a tia me disse que você tinha. - se desculpou e ri sarcástica. 
- Acha que eu acredito? Se fosse isso procuraria nas minhas coisas não nas do Luan. Você poderia ter feito qualquer coisa para me irritar mas mexer com o Luan para isso foi um grande erro seu. 


Acabei de falar e a puxei pelos cabelos, eu iria acabar com ela. Lhe dei uns tapas bem merecidos ouvindo os seus gritos. Mas isso só me faria continuar cada vez mais. Ela começou a se defender e me atacar também mas a minha raiva era tanta que a derrubei no chão ficando por cima enquanto atingia a sua carinha de cínica. 


- Agora vê se aprende a não cobiçar o que é dos outros sua piriguete. Toma para você ver o que é bom. - lhe batia desenfreadamente e a porta se abriu com tudo. 
- Larica pára com isso, o que aconteceu aqui? - Hugo entrou me puxando. 
- Me larga, essa vaca merece tudo isso. 
- As coisas não se resolvem desse jeito. - me falou firme e me puxou finalmente de cima dela. Vendo a cara da Raquel toda arranhada sangrando e com os cabelos todos bagunçados e arrancados me fez rir pelo bom serviço que tinha feito. 
- Agora te quero bem longe do que é meu tá me ouvindo? 
- Hugo a sua irmã é louca, me bateu sem motivo. - se fez de cínica dando conta dos machucados que lhe fiz.
- Sem motivo? Mexer e cheirar a camiseta do meu noivo acho que é um motivo mais do que suficiente. - grunhi de raiva e Hugo me segurava forte. - Me larga Hugo.
- Raquel vai no meu quarto e cuida dessas feridas e se recompõe, já já eu passo lá. - ela saiu rápido e Hugo me largou.
- Larica o que deu em você? Ela é sua prima.
- Por isso mesmo, queria ver o que você faria se apanhasse um primo nosso cheirando as coisas da sua namorada sendo que já tinha ficado com ela e ontem se deixou agarrar por ela porque confundiu ele com você.
- Ah? Não estou entendendo.
- A Raquel e o Luan já ficaram quando a gente estava separado e ontem o Luan agarrou-a por trás pensando ser eu e ela nem se soltou, apenas quando eu chamei o Luan e ele deu conta. - bufei com raiva.
- E você viu ela cheirando a roupa do Luan?
- Vi, esta camiseta aqui. - a peguei de cima da cama.
- Eu compreendo a sua fúria mas não era preciso bater na menina, estamos em família e se a música não tivesse alta todo o mundo ouviria essa baixaria.
- Seria até melhor se ouvissem, saberiam da vagabunda que ela é.
- Se acalma.


Saiu e me deixou sozinha. Passei uma água na cara e bebi um pouco de água me acalmando. Mas não estava calma totalmente, sentia meu sangue fervilhar e meu corpo tremer constantemente. Desci e passei na geladeira pegando numa lata de cerveja. A bebi rapidamente e peguei em outra indo para perto de Luan. Assim que cheguei na área da churrasqueira ele estava virando as carnes todo feliz enquanto falava com meu pai sobre os truques do churrasco. O abracei por trás e ele sorriu.


- Pai deixa seu genro namorar um bocadinho com a sua filha? - pedi manhosa.
- Oh amor está carente é? - me zoou.
- Preciso de você apenas Lu. - o olhei séria tentando que ele percebesse que tinha algo para lhe contar.
- Vai lá Luan, eu e seu pai cuidámos do resto. Só não demorem, daqui a nada almoçámos.


Puxei Luan e o levei para uma zona do jardim onde não tinha movimento. Nos sentamos na grama e ele me olhava curioso. Fiquei entre as suas pernas e o abracei forte.


