quinta-feira, 29 de outubro de 2015

Capítulo 100

Clara On: 


Um mês e meio se passou, cuidar do meu filho estava sendo o meu passatempo preferido. Luan estava em casa por três meses e era adorável vê-lo me ajudar. Cecília ansiava para que o Lucas crescesse para poder brincar com ele, enquanto isso se divertia com Gaby que ficava algumas tardes com a gente. Hoje receberíamos a imprensa lá em casa, para entrevistas sobre o bebé e a nossa vida depois de quase dois anos de casado. 


- A pergunta que não quer calar é: Como decidiram o nome do bebé? - uma jornalista indagou e olhei Luan o deixando responder.
- Na verdade não foi a gente, nós somos bem controversos. - rimos fraco - Por isso pedimos ajuda para a nossa filha Cecília e ela que escolheu Lucas.
- Sei que é cedo para perguntar isto, mas planejam ter mais? 
- Claro que sim. - respondi - Eu quero ser mãe mais vezes e das melhores sensações que tive foi poder fazer o Luan pai, então, óbvio que teremos mais, quantos não sabemos, mas iremos ter sim. - ri fraco e Luan apertou meu ombro me juntando mais a ele. 


Durou a tarde inteira e quando os jornalistas foram embora fui dar de mamar no Lucas. Cida estava colocando a mesa para o jantar e a campainha tocou. Luan se prontificou a atender e era Bia.


- Ué amiga, veio sozinha? - indaguei a cumprimentando com um abraço.
- Ele deve estar chegando. - falou sem muita animação.
- Nossa quanta animação pra falar do namorado. - Luan zoou.
- A gente teve a nossa primeira briga por coisa idiota. - resmungou e cruzou os braços. - Cadê minha afilhada?
- Está na cozinha com a Cida.
- Nossa, ela muita gosta de ficar na cozinha, vai ser cozinheira. Vocês pensando que seria bailarina ou cantora mas será cozinheira. - riu e a fuzilei.
- Engraçada, ela será o que quiser. - respondi firme arrumando minha blusa e esperando Lucas arrotar. 
- Porque brigaram? - Luan perguntou curioso.
- O Hardin me ligou e ele não gostou que estava falando com ele. - bufou irritada. - Veio com ciuminho, o Hardin é meu amigo, óbvio que falo com ele. 
- Eu até compreendo o Felipe. - Luan falou e o olhámos incrédulas.
- Sério? Então porquê? - Bia perguntou começando a ficar irritada.
- Que homem gosta que a mulher dele fale com o ex? Você esperava que ele fosse ser amigo do Hardin por acaso?
- Desculpa amor, mas se é assim você não é homem. - constatei rindo e ele me olhou feio - Você fala com o Marcos e não me proíbe de falar com ele. - expliquei e vi a cara de Luan derrotada.
- Mas eu sou diferente. - tentou me convencer do contrário - O Marcos nunca foi um concorrente á altura, já o Hardin é um alto concorrente para o Felipe. Normal ele ficar com ciúme e tal.
- Normal o cacete Luan. -Bia se indignou - Eu estou com ele não com o Hardin, deixei isso bem claro, o que havia entre mim e ele era apenas amizade colorida, com o Felipe é namoro sério.
- Eu te entendo, mas o Hardin faz um estilo de homem que você gosta bastante.
- E o Felipe é de quem eu gosto, por isso pára de tentar arrumar argumentos para defender o seu amiguinho Luan.  - Luan riu levantando as mãos em redenção. 
- Vocês têm de conversar. - aconselhei - Mostra ao Felipe o meu caso se for preciso, ele não pode dar uma de ciumento. O Hardin está longe e não há motivos justificáveis. 
- Nós vamos conversar. - respirou fundo - Com tudo isso nem te contei, o Hardin me ligou avisando que estavam viajando com o Logan, a filhinha dele vai nascer, e os meninos vão todos juntos para o hospital.
- Aqueles lá não se largam. - ri fraco e ela concordou.
- O Hardin falou que a Chloe será namorada do Luquinhas.
- Olha lá, já está se comprometendo o meu garoto. - Luan falou brincando e o olhei feio - Que foi mamãe ciumenta?
- Ele tem muito tempo pra pensar nisso ainda. Temos de ligar ao Logan depois. - informei e Luan assentiu.
- E comprar um presente bacana para a filha dele como ele fez com a gente.
- Já tratei disso meu querido. - pisquei o olho convencida.


Felipe chegou uns minutos depois e ficava olhando Bia. Luan e eu apenas segurávamos o riso pela cena de marrentos que eles estavam protagonizando. 


