Capítulo 57

- Você tem certeza filha?

- Tenho papai. 

- Mas o Leandro e a Carol são apenas amigos ou namoram?

- Ah não sei papai, eles ficam andando de mãos dada, mas não sei se namolam. - respirei fundo para não me enervar e assustar a Ceci.

- Tá bom filha. Vamos jantar agora. - lhe dei um sorriso mais calmo e ela pegou em minha mão. 

Com certeza eles estavam juntos e ele era o cara que estava naquele carro. Mas porque ela estava comigo? Seria pelo dinheiro mesmo. Eu iria tirar essa história a limpo assim que chegasse em Sampa. Depois de dias na estrada voltei pra casa. Pela primeira vez levei Cecília no balé e fiquei assistindo. Podia negar o quanto quisesse mas estaria mentindo, ela me faria lembrar demais a Clara, até nos gestos e manias. 

- Gostou papai?

- Adorei, você dança muito filha. - a peguei no colo. 

- Como a Ma?

- Isso mesmo. - sorri e beijei seu rosto. 

De noite marquei com Carol, iria tirar essa história toda a limpo. Cheguei na casa dela pelas 21h e ela estava acabando de se arrumar. 

- Não precisa terminar. - avisei - Preciso conversar sério primeiro, talvez nem sairemos mais. 

- Agora você me assustou. Que é?

- Esse vestido é novo? - observei.

- Aham, lindo né? Gostou Lu?

- É pra esses seus luxos que você anda levantando dinheiro demais da conta da Cecília né? 

- Ah? Cla-claro que não, que ideia é essa?

- Ideia? Não mente pra mim, eu sei muito bem o que você anda fazendo Carolina. Mas isso é o menos, eu só quero saber quem te deu ordem para maltratar a minha filha, e ainda por cima autorizar que o seu amigo ou namorado, tanto me faz, Leandro brigue com ela. 

- Mas isso não é verdade, eu não vejo o Leandro faz anos.

- Eu deveria saber que você não era o que demonstrava. Quis me dar o golpe e ainda me quer convencer de que a minha filha está mentindo. - falei incrédulo.

- E está. Eu amo a Cecília, não seria capaz de fazer algum mal pra ela. 

- Mas fez e eu não vou permitir que faça mais. A partir de hoje a gente não fica mais e muito menos é amigo entendeu? - a olhei com raiva. 

- Você não sabe o que está fazendo.

- Sei muito bem. 

Virei costas e saí sem nenhuma dó. Mexeu com a minha filha mexeu comigo. Aproveitei que estava arrumado e decidi passar no Dudu que com certeza estaria trabalhando ainda. Encontrei uma galera lá, Lucas, Bruninho e Davi e Jorge e Mateus. Fizemos uma das nossas resenhas que durou a noite toda e rendeu bastante música boa. 

- Pai vamos no escritório. - pedi e ele assentiu . - Já descobri porque a conta da Cecília estava desregulada. 

- Descobriu?

- A Carolina usava o dinheiro para comprar coisas para ela, ao invés de pagar com o cartão ela levantava para o registro das lojas não ficar no relatório e a gente descobrir. 

- Bem achei estranho tanto dinheiro para uma criança. 

- E ela ainda tentou me convencer de que tinha contratado um segurança para proteger a minha filha. 

- Você precisa tomar mais cuidado com essas mulheres que fica meu filho. - me repreendeu.

- Eu sei pai, mas essa vida acabou. Eu agora só quero saber da Clara.

- Acha que ela vai te perdoar depois da besteira que você fez?

- Não sei pai, mas espero que sim. Vou fazer por isso.

- Qualquer coisa estou aqui.

- Obrigado. - o abracei e saí para curtir o final de tarde com a minha pequena.


Bruna chegou ali em casa na hora do jantar e a chamei para o quarto, queria conversar acerca da Carolina.


- Que foi hein?
- A Carolina estava me enganando.
- Que novidade. - falou irónica - Mas conta mais.
- Ela queria meu dinheiro e usava o cartão da Ceci para isso.
- Aquela cara de santa nunca me enganou.
- Mas o pior é que ela anda com o Leandro ainda.
- O Leandro? Isso é estranho. Ele ia aceitar que ela andasse com você e com ele ao mesmo tempo?
- A não ser que ele também quisesse se aproveitar disso.
- Talvez, mas essa história não está muito bem contada não. - falou desconfiada.
- O que acha que poderá ser mais?
- Não sei, mas já que deu o toco nela, melhor continuar longe.
- Ciumenta. - zoei.
- Nada disso, apenas estou com ódio de quem ousar mexer com você e ela está na minha lista negra.
- Vê lá o que você vai fazer.
- Nada, ela mesmo vai se revelar. 