- Eu te amo. - lhe confessei e ele me beijou calmo.
- Você está tensa amor. - acariciou meu rosto. - Que aconteceu hein?
- Eu dei uma surra na Raquel. - contei rápido e ele semicerrou os olhos não acreditando.
- Você o quê? Quando foi isso? Porquê? - fez perguntas desesperado.
- Eu bati nela Luan. Você pediu para pegar o seu celular, que aliás esqueci, e ela estava no meu quarto cheirando uma camiseta sua. - ele não disse nada e fiquei ainda mais tensa.
- E você resolveu bater nela?
- Ela merecia. - falei firme.
- Porque você fez isso?
- Como porquê? Ela estava mexendo nas suas coisas, acho que tinha motivo para a quebrar toda e só não o fiz porque o Hugo apareceu. A Raquel é uma piranha, sempre soube disso, mas achava que ela tinha o mínimo de respeito por mim. - me exaltei.
- Tem calma. Só não gosto de saber que você anda brigando feio assim. E se ela te machucava?
- Pode apostar que ela é que ficou bem machucada. - ri me lembrando.
- Você é mázinha. - brincou e o olhei feio.
- Brinca. Só estou cuidando do que é meu.
- Ah é? Mas a camiseta é minha.
- Tudo que é seu é meu, ela quis mexer com você mas se ferrou.
- Ciumentinha. - beijou meu rosto - Por isso está bebendo de novo? - pegou na minha latinha a colocando num canto qualquer.
- Também. - me virei para ele e me sentei em seu colo de frente para ele - Agora me beija, devolve a minha paz. - ele sorriu doce e me pegou pela nuca me juntando a si.


Ficámos um tempo ali até ouvir meu pai nos chamar. Raquel já ali estava mas a sua cara estava péssima, até queria saber qual desculpa ela usaria.


- Nossa amor, você tem a mão pesada demais, olha a cara da menina! - Luan me sussurrou admirado e segurei o riso.
- Se fosse você andava na linha. - o avisei rindo e ele me olhou arregalado rindo em seguida.
- Perigosa muié.


Nos sentámos e a comida foi servida. A mesa era enorme, não tinha fim e estar com minha família e de Luan junta era maravilhoso.


- Mamãe? Me deixa comer em seu colo?
- Claro filha, vem cá. - peguei em Ceci e Luan serviu nós duas. - Já chega amor.
- Chega não, minhas muiés tem de comer bem, não vai comer feito passarinho não. - encheu nosso prato de comida.
- Vish mamãe, eu não vou comer tudo isso. - me falou baixinho.
- Vai sim D. Cecília, comer tudinho. - Luan falou e a menina o olhou assustada.
- Mas papai, eu não tenho baliga pa tudo. - se explicou e Luan segurou o riso assim como eu.
- Papai tá brincando, você come até onde puder filha.
- Ufa. - falou aliviada - Mas a mamãe vai comer né papai, ela pecisa.
- Precisa mesmo.
- Ai que chatos vocês dois, não preciso coisa nenhuma. - resmunguei e eles riram. - Tenho de manter o meu corpo de bailarina.
- E que bailarina. - Luan sussurrou safado e o olhei repreendendo.
- Raquel você caiu? - minha tia perguntou.
- Não mãe, foi nuns ramos de árvore que não vi.
- Anda dormindo Raquel? - minha tia a repreendeu e ela me olhou feio mas ignorei.
- Dormindo ela não anda com certeza. - falei e Luan apertou minha perna debaixo da mesa.
- Como assim filha?
- Nada mãe, só acho que se ela estivesse dormindo nada daquilo acontecia. - expliquei cínica e Luan me olhou sério. - Que foi?
- Pára de provocar amor. - me sussurrou - Ela já teve o que merecia, agora se acalma.
- Vai defender ela?
- Claro que não, apenas não tem necessidade disso.
- Aham. - não fiz caso e continuei comendo e dando a Cecília também.


Depois do almoço minhas tias e de Luan se ofereceram para arrumar tudo, aproveitei para adormecer Cecília e a Manu. Aproveitei que estava no meu quarto e peguei num biquíni, aproveitaria a tarde de sol e a piscina que meu pai avisou estar pronta para banhos. Desci apenas de short e peguei em mais uma cerveja. Luan se visse me repreenderia mas eu estava em casa não haveria problema.


- Hey, hey. - ouvi ele me chamar assim que saí para o jardim. - Onde cê pensa que vai desfilando esse corpinho hein?
- Pra piscina ué. - falei normal bebendo.
- Vai acabar o dia bebinha.- apanhou o meu passo.
- Vem comigo amor?
- Pra piscina? - assenti.
- Até já está de calção e tudo, vem. - o puxei.


Bruna e Hugo já estavam ali assim como os primos de Luan e os meus. Mergulhei e Luan veio junto me abraçando.