- Padrinhos. - Cecília veio correndo saltando para cima dos dois.
- Oh meu amor estava cozinahndo? - Bia perguntou zombando.
- Tava não, estava conversando com a Cidoca.
- Cidoca? - indaguei e Luan ria pois ele é que a chama assim - Seu pai é um péssimo professor.
- Oh amorzinho, não briga comigo não, eu sou apenas carinhoso.
- Aham. quero nem saber o nome que daria a um cachorro se tivesse um.
- Ué, fui eu que dei o nome ao Puff da Bruna.
- Criativo você. - zoei e ele deu língua. - Vamos jantar gente. 
- Amiga quando será o batizado?
- Daqui a dois meses, vamos fazer o da Cecília e do Lucas juntos. O Luan volta a fazer show daqui a dois meses, então aproveito o último mês para isso.
- Vai dar tempo?
- Estamos falando de Luan Santana. - Lu informou convencido - Dá mais que tempo.
- Desculpa queridinho se você é VIP em tudo, saudade de ser VIP.- se lamentou e Felipe pigarreou sabendo que ela se referia a Hardin. 


Luan começou outro assunto com Felipe tentando descontrair o clima chato que se tinha instalado. Lucas era um amor, só comia e dormia, nem chorava muito, só me acordava uma ou duas vezes durante a noite para mamar e voltava a dormir. 


- Mamãe me deixa dormir em casa da madrinha?
- Ceci hoje não, depois a gente combina isso, mas hoje não. - Olhei Bia que me agradeceu com o olhar, sabia que era queria fazer as pazes com Felipe e com Cecília no seu encalço seria impossível. 
- Tá bom, e se for em casa da vovó, posso?
- Está querendo dormir fora de casa a toda a força filha. - ri. - Porquê hein?
- Por nada, mas estou com vontade de dormir em outro lado.
- Tá bom, seu pai te leva depois em casa da Mari.
- Obrigada. - respondeu toda educadinha.


Como combinado Luan levou Ceci em casa dos sogros, eu arrumei Lucas o deixando no berço ao lado da nossa cama e logo Luan chegou.


- Está dormindo?
- Está amor. - fui até ele que me puxou pela nuca colando nossos lábios num beijo quente e a outra mão segurava minha cintura. - Lu... - ofeguei entre o beijo - Não podemos...
- Quem disse? Já acabou o resguardo amor.
- Você andou contando? - indaguei sentindo seus beijos molhados em meu pescoço.
- Aham, mas chega de conversa, vamos pro banho, eu quero te amar muito.
- Sabe que não dará pra nos amarmos muito né? O Lucas está dormindo e pode acordar a qualquer hora. - informei assim que chegámos no banheiro.
- Eu sei, mas iremos aproveitar cada segundo. - me envolveu num beijo e tirou meu vestido se desfazendo em seguida das minhas peças íntimas. Fiz o mesmo com ele e quando estávamos nus entramos no box ligando a água quente que logo caiu sobre nós.


Agora entendi porque Cecília estava implorando para dormir fora, Luan sabia muito bem persuadi-la e já estava de caso pensado. Nos amamos todo o segundo que tínhamos e assim que me sequei e escovei meu cabelo Lucas chorou pedindo pra mamar.


- Eu não falho amor, tempo certinho. - Luan se gabou e ri me aconchegando nele enquanto alimentava meu pequeno.
- A gente faz dois anos de casado em breve amor, eu quero te mostrar uma coisa.
- O quê?
- Depois você vê.
- Você anda muito misteriosa ultimamente. - me abraçou por trás colocando o queixo em meu ombro.
- Você vai amar, já estou com essa ideia desde o nosso aniversário de um ano.
- Tanto tempo assim? Vish, agora vou morrer de curiosidade.
- Vai valer a pena, até as crianças vão amar, quer dizer, a Cecília porque o Lucas ainda é cedo demais para entender.


(...)


O dia chegou rápido, Luan estava ansioso mas não lhe desvendei nada. Arrumei Lucas, Cecília e me arrumei em seguida. Preparei uma mala de roupa para todos por duas noites e desci vendo Lu jogando video game com Cecília com Lucas no colo que dormia. Tirei uma foto daquela cena.


- Vamos tomar o café da manhã, porque ainda temos estrada para andar.
- Ainda não me vai dizer onde vamos? - Luan perguntou sapeca.
- Não, é surpresa. - selei nossos lábios e depositei um beijo em Lucas e outro em Cecília.


Coisas no carro, meninos em segurança. Estava na hora de partir, pelas minhas contas chegaríamos antes do almoço o que era o ideal. Coloquei o endereço no GPS e deixei que Luan seguisse. Aproveitei para publicar a foto que tirei mais cedo.



"É muito amor numa foto só ❤️ "



- Falta muito?
- Amor não sei, também nunca fui lá, será tanto surpresa pra você quanto pra mim.
- Lá onde? - tentou me fazer cair mas ri negando.
- Logo saberá. - Luan ligou a rádio num volume baixo para não despertar Lucas, Cecília também já estava cochilando. 