Dois meses depois... 

Finalmente hoje gravaria as músicas do meu novo CD. Foram dois dias e duas noites sucessivas gravando e alterando algumas coisas que ficaria melhor. Dentro de dois meses estaria nas lojas para todos comprarem e ouvirem. Dentro de dois meses também, a Maria Clara chegaria, antes do Natal e se estava ansioso? Claro que estava, queria vê-la de novo e quem sabe lhe mostrar que a mereço. No dia do seu aniversário mandei uma mensagem escrita e um aúdio cantando uma música do novo trabalho. Ela apenas agradeceu e só com Cecília falou. 

- Boi tem uma galera aí pra te ver. - Rober avisou assim que pisou no camarim e Cecília comia. 

- Manda entrar. - fiquei esperando e me surpreendi ao ver Beatriz, Fernanda, Felipe e Denis. Com certeza que a amizade deles era das melhores coisas que tinha ficado desde o meu término com a Maria Clara. - Oh gente que honra.

- Já fazia tempo que a gente não se via Luan. 

- Verdade Bia, vocês podem aparecer lá em casa sempre que quiserem, já são de casa gente.

- Vamos aparecer. 

- Oi pessoal. - Cecília falou lambuzada com a manga que acabou de devorar. 

- Que docinho. - Fer falou se abaixando - Vem cá pra limpar a sua carinha. 

- É uma comilona. - falei zoando. 

- Ah papai cê também ué. - rimos. 

- Mas e aí Bia como vai a vida?

- Vem demais, estou esperando você se consultar comigo. 

- Você abriu consultório?

- Semana passada. 

- Parabéns, pode esperar que eu vou.

- Soube que encontrou com a Clarinha.

- Verdade, a gente conversou.

- E outras coisas né? 

- Ah, mas não correu muito bem para o meu lado não. - ri sem graça. 

- Cê ainda anda com aquela tal de Carolina?

- Não, faz dois meses que acabei tudo. Quer dizer, a gente não tinha nada, mas parei de ficar com ela e com qualquer uma.   

- Qualquer uma? Quem é você e o que você ao Luan que conhecia? - Fernanda zoou. 

- Parei gente, se quero voltar a reconquistar a Maria Clara não posso ficar nessa vida.

- O Marcos é que não vai gostar nada de saber disso.

- Ele já sabe da gente e sabe que ela me ama, só tem de aceitar. - ri fraco. 

- É difícil sem ela né?
- Muito Bia, a gente desde que começou nosso namoro esteve mais vezes separado do que junto. Parece que ao mesmo tempo que Deus nos quer juntos também nos quer separados.
- Vocês sempre foram opostos, a vossa relação não poderia ser diferente.
- Cara encara como sendo obstáculos que vocês têm de enfrentar para saberem que se amam mais que tudo. - Felipe constatou.
- Cê tem razão, tenho de encarar assim mesmo. E apesar de tudo tenho de agradecer ao Marcos por ele estar cuidando dela e lhe fazendo bem.
- Sério? Este Luan está muito apaixonado. - Fer zoou.
- E você hein? Ninguém vai casar não?
- Não é preciso pressa. A gente tem tempo.
- Agora que arrumou namorado não deixa escapar Fernanda.
- Até parece.
- Você igual Beatriz, não precisa mais ficar de vela. - zoei e ela me deu língua.



Maria Clara On: 


- Amor já começou fazendo as malas?
- Já, é tanta coisa que nem sei se caberá tudo. - ri vendo a bagunça.
- Se precisar pode colocar na minha.
- Homens sempre tão práticos.
- Isso eu sou mesmo.
- Mas nem todos o são. - ri e me calei imediatamente.
- Não precisa ficar assim, tenho de me habituar com essas lembranças que te custa esquecer. - acariciou meu rosto e desviei o olhar pro chão.
- Estou com fome.
- Já imaginava, fiz almoço pra gente.


Pois é, faltavam apenas cinco dias para voltar ao Brasil. O intercâmbio estava terminando e tudo correu pelo melhor. Quanto ao grupo de dança teria de abandonar e tentaria ingressar outro no Brasil, mas tinha fé que iria conseguir. Por mais que quisesse voltar para matar as saudades, rever Luan não era o que mais queria. Não estava preparada para ver a minha vida mudar completamente.


- Hugo chego na sexta.
- Mas já? Não faltam duas semanas ainda?
- Conseguimos resolver tudo a tempo, por isso vamos mais cedo.
- Maravilha, que horas você chega pra te pegar?
- Pelas 9h da manhã.
- Estarei lá com a Bruna.


Malas prontas e passagens compradas. A ansiedade aumentava a cada minuto. Finalmente o nosso voo chegou, seria de noite para chegar no Brasil pela manhã. Marcos estava empolgado para ver sua família também.


- Cê mora onde amor?
- Num prédio perto do Alphaville.
- Aquela zona dos ricos?
- É, moro a cinco minutos de lá.
- Cê já viu famoso por lá?
- Só um. E você mora onde?
- Quem você viu? - suspirei fundo.
- O Luan, ele mora lá no condomínio.
- Cê comprou o apê por causa dele?
- Não, aí a gente nem namorava ainda.
- Hum. Eu moro perto do centro.
- Vish, como aguenta aquele trânsito?
- Hábito.
- Você tem de conhecer meu apê. Assim que a gente descansar e matar a saudade de todos cê vai lá.
- Com certeza. - me beijou.


Dormi o voo quase todo e cheguei na hora certa em SP. Pegámos nas malas e saímos mas estava bastante gente aglomerada e não entendi o porquê. Logo vi Hugo, Bruna e Bia e corri para os abraçar.


- Que saudade gente.
- Larica você está mais gata ainda.
- Exagerado. Que saudade das suas zoações meu irmão.
- Nunca mais vai embora este tempo todo.
- Amiga. - abracei Bia . -Sua desmiolada não me avisou que chegava por esta hora.
- Seria surpresa sua besta. Cunhada.
- Clarinha. - me abraçou - Sê bem vinda.
- Obrigada. Gente me deixem apresentar meu namorado Marcos.
- Prazer, espero que tenha cuidado da minha irmã. - Hufo falou sério só para assustar mesmo.
- Cuidei sim.
- Os pais?
- Estão em casa preparando um café da manhã caprichado.
- Hum delícia.
- Amor meus pais estão ali, vem conhecer eles.
- Esperem aqui gente. - fui com Marcos e conheci seus pais que eram bem humildes e simpáticos.


Marcos acabou por ficar com eles e voltei pra perto da galera e quando virámos costas pra sair alguém chamou Bruna fazendo todos olharem para trás.


- Tia. - uma menina loirinha que reconheci ser Cecília correu ao seu encontro - Cê veio buscar eu e o papai?
- Oh Ceci nem sabia que vocês chegavam agora.
- Chegámo agola mesmo.
- Por isso essa gente toda. - falei olhando a menina que assim que me viu abriu um sorriso enorme.
- Ma?
- Eu mesma. - me abaixei.
- Ai que legal. - me abraçou - Cê é tão linda.
- Você também. - acariciei seu rosto e vi Rober chegar atrás dela.
- Cecília não pode fugir assim.
- Vim ter com a ti Bubu.
- Eu vi e com a Clara também né? Voltou de vez?
- Sim Rober, cheguei pra ficar. - o cumprimentei.
- Vou avisar meu papai. - saiu correndo e Rober foi atrás.
- Vamos gente?
- Agora vamos esperar né? - Bruna falou segurando um riso.
- Também acho, você ainda agora chegou e já vai fazer o dia de alguém feliz.
- Me salva Hugo .- falei e todos riram.
- Eu queria salvar mas só quero o seu melhor e a sua felicidade não está no cara que foi embora há pouco, está no que está vindo para aqui neste momento. - constatou e assim que olhei vi Luan com Cecília no colo sorrindo enquanto as fãs deram conta da gente e começaram fotografando e falando entre si.

Boas amores! Eita, Luan enfrentou Carol de novo e desta vez deu um basta. Acham que ela desapareceu de vez ou ainda vai aprontar muito visto que falou aquilo pro Luan? Ela voltouuuuuu Brasil ! E parece que adivinhou a hora kkkk porque Luan chegou no mesmo instante. E esse reencontro hein? Agora o Luan vai reconquistar ela, acham que vai dar certo? Ele mudou, vamos ver se a Clara vai reconhecer isso. Comentem por favor! Beijocas enormes e bom domingo !!!!