- Amor para onde serão nossas férias? - perguntei aproveitando o momento.
- Surpresa.
- Me fala. - pedi manhosa.
- Você vai gostar.
- Como você sabe?
- Porque estará comigo, então vai gostar.
- Convencido.
- Galera vou pegar umas geladas alguém quer?
- Me traz uma Matheus. - pedi ao primo de Luan.
- Traz nada, ela já bebeu que chegue.
- Matheus traz, não ouve o seu primo. - Luan revirou os olhos se dando por vencido.
- Mais logo tem jantar com umas pessoas especiais pra você. - me confessou e o olhei curiosa.
- Especiais? Quem amor?
- Seus amigos.
- A Bia e o Fê? - ele assentiu - Como assim eles vêm?
- Vindo ué, eu chamei eles, aliás também vão de férias com a gente.
- Você pensa em tudo mesmo.
- Tudinho. - me beijou envolvente.


Matheus trouxe as cervejas e até Luan bebeu uma. Fui no banheiro e quando estava voltando vi Raquel conversando com Luan na espreguiçadeira. O que ela estava pensando que estava fazendo? Queria outra surra com certeza. Apressei meu passo e assim que ela me viu saiu.


- O que ela queria?
- Se explicar.
- E você acreditou né?
- Amor ela falou que foi buscar um elástico de cabelo e que viu a camiseta no chão e apanhou.
- Historinha mais mal contada essa, eu arrumei nosso quarto, sei muito bem que a sua camiseta não estava no chão coisa nenhuma.
- Tá bom, já passou.
- Passou uma ova, ela que pise no risco que eu acabo de vez com ela.
- Você é muito ciumenta.
- E novidades? - sorri de canto e ele riu me beijando. - Me coloca creme bronzeador.
- Tem certeza?
- Não se vai segurar é?
- Besta.
- Safado. - me deitei e Luan passou pelas minhas costas, bunda e pernas, se deitando ao meu lado.


Cecília acordou e desceu para a nossa beira.  A tarde foi passando e subi com Luan, banhei Cecí e ela logo saiu para brincar com Manu, aquelas duas era só brincadeira. Luan me puxou para tomar banho com ele e não resisti, acabámos nos amando. Meus amigos logo chegaram, assim como os de Luan e Bruna, a noite seria boa demais, já estava imaginando roda de viola até altas horas.


- Chegou a barraqueira. - Bia falou assim que me viu descendo.
- Sua vadia também te amo.- rimos - Mas como você já sabe disso?
- Seu irmão nos contou.
- Hum, pena você não estar aqui antes.
- Pena mesmo, pois te ajudaria.
- Quero nem imaginar o que vocês já aprontaram. - Lu falou e rimos.
- Luan elas são um perigo, se alguém se mete com uma delas, a outra se junta.


Estávamos conversando na sala enquanto o jantar não ficava pronto e Raquel chegou acompanhada de Joel. O que eles estavam fazendo juntos?


- O que esse cara está fazendo em minha casa? - me levantei enervada e parei na frente deles.
- Amor o que foi?
- Lembra daquele envelope que fez a gente brigar?
- O que isso tem a ver?
- Foi ele que me enviou. - revelei e Raquel me olhava falsa.
- Então quem vai colocar ele pra fora serei eu. - Luan se levantou e veio para o meu lado. - Vai sair a bem ou a mal?
- Nossa, com tanto papo, até parece que é dono da casa.
- Cala a boca Raquel, ele vai sair e se não gostar você vai junto. - me enervei.
- O Joel é meu amigo e vai ficar, seus pais não se importaram.
- Mas eu me importo.
- Tem calma babe, não trouxe nada daquilo que você gosta, apenas vim jantar.
- Perdeu a viagem, fora Joel. - falei autoritária.
- Cara não ouviu? Precisa que te ajude?
- Cantor tem moral, olha Raquel. - zoou e Luan se enervou se aproximando mais dele.
- Fora.
- Se o Joel sair os seus pais irão saber a drogada que a filha é. - Raquel falou cínica me encarando e tive vontade de lhe bater de novo.
- Repete o que você disse? - Bia pediu vindo para o meu lado. - Repete vagabunda?
- E quem é você?
- Pode apostar que serei o teu pior pesadelo se não colocar essas patas fora da casa da Clara.
- Vocês são muito engraçadas, façam alguma coisa que toda a sua família e de Luan saberá todo o seu passado priminha.
- Chega Raquel. - Hugo falou sério me assustando - Você não vai fazer nada, esse cara vai sair e você vai parar com essa implicância.
- Tinha de defender a irmã.
- Também já te defendi muito, mas nesta situação você é culpada sim. Então como ficámos?
- Nós vamos ficar, a sua irmã está nas minhas mãos.
- Nas minhas mãos vai ficar você. - Bia falou e pulou pra cima de Raquel nos surpreendendo a todos.
- Me larga.
- Fora. - a empurrou.
- O que está acontecendo? - minha mãe chegou na sala nos assustando.
- A Raquel trouxe um amigo indesejado mãe, eu não o quero aqui.
- Indesejado porquê?
- Fala para a sua mãe Maria. - Raquel falou me fazendo a fuzilar.
- Filha o que sua prima está dizendo?
- Mãe, depois a gente conversa, só não deixa ele ficar aqui.- puxei Luan para a área externa e nossos amigos vieram junto, a maioria não sabia do meu passado, mas lhes explicaria.
- Está bem amor?
- Não Lu, me abraça apenas. - ele me abraçou e fez carinhos em minhas costas. Ficámos ali um bom tempo.


Contei tudo para a galera que me entendeu e se admiraram com tudo. Eu estava conseguindo me abrir mais sobre esse assunto, mas conhecendo minha mãe como conhecia, sabia que mais tarde ela iria pedir explicações. Pelo que percebi Joel foi embora ficando apenas a Raquel.


- Agora você sabe do que sou capaz, volta a me fazer alguma coisa que eu acabo com a sua reputação de boa filha.
- Raquel se atreve a fazer alguma coisa com a Clara que quem vai tirar contas com você sou eu. - Luan falou bravo e firme a encarando feio.
- Tirar contas é? Sei bem o jeito que cê faz. - falou com segunda intenção e quando vi minha mão já estava na cara dela.
- Não me provoca.
- Jovens venham jantar. - Amarildo chamou e como todo o mundo foi chegando ela não fez nada.


Como imaginei fizemos roda de viola e só adormecemos quase de manhã. Luan ainda teria dois shows para fazer antes das férias e aproveitamos o última dia em Campo Grande na piscina, apenas com amigos. Voltámos pra Sampa de noite e Luan ficou dormindo em minha casa, dormimos os três juntinhos. Fomos almoçar em casa dos meus pais.


- Filha você tinha de me contra algo lembra?
- Lembro mãe.
- Estamos esperando.
- Não é fácil, mas espero que entendam o meu lado.
- Mãe, apenas deixa ela falar, não vai interrompendo. - Hugo pediu.
- Você também sabe?
- Sabem todos mãe, só você e o pai não e a Ceci, óbvio.
- Filha desembucha logo. - meu pai pediu e contei toda a história.
- Como você escondeu tudo isso debaixo do nosso nariz?
- Mãe, vocês ao tanto que viajavam nem prestavam atenção.
- Nós tivemos culpa, éramos tão ausentes.
- É, mas está tudo resolvido e terminado.
- Ainda bem que o Luan te incentivou a denunciar o Guilherme de uma vez por todas.
- Ou denunciava ela ou eu. Ele não sairia impune.
- Obrigado Luan, por disponibilizar o seu advogado para tratar de tudo, por apoiar quando ela precisava.
- E a sua prima hien? Não esperava isso dela, sabia que sempre foi maluquinha, e que sempre invejou você em várias coisas, mas coisa besta, agora por causa de homem? É o cúmulo.
- Até entendo ela, é fácil querer o Luan, é uma pessoa que marca - brinquei e ele me olhou rindo - Mas agora só quero distância, e pensar que sempre nos demos bem.
- As pessoas surpreendem.


Viajei com Luan para os shows e aproveitava sempre o tempo livre para dançar com Cecília. Por correr atrás de Luan não havia muitas hipóteses e então aproveitava o máximo de tempo possível para treinar e levar a nossa pequenina junto.


- Amor pode começar fazendo as malas.
- Como vou fazer se não sei o destino?
- Coloca roupa de verão, vai ser praia.
- Não me vai contar?
- Só no aero.