Em menos de uma hora chegámos e olhei Luan que estranhava tudo aquilo. Assim que o GPS informou que chegámos ao nosso destino Luan me encarou sem entender nada.


- Chegámos amor. - desci do carro e Luan me seguiu. 
- Amor mas onde a gente está? Isto é uma fazenda né? Era aqui que você queria trazer a gente? Tem certeza.
- Mais do que certeza, toma. - tirei uma chave da minha bolsa lhe entregando.
- Como é que você tem a chave?
- Porque isto não é somente uma fazenda, isto é... - me aproximei do portão e tirei o lenço que tampava a placa - É a Fazenda Santana. - Luan ainda não estava entendendo nada - É sua meu amor, parabéns pelos dois anos de casados. - abracei seu pescoço e ele me olhou não acreditando.
- Esta fazenda é minha?
- É, gostou?
- Eu amei, nem tenho palavras para te agradecer, foi uma surpresa maravilhosa. Obrigado, obrigado, obrigado. - me abraçou forte me levantando do chão.
- Vamos entrar, tem tanta coisa pra conhecer ainda, só vi pela internet quando estive procurando para comprar e fiquei encantada.

 Luan abriu o portão e nos dirigimos ao carro mais uma vez, entrando nele na nossa nova propriedade. O sol estava alto e tornava aquele local muito mais acolhedor e lindo. A Fazenda era enorme e tinha um longo espaço para fazer imensas coisas, me certifiquei de que tinha estábulo e sabendo que tinha cavalos tratei de arrumar fazendeiros para trabalharem ali e cuidassem da casa enquanto a gente estivesse na cidade. Cecília acordou e assim que desceu ficou olhando tudo curiosa. Entramos com as malas em casa e um cheirinho de comida da fazenda se fez sentir.


- Nossa que cheiro gostoso. - Luan falou fechando os olhos.
- Salete? - chamei a senhora que cuidava da casa e ela logo apareceu limpando as mãos no pano de cozinha.
- Chegaram? Que honra conhecer vocês. - nos cumprimentou - O almoço está quase pronto, podem arrumar as malas e quando voltarem já estará servido.
- Obrigada Salete. O seu Pedro está aí né?
- Está menina, está no fundo tratando dos cavalos. - assim que ela falou aquilo Luan me encarou arregalado.
- Cavalos? - indagou com aquele sorriso de criança brincando em seus lábios. 




- Sim, cavalos, não poderia esquecer disso. - acariciei seu rosto e ele me beijou.
- Obrigado por tudo isto, você é a melhor do mundo. 


Arrumamos as malas e depois de ver a casa toda voltámos para a cozinha que era enorme e bem estilo de fazenda e nos sentámos á mesa. 


- Salete chama o seu Pedro e almocem com a gente. - mandei e ela me olhou sem graça - Anda logo mulher, não volto a repetir, quero vocês com a gente.
- É isso aí Saletinha, ouve a Clara. - Luan me deu força e o repreendi com o olhar pelo apelido que já tinha arrumado para a empregada.
- Eu já volto meninos. 


Salete voltou com seu Pedro e se sentaram com a gente. Cecília conversava com todos e era bom conhecer as pessoas que cuidariam da nossa fazenda. Eles moravam ali perto e foi maravilhoso encontrar pessoas de confiança assim. Depois do almoço ficámos descansando na varanda apenas observando aquela paisagem de tirar o fôlego. Um pouco mais tarde fomos andar de cavalo, quer dizer, apenas Luan, eu só andei um pouco e tive de descer para ficar com Lucas, Cecília pediu a Luan para aprender e claro que ele ensinou. Salete me deu o celular de Luan dizendo que ele lhe pediu para tirar fotos e dei de caras com uma foto nossa. 



"2 anos de casado na nossa Fazenda. Nada paga a alegria do @luansantana quando soube da surpresa kkkk Te amo my love ❤️"



(...)


O batizado foi maravilhoso, mas em poucos dias Luan teria de voltar para a estrada. Shows não lhe faltava e estaria fora um mês sem hipótese de voltar a casa. Era difícil mas era necessário. Minha mãe jantava quase sempre lá em casa e me fazia companhia. 


- Filha queria te propor uma coisa assim que você voltar a trabalhar na academia, quando o meu neto estiver mais crescido.
- Pode falar mãe.
- Você está quase se formando em Relações Internacionais, seria bom ter alguém com os seus conhecimentos no escritório, nós temos bastantes clientes lá fora e seria muito bom ter a sua ajuda.
- Não sei mãe, você acha que serei capaz? É que eu já tenho a academia e tenho os meus filhos pra cuidar, não sei se seria boa ideia trabalhar fora e ocupar mais o meu tempo.
- Fala com o teu marido e depois de pensares muito bem dá-me a resposta. Já era algo que tinha falado com o seu pai quando você começou estudando mas de uns tempos pra cá é que realmente vi que seria algo bom pra você.
- Eu vou falar com o Luan.


A minha formatura chegou, convidei todos os meus amigos e alguns familiares mais próximos e, Luan chegaria nesse mesmo dia depois de um mês fora. Era tanta saudade e ansiedade nesse dia que mal dormi. Arrumei as crianças e me arrumei a seguir. Não queria nada extravagante, então decidi por uma vestido simples mas diferente e confortável.




Estava chegando a hora e nada de Luan aparecer. Não dava para esperar mais e assim que abri a porta para sair Luan chegou já arrumado com um ramo. 


- Ufa, graças a Deus cheguei a tempo, o trânsito está de matar. - se desculpou e depois de me cumprimentar abraçou os filhos. 
- Estava me preocupando já.
- Vamos lá amor, meus pais já estavam saindo de casa quando vinha pra cá. 


Estava tudo do meu agrado e quando voltámos pra casa me lembrei do que a minha mãe me tinha falado. As crianças já dormiam e Luan estava no banheiro esperando por mim. 


- Amor a minha mãe esteve cá esses dias e me propôs uma coisa. - falei assim que nos acomodámos na nossa cama.
- Pela sua cara estou vendo que é algo que está te chateando né?
- Não diria chatear, é que não sei se devo. Ela quer que eu trabalhe no escritório.
- Mas você não é advogada.
- Mas sou formada em relações internacionais e ela disse que seria bom eu trabalhar com ela por causa dos clientes de fora que o escritório tem. 
- O que você quer? 
- Eu não sei, ela falou que já pensava nisso quando meu pai estava entre a gente mas agora não sei. Eu tenho nossos filhos e a academia, não quero encher minha cabeça com outros problemas e chegar cansada em casa, nossos filhos já sentem a sua falta não quero que também sintam a minha. Me diz qual a sua opinião.
- Por mim você não trabalhava, sabe muito bem disso, mas da academia não te posso tirar, então a minha resposta para a proposta da D. Giovanna é não. - falou firme deixando bem clara a sua posição.
- Já esperava isso. 
- Mas se você quiser, eu respeitarei. 
- Não quero, não agora. - selei nossos lábios. 



5 ANOS DEPOIS ... 



Luan On: 


Cheguei em casa depois de um dia de entrevistas em outro estado, estava doido para ver a minha família e matar a saudade deles. Cheguei em casa e estava tudo em silêncio. Não era normal, Lucas normalmente estaria brincando ali na sala mas nem sinal dele havia. 


- Já chegou menino Luan?
- Oh Cidoca onde está todo mundo?
- A Maria Clara foi com o Lucas na Academia e a Cecília está desde manhã no quarto ou nas cadeiras da piscina.
- Faltou na escola, ela está doente?
- Não sei, a menina apenas pediu para fazer um chá de camomila para ela, mas ela mesma o levou antes de sair.
- Tudo bem, eu vou ver o que está acontecendo com a minha mocinha.
- Mocinha mesmo, nem dá pra acreditar que aquela menina de 5 anos que conheci já está com 13. 
- Nem me diga nada, meu coração se aperta. - ri fraco e saí rumo á piscina a encontrando na sombra deitada nas cadeiras mas de roupa o que estranhei.


Me aproximei e me sentei do seu lado, ela estava de olhos fechados e os abriu assim que sentiu a minha presença. Cecília estava uma menina linda, se eu não a tivesse adotado afirmaria com todas as letras que ela era minha filha legítima com Maria Clara. Era cada vez mais parecida com a gente e me enchia de orgulho com as altas notas na escola e com a desenvoltura no ballet, participou em imensas apresentações juntamente com Clarinha que mantinha contato com o seu Igor que propôs uma parceria com ela. Escusado será dizer que ela morria de felicidade em poder fazer o que mais amava e mostrar isso para os maiores críticos da dança mesmo não fazendo disso a sua vida. 


- Que você tem filha? Decidiu me esperar foi? - brinquei apertando seu nariz.
- Não estou pra gracinhas hoje papai, me deixa sozinha. 
- Ué, o que aconteceu? 
- Nada que você precise saber.
- Olha como fala comigo. - alertei e ela bufou me olhando arrependida. - Me dá um abraço, estou morrendo de saudade sua. - a contra gosto ela me abraçou mas logo largou voltando á posição em que estava.  - Me fala porque ficou em casa e não foi na escola?
- Pai sério, eu não vou falar disso com você. - se levantou e estranhei aquela reação - Eu vou para o meu quarto, não me incomoda por favