Capítulo 42

Luan conduzia atento e tirei aquele momento para o admirar. Fazia dois meses que não o via assim tão perto, apenas pelo computador e a saudade era tão grande. Levei minha mão ao seu rosto e o acariciei fazendo ele me olhar doce.

 

- Que foi que você tá me olhando assim amor?
- Nada, só queria guardar cada detalhe teu. - sorri de canto. - Tive tanta saudade sua. - me deitei em seu ombro e ele riu fraco acariciando minha perna.
- E eu sua. Nem comemorar nosso segundo e terceiro mês de namoro comemorámos.
- Podemos comemorar o terceiro ainda. - beijei seu rosto e ele riu safado apertando minha perna. 
 
 
Chegámos num restaurante e uma mesa romântica nos esperava. Fizemos os pedidos e ficamos conversando enquanto aguardávamos.
 
 
- Foi você que reservou mesa aqui e tal?
- Óbvio amor.
- Você sabe inglês?
- Não, mas o tradutor sabe. - riu sapeca - A reserva podia ser feita escrita, claro que aproveitei né? - ri.
- Quantos dias vai ficar?
- Daqui quatro dias viajo.
- Tão pouco tempo. - lamentei e ele torceu a boca.
- Tenho show amor, tive de mandar não marcar para estes dias e agora não posso faltar.
- Eu entendo. Mas daqui dois dias vamos para a Alemanha.
- Legal.
- Onde é o seu hotel?
- No seu quarto. - riu e me admirei.
- Sério?
- Seríssimo, quer dizer. - me olhou - Tenho um quarto no mesmo hotel que você mas vou ficar no seu quarto, tá sozinha né?
- Aham.  Tô farta de ficar em hotel. - reclamei e ele riu.
- Tá vendo o que eu sofro?
- Mas você ainda fica em casa alguns dias eu não.
- Por falar em casa, tenho ido á sua bastantes vezes, maIndei a senhora que faz a limpeza lá em casa arrumar seu apê de duas em duas semanas.
- Obrigada amor, nem lembrei de contratar alguém.
- Eu penso em tudo.
- Agora fiquei curiosa para saber o que nos espera pela noite dentro.
- Só coisas gostosas. - piscou o olho e rimos nos beijando em seguida.
 
 
Saímos do restaurante e ficámos caminhando um pouco por ali. Chegámos no hotel um pouco tarde e assim que subimos Luan passou no seu quarto para pegar nas malas e seguir para o meu. Assim que entrámos o abracei o beijando logo em seguida. Não dava para esperar, a saudade era imensa. Ele largou a mala e me pegou no colo me encostando na parede. Puxei sua camiseta e a atirei para um canto qualquer mordendo a sua tatuagem no ombro. Luan tirou meu vestido e meu soutien logo em seguida abocanhando meus seios com um desejo imensurável. Ofeguei entre os seus toques e devagar ele me levou para a cama tirando minha calcinha e o resto de roupa que lhe sobrava.
 
 
- Quanta pressa, nem deixa eu fazer isso por você. - brinquei e ele logo se deitou em cima de mim.
- Hoje a gente vai se acabar, não me peça para ir devagar porque será impossível.
 
 
Ia falar mas fui calada com um beijo avassalador daqueles de ficar sem ar. Suas mãos apertavam meu corpo e me estimulavam. Fiz o mesmo com ele e sem delongas o senti em mim sem qualquer meiguice. Necessitávamos demais disto e deixámos que os gemidos se escapassem. Não demorou para atingirmos o climáx e quando pensei que poderia descansar Luan nos vira na cama me mantendo em cima de si.
 
 
- Mas já amor? - perguntei ofegante por sentir o rumo que sua mão levava.
- Não dá pra parar. - me puxou pelos cabelos e me beijou trincando meu lábio.
 
 
Sua boca foi para meu pescoço o marcando, me ajeitei nele e o senti me invadir novamente. Só depois de cinco rondas parámos. O dia já amanhecia quando nos deitamos depois de um banho. Parecia sonho dormir novamente com o seu cheiro em mim, com os seus braços me envolvendo e com o seu amor por perto. Acordámos ao início da tarde e pedimos um brunch no quarto. Estava no banheiro me maquiando e quando voltei um ramo e um bolo com uma vela estavam acesos nas mãos de Luan que cantou Parabéns pra mim.
 
 
- Obrigada meu amor. - apaguei a vela e selei nossos lábios.
- Parabéns minha bailarina. Tá ficando velhinha.
- Você continua sendo um ano mais velho.  - me sentei em seu colo na cadeira.
- Como é que a gente nunca se viu no colégio hein? Eu teria te pegado bem antes. - riu e o fuzilei.
- Eu não iria na sua lábia meu amorzinho. Acha que eu ficaria com você?
- Claro que ficaria, eu podia não ser tão gostoso quanto hoje mas tava no jeito.
- Quero nem ver as suas fotos adolescente, imagino esse seu jeito aí. - ri e ele me beliscou.
- Nem quando conheci o Hugo sabia que ele tinha uma irmão tão gostosinha assim.
- Boca suja Luan Rafael. - me fingi indignada e ele riu encaixando sua cabeça na dobra do meu pescoço.
- Cheirosa. Tenho um presente pra você.
- Melhor do que você aqui não tem.
- Eu sei, mas mesmo assim te quero presentear. - tirou uma caixinha do bolso e me deu.
- Não é o que estou pensando né?
- Se é aliança, não, não é. Ainda é cedo pra isso.
- Concordo.
- Mas abre. - beijou meu ombro e abri sob o seu olhar atento.
- Nossa que perfeito. - foi apenas o que consegui dizer perante o colar delicadinho com um pingente de bailarina e um coração na abertura. 

- Me deixa colocar. - pegou e afastou meus cabelos. - Não poderia ficar melhor.

- Nem sei como te agradecer, eu adorei meu amor. - emoldurei seu rosto com as minhas mãos e o beijei envolvente.
 
 
Depois do nosso café/almoço descemos para passear pela cidade um pouco, pois de noite teria mais uma apresentação. Assim que chegámos no hall a galera vinha do restaurante do hotel e nos olhavam admirados, pois quase ninguém sabia que eu namorava, e os brasileiros do grupo não faziam ideia de que era com Luan.
 
 
- Maria Clara porque faltou na reunião mais cedo? - seu Igor me repreendeu.
- Que reunião? Pensei que a gente tivesse a manhã para descansar.
- A princípio sim, mas marquei ontem de noite e só deu para avisar alguns que depois repassavam a mensagem. O Fábio não te avisou?
- Claro que avisei seu Igor. - se defendeu e o olhei não entendendo.
- Me avisou? Me diz quando e como porque não lembro. - ironizei e Luan percebendo a tensão apertou minha mão mais forte.
- Se depois esqueceu a culpa não é minha, aliás, se estiver cansada para a apresentação com certeza que a culpa não será minha de jeito nenhum. - olhou Luan que o fuzilou.
- Então Maria Clara onde anda sua responsabilidade? Eu deixei seu namorado ficar alguns dias com você mas não era para se esquecer dos seus compromissos, você é nossa personagem principal não se queira armar em estrela.
- Eu não estou me armando em nada seu Igor. - falei firme - O Fábio não me avisou e em relação ao meu namorado ficar comigo estes dias não alteram a profissional que eu sou.
- Mas então avisou ou não avisou?
- Não.
- Sim. - falámos na mesma hora.
- Cara se você avisou diz como foi porque a gente esteve sempre junto e você não falou com ela.  - Luan se intrometeu.
- Você não se meta, neste assunto você não tem voto na matéria. - Fábio enfrentou Luan que num impulso socou a sua cara.
- Luan não. - o segurei.
- Você quer ferrar a Clara mas não vai conseguir. - falou entredentes - Vem amor. - me puxou.
- Esperem. -seu Igor nos parou. - Maria eu não admito isso. - me olhava incrédulo -  Somos um grupo e não gostei do que o seu namorado fez. Luan eu te ajudei e você faz isto?
- Me desculpa mas ele mereceu. - Luan falou irredutível.
- Maria eu não quero problemas, você é a nossa melhor dançarina mas se tiver de te fazer escolher eu farei.
- Escolher entre quê?
- Em continuar com a gente ou largar tudo por aqui porque não sabe tomar responsabilidade.
- Mas ele não me avisou. - elevei o tom sentindo o nervosismo me invadir.
- Seu Igor ela não tem de escolher nada, o senhor é que tem de escolher se pretende continuar com a bailarina que sem dúvida será das melhores senão a melhor de sempre ou com pessoas que só fazem intriga. - Luan se intrometeu mais uma vez.
- Espero que não se repita. - falou rude me olhando - No final da tarde nos reunimos aqui para ir para o teatro do outro lado da cidade.
 
 
Luan saiu me puxando pela mão. Assim que respirei o ar fresco da rua me acalmei.
 
 
- Amor sério, se esse cara ferrar com você me avisa porque eu juro que coloco ele pra fora.
- Deixa pra lá amor, o que ele quer é causar briga mesmo. Não podemos lhe dar esse gosto.
- Canalha, filho da puta. 
- Shii, tem calma. - o abracei de lado.
- Onde vamos?
- Na casa de Anne Frank, acha que vai gostar?
- Estando com você é o que importa. - beijou minha testa e seguimos. 

Foi incrível estar num local tão histórico assim. Quando saímos alugamos bicicletas e fomos andar pela cidade. Luan ia sempre a meu lado e depois de dois meses eu estava feliz novamente. Deixámos as bicicletas num ponto turístico e fomos comprar algo para comer e beber. 

- Amor espera aqui. 

- Onde cê vai? - perguntei o vendo se levantar. 

- Já volto. - me deu um selinho e saiu, fiquei esperando até o ver com um ramo de tulipas, flores típicas.  - Flores nunca são demais. - me deu e acariciou meu rosto.

- Obrigada. - o beijei. - Você tem feito deste dia o melhor de todos os meus aniversários.

- Vale a pena. - selou nossos lábios e meu celular interrompeu. Era minha família me ligando. 

Voltei para o hotel pelas 19h e me reuni com o grupo enquanto Luan foi para o quarto se arrumar, dizia ele que de noite teríamos uma saída só nossa. Seguimos para o teatro e Luan foi junto na van. No final da apresentação seu Igor entrou no palco com um bolo para me parabenizar. Luan estava na primeira fila e o chamei para celebrar junto da gente aquele momento. 

- E agora onde vamos? 

- Numa baladinha. - me abraçou por atrás assim que me arrumei no camarim. 

- Sério? Pra nos acabarmos? 

- Você que decide, o dia é seu.

- Então vamos ter direito a tudo. 

Era uma balada diferente das que costumava ir e como disse a Luan tivemos direito a tudo, bebemos até não aguentar mais e dançamos demais. Voltámos de táxi para o hotel e o dia já raiava, mas ainda fizemos amor do nosso jeito. Hoje viajaria para a Alemanha. Luan foi junto e era tão bom saber que ele estava ali comigo, agora sentia a falta que ele tinha quando viajava. Saímos um pouco para conhecer a cidade e rapidamente chegou o dia de me despedir novamente de Luan. Ele iria cedo e o acompanhei ao aeroporto. 

- Amor no próximo mês você vai no Brasil né?

- Vou Lu, temos algumas apresentações lá. 

- Se não der pra nos vermos antes nos vemos lá. 

- Com certeza. - sorri pequeno e ele me olhava com aqueles olhinhos pequenos e meigos. 

- Estou muito orgulhoso de você. - me sussurrou me envolvendo numa abraço.

- É muito bom voltar a ouvir isso de você.

- Daquela vez eu estava sendo injusto. Se cuida pra mim.

- E você pra mim. 

- Fica com Deus meu amor. - beijou minha testa. 

- Você também Lu. - senti minha voz falhar e ele me abraçou novamente onde pude chorar a saudade que já sentia dele. - Obrigada por ser incrível assim, eu te amo demais.

- Eu te amo muito minha bailarina.

Nos beijámos o máximo que conseguimos e Luan só se foi na última chamada. Voltei para o hotel pronta para enfrentar mais dois meses longe de todos. 

Luan On: 

Cheguei no Brasil com meu coração na mão. Deixar Clarinha para trás doía demais e saber que estava do outro lado do oceano doía mais ainda. Minha mãe quis saber de tudo que rolou e era notória a felicidade que ela sentia em saber que eu estava feliz com a Maria Clara. Bruna ainda não tinha voltado de Miami e tive uma ideia que lhe iria sugerir assim que ela voltasse. 

- Então boi matou a saudade?-  Rober me perguntou assim que chegámos em Cuiabá. 

- Demais, mas continuo com saudade né? Falaram alguma coisa sobre mim nesses dias?

- Apenas que você foi surpreender sua namorada, nada demais. 

- Ainda bem. - respirei aliviado. 

- Aconteceu alguma coisa?

- Apenas soquei a cara de um playboy metido a besta que queria ferrar a Clarinha. 

- Ferrar ou ficar?

- Ele quis ficar mas ela deu para trás e aí ele quis ferrar. 

- Já está abalando corações a loirinha.

- Loirinha? Olha os modos. - lhe bati na nuca. 

- Desculpa patrão, mas ela ficou lá com ele, como vai ser?

- Ele que pise na bola que eu dou cabo dele. - Rober me olhou sério. 

- Você está caídinho pela Maria Clara. - me zoou.

- Se não estivesse com certeza já tinha dado o fora bem antes, ou acha que iria ficar quatro meses sem ela? 

- Só acho é que deve ter cuidado para não pirar.

- Pirar de amor. - ri e Rober negou rindo. 

Quando voltei pra casa Bruna já lá estava e a chamei para o meu quarto, precisava conversa com ela. 

- Que foi Pi? 

- Você quer viajar? 

- Como assim viajar? 

- Viajar com a Maria Clara, acompanhar ela dançando. - falei calmo e ela semicerrou o olhar.

- Porquê isso?

- Eu vi que ela se sentia sozinha lá, a Tatiana, amiga dela quebrou o pé e está de fora e o Fábio é um babaca. Ela é sociável mas não tem ninguém de confiança sabe?

- Entendi, acha que o Hugo não se importará?

- Aposto que não, é pra ficar com a irmã dele. - sorri de canto e Bruna pareceu pensar. 

- Mas só posso durante este mês que estou de férias da facul, depois tenho de voltar. 

- É o suficiente, ela depois vem se apresentar cá e depois volta de uma vez. 

- Conta comigo. - a abracei. 

- Obrigado Piroca. 

- Tá, agora deixa preparar as coisas para fazer um trabalho que a Rúbia deve estar chegando. 

- A Rúbia? - indaguei admirado, só esperava que ela não viesse pra cima. 

Hello meus amores! Luan super fofo com a Clarinha e os dois não se ficaram pos menos, quiseram matar a saudade demais. E esse presente que coisa linda né? *-* Luan bateu no Fábio, acham quie ele aprendeu a lição ou vai armar pra cima da nossa Bailarina? Luan teve a ideia da Bruna viajar, acham que dará certo? kkkk Comentem bastante. Não sei se amanhã haverá, senão compenso na segunda *-* Beijos enormes <3