Hey amores! Teve porrada kkkkk Raquel abusou da paciência da Clara e levou poucas e boas. Até querendo enfrentar ela a piriga ousou. Mas agora já está tudo esclarecido e nosso casal se prepara para as primeiras férias juntos, onde será o destino? Comentem e desculpem por estar um pouco fraco, ás vezes a inspiração não é como queremos. Beijocas <3





terça-feira, 28 de julho de 2015

Capítulo 65

- Clarinha, eu posso explicar.
- Estou esperando.
- Eu achei que fosse você. – me justifiquei e ela me olhou sarcástica.
- Não viu que era mais alta?
- Eu não sabia que roupa cê tava, podia estar com um salto maior. – me expliquei.
- E o perfume? – indagou séria.
- Eu notei diferença mas não tinha certeza… - falei desesperado.
- Eu sei que a gente é parecida Luan mas você sempre me conheceu até na escuridão.
- Cê tem razão, mas eu confundi mesmo, desculpa? – supliquei, não queria brigar logo agora que estávamos numa das nossas melhores fases.
- E você Raquel, achou normal alguém te abraçar por trás? – enfrentou a prima brava.
- Claro que não, me soltei assim que senti.
- Não, você se soltou assim que eu falei. Estava gostoso era? Já não chegou ter ficado com ele?
- Prima óbvio que nenhum de nós queria isso. E quando a gente ficou vocês estavam separados né.
- Estávamos, mas você não sabia.
- Claro que sabia.
- Sabia? Então porque decidiu ir falar com ele sobre mim na balada? E quando ele te beijou você nem relutou? – indagou firme e até eu me assustei. – Se soubesse nem iria falar com ele sobre mim. Esqueceu desse detalhe quando me contou foi? – ironizou.
- Eu não vou discutir com você, acredite no que quiser. – Raquel falou saindo.
- Quem não te conheça que te compre. – Clara falou rude. – Vai, vai atrás de quem te queira, porque este aqui tem dona.
- Até uma semana atrás não tinha, foi preciso eu te contar que a gente ficou pra você ir atrás dele né? – respondeu a Clarinha e fiquei com a pulga atrás da orelha.


Será que Maria Clara só me procurou porque ficou enciumado por a prima falar de mim. Raquel saiu e só fiquei eu e Clarinha na sala. Pude observá-la e ver como estava linda.




- Porque está me olhando? – perguntou impaciente.
- Vai ficar brava comigo? – me aproximei me colando a ela.
- Você não me reconheceu, acho que deveria ficar brava mesmo.
- Amor larga de ciúme. – ri a abraçando pela cintura – Eu quero só você e o resto tanto faz.
- É bom que ela saiba que você é meu. – abraçou meu pescoço mas ainda estava brava.
- Me dá um beijo então. – ela me deu um selinho. – Um beijo, isso nem pra provar deu. – ela revirou os olhos e a puxei forte para mim envolvendo os seus lábios.
- Satisfeito?
- Não, mas depois a gente resolve isso. – sussurrei em seu ouvido a ouvindo rir. – Verdade que você foi atrás de mim depois dela te contar que ficamos? – a encarei.
- A parte de ir atrás depois da conversa sim, mas o motivo não foi pela conversa.
- Sério?
- Talvez tenha me feito perceber mais rápido, mas eu fui atrás porque precisava de você e porque te amo mais que tudo. – me falou sincera olhando em meus olhos.
- Então tenho de agradecer á menina por te abrir os olhos mais rápido.
- Nem pense, você não vai dar conversa para ela, nem debaixo do meu nariz nem nas costas, tá me ouvindo Luan Rafael? – falou autoritária.
- Tô marrentinha. – ri e a beijei. – Você está muito gosto…maravilhosa. – corrigi e ela riu em meu pescoço me mordendo. – Cachorra.
- Pensava que era gata. – falou ofendida.
- Como você quiser. Mas porquê vermelho e não branco? - indaguei curioso.
- Para atrair muito mais amor pra gente. - sorriu doce e a beijei. 


Ficámos um pouco na sala namorando. Estes pequenos momentos só nossos eram preciosos e enquanto a galera farreava do lado de fora, a gente se amava. Ouvimos alguém pigarrear e parámos o beijo.


- Oh pai. – Clara falou assim que viu seu Carlos.
- Ainda bem que vos encontro sozinhos. – se sentou do nosso lado. – Não tivemos oportunidade de falar sério sobre o vosso noivado. – me assustei.
- Mas o que o senhor tem pra falar?
- Eu como pai da noiva irei pagar o casamento.
- Claro que não seu Carlos, não tem necessidade disso. – falei firme, não aceitaria de jeito nenhum.
- Mas é tradição e eu quero cumprir, a minha única filha mulher, vou pagar sim Luan.
- Já falei que não precisa, eu terei todo o prazer em bancar o meu casamento. A Clara merece um casamento de princesa e eu vou lhe dar.
- Isso cabe ao pai.
- Por favor não discutam acerca disso. – Clara pediu – Ainda nem sabemos data nem nada, depois resolvemos quem paga.
- Não filha, eu vou pagar e está decidido.
- Amor… - me pediu vendo que ia contestar de novo.
- Tudo bem, o senhor paga, mas não tudo, vamos dividir.
- Aceita pai, assim fica mais justo e vocês param com isso.
- Tudo bem. – aceitou – E quanto á casa?
- Eu vou comprar uma pra gente lá no condomínio mesmo.
- Podemos ficar no meu apê Lu, senão nem o vou usar e seria um desperdício.
- Mas assim que você engravidar teremos de comprar uma casa maior.
- Depois pensamos nisso.
- Espero que tenham mais juízo agora, não vão fazer filho já, na última vez foi inesperado, agora não será diferente, vivam primeiro, depois pensem nisso. – meu sogro falou se levantando. – É um conselho de quem já viveu, mesmo sabendo que vocês amariam ter um filho vosso, mas aproveitem.
- Mamãe? – Cecília entrou correndo – Posso usar o seu batom?
- Mamãe? – seu Carlos falou como se não acreditasse.
- É pai, a Cecí é minha filha também. – falou convicta e seu Carlos riu.
- Por falar nisso, tenho de dar entrada nos papéis para ela ter o seu apelido e você como mãe, oficialmente.
- Sou avô então? – perguntou alegre, diria.
- Com certeza seu Carlos, filha o seu Carlos e a D. Giovanna são seus avós também.
- Que legal, tenho tantos avós. – ria sapeca – Vou ter muitos pesentes assim.
- Filha que feio. – Clara a repreendeu.
- Deculpa mamãe.
- Vem colocar batom, vem. – lhe deu a mão saindo.
- Nada de exagero, não quero minha filha toda empiriquitada com esses troços.
- Aham. – Clara falou não fazendo muito caso.
- Estas mulheres me matam.
- Mulheres, já disse tudo. – seu Carlos constou e rimos.


Elas estavam demorando e decidi subir. A porta estava entreaberta e pude ver Clara fazendo caracóis no cabelo da Ceci que falava a todo o momento que estava parecendo uma princesa. Passou o batom clarinho, me agradando e, um pouco de perfume.


- Mamusca eu posso compar umas roupas iguais ás suas?
- Mamusca? – Clara perguntou rindo.
- É, papai chama a vó Zete assim, é engaçado.
- Seu pai adora apelidos. – riu. – Mas claro que pode, aliás, temos de ir nas compras juntas e aí você compra.
- A tia vai junto né? Ela que compou as minhas roupas.
- Até aprece que a Bruna ia ficar de fora Cecília. – riram me fazendo rir também.
- Que balulho foi este? – Ceci perguntou.
- Acho que tem um gatinho espreitando a gente. – falou baixo e continuei olhando elas.
- Gatinho? – Ceci chamou - Vem cá vem, quer miminho, eu dou, vem cá gatinho.
- Miau. – miei e Clara segurou o riso zombando de mim.
- Gatinho gostoso pode vir. – Clara falou me fazendo rir.
- Gostoso é? – abri a porta.
- Papai é gotoso sim.
- E vocês são as minhas gostosas. – peguei em Ceci a enchendo de beijo. – Gatinha vamos jantar?
- Vamos, estou morrendo de fome. E nem venha me chamar de gorda. – me avisou antes que fosse zoar com ela.


Jantámos em família e aquele clima era tão bom, conhecer a família dela e ela a minha. E pensar que tudo poderia ser diferente se a gente se conhecesse bem antes. Pedi para reservarem um camarote apenas para a família, apenas meus pais, sogros, Bruna e Hugo, e as minhas princesas tinham acesso ao camarim e ao palco.


- Oh Luan prazer te ter de novo aqui.
- Obrigado Sr. António. Pode me chamar sempre.
- Sua namorada?
- Não, minha noiva.
- Verdade, tenho visto as notícias, e é a sua filha né?
- Isso, você tem filhos Sr. António?
- Tenho um, mas ele nem sabe que sou pai dele.
- Como assim? – Clarinha se mostrou curiosa.
- A mãe dele engravidou solteira na altura que fui estudar pra Sampa, ela escondeu e só mais tarde é que associei tudo. Mas já não havia muito a ser feito. E quando decidi lhe dar um emprego, o ajudar em tudo descubro que ele não era homem nenhum. Acabou sendo preso.
- Era o Guilherme? – perguntei vendo Clara me olhar.
- Exatamente. Soube aquilo que ele fez com você menina. – ela olhou seus pais que conversavam com os meus, pois eles não sabiam e pelos vistos nem ouviam a nossa conversa.
- Já passou. – falou calma. – Talvez se ele tivesse crescido com um exemplo masculino em casa seria diferente.
- Talvez, mas a Adelaide fez um bom trabalho, só não soube ter rédea curta, mãe sempre passa a mão na cabeça do filho. Bem, vou conferir se está tudo pronto.
- Mundo pequeno. - Clara falou.
- Acho que Campo Grande é que é pequeno e ao mesmo tempo enorme. – a abracei. – Encontramos pessoas inusitados e quando a gente tinha de se encontrar se desencontrava.


Subi no palco feliz da vida. Todo o mundo estava de branco e na hora da contagem chamei minha filha e minha noiva ao palco, uma vez que os restantes foram para o camarote também. Minhas fãs ficaram de graça com Cecília que era toda sorrisos para elas. Ficamos assistindo os fogos e brindando a um novo ano que com certeza traria muita alegria.


- Xumba dá pra senhora ficar com a Cecília por favor? - pedi a minha mãe assim que chegámos em casa de Clara.
- Cuidado com o que vão fazer, não esquece que a casa da Maria não tem acústico como a nossa.
- Tranquila mamusca, vou pegar no pijama dela pra senhora arrumar. 


Subi rápido e preparei tudo, Clara olhava um pouco confusa mas logo lhe explicaria, Cecília já dormia e então não daria nenhum trabalho. Bruna e Hugo estavam entrando no quarto dele.


- Hey. – chamei – Façam pouco barulho.
- Nossos pais estão em casa Luan e respeito é algo que eu gosto. – Hugo falou e me lembrei que Clara não gostava desses abusos.


Será que ela iria me negar? Mas nem a pau. Entrei no quarto dela e a vi de camisola de seda preta curtinha.


- Quer matar papai?
- Nem vem amor. Onde ficou a cecília?
- Com meus pais.
- Não precisava.
- Claro que precisava, tenho planos de maior de 18 pra gente. – a abracei por trás beijando seu pescoço.
- Sabe que não vai rolar nada né? – ofegou e apalpei seu corpo a juntando mais a mim.
- O que eu sei é que te quero aqui e agora.
- Amor não me sinto bem com nossos pais aqui.
- Se permite, se preferir podemos tomar um banho juntos, ninguém nos ouvirá, te garanto.
- Mas não é só isso.
- Na chácara você fez. – lhe lembrei e ela se virou pra mim séria.
- Verdade, eu… - ficou desesperada – Eu nem me lembrei.
- Você está aflita por causa disso? – ri dos eu estado.
- A gente não devia.
- Claro que devia, portanto agora não será diferente. – a colei na parede e a beijei para não relutar. Começámos o ano da melhor maneira.



Clara On:


Acordei exausta e sempre era assim depois de fazer amor com Luan. Era sempre tão intenso que acordava cansada mesmo tendo dormido bastante. Tomei um banho e logo senti a presença dele junto.


- Bom dia meu amor.
- Bom dia minha gatinha. – me deu um selinho. – Então como foi arriscar com os pais debaixo do mesmo teto?
- Arriscado como você disse. – rimos – Mas foi bom.
- Bom?
- Muito bom, excelente, maravilhoso. – o abracei e ele me beijou me prensando na parede – Mas agora temos de nos apressar, a galera vem almoçar.
- Sempre cortando meu barato.
- Depois te recompenso.


Luan foi pegar Cecília e depois de arrumada descemos para tomar o café da manhã. Meus pais, Hugo e Bruna já lá estavam e seguraram um riso assim que chegámos na mesa.


- Foram dormir tarde filha?
- Um pouco pai, o Luan não tem o hábito de dormir muito cedo, então fiquei fazendo companhia.
- Deu pra ouvir. – Bruna falou e senti meu rosto queimar enquanto Luan a olhava feio.
- Larica não precisa ficar feito um pimentão, todo o mundo sabe o que vocês fazem, podiam era poupar nossos ouvidos de escutar coisas.
- Vocês se divertem né? – Luan indagou – Se não sabem aproveitar não venham com inveja pra cima da gente.
- Vocês aproveitam bem demais, param uma ronda começam logo outra, isso que é ter fogo.
- Piroca cala a boca.
- Meus filhos não liguem, eles só estão irritando vocês, aproveitem mesmo, mas se protejam.
- Alguém que entenda, obrigado sogra. – brincou e todos riram.
- Apoveitem o quê papai? Cês bincalam e não me chamalam? – perguntou formando um biquinho.
- Não filha, esquece isso, não é nada de importante.
- Tá bom papai, mas poque a mamãe ficou vemelha?
- Cecília come e esquece isso. – falei envergonhada ainda.
- Eu quelo saber. – cruzou os braços esperando.
- Coisas de adultos, come para a gente brincar no jardim um pouco.


Ela não fez mais questões e ainda bem, criança quando começa não acaba. A levei para o parque que meus pais sempre mantiveram lá em casa, brinquei imenso com Hugo quando criança e agora com Cecília era como se voltasse no tempo. Meu pai e Amarildo decidiram fazer churrasco pra todo o mundo e claro que Luan estava no meio. A família foi chegando e os tios de Luan se juntaram aos meus para churrascar também. Enquanto as mulheres ficavam na cozinha preparando os acompanhamentos. Fiquei encarregue de cuidar das crianças e Bruna ficou comigo.


- Cunha o Luan já te falou onde serão as nossas férias?
- Ainda não, você sabe?
- Também não, ele disse que seria surpresa mas não vejo o porquê de tanto mistério.
- Costuma ir muita gente?
- Meus pais, eu, Hugo, o Max e a Sthef, e nossos amigos, Anita, Dani, Marquinhos, Douglas, os de sempre.
- Vou tentar que ele me diga.
- Naquele momento mais intímo acho que ele diria. – falou rindo.
- Não vem com essa conversa de novo.
- Sério, vocês tomem cuidado, porque dava para ouvir bastante.
- Que vergonha.
- Vergonha né? Mas no quarto era “mais rápido Lu, não pares” “sua gostosa continua”… - nos imitava.
- Dá pra parar? – pedi vermelha – Não era pra ninguém ouvir, seu irmão que é imparável, não dá pra ter consciência das coisas.
- E você adora.


Deixei Bruna com as crianças e fui ver meu amor que já bebia enquanto temperava a carne. O abracei por trás e beijei suas costas.


- Tá se saindo bem?
- Muito bem, sou profissa. – falou convencido.
- Aham, não deve nem saber virar a carne.
- Engraçadinha. – riu irónico – Pra sua informação sou um churrasqueiro de mão cheia, aprendi vendo vídeos.
- Churrasqueiro tecnológico. – o zoei e lhe tirei o copo da mão bebericando tudo sob o seu olhar de admiração.
- Não vai ficar bebinha.
- Cê cuida de mim. – servi mais cerveja e lhe dei.
- Amor vai no quarto e traz o meu celular por favor? – assenti e lhe dei um selinho antes de sair.



A porta do meu quarto estava encostada e estranhei, pois tenho certeza que a fechamos. Abri lentamente e dei de caras com uma cena inacreditável. Raquel mexia nas coisas de Luan e pegou numa camiseta dele a cheirando. Era hoje que eu iria marcar aquela carinha de boneca dela. 



Eita, eita, eita! Clara não curtiu a cena do Luan e da Raquel kkkkkkk Mas acabou perdoando o menino, já que de lerdice ele não se cura. E essa noite caliente? A família escutou kkkkk Clara morreu de vergonha, tadinha. Para quem achou que a Raquel ia ficar quietinha, olha só o que ela aprontou. Agora é que vão ser elas, kkkkkk o que acham que irá rolar? Comentem please :p Beijos de luz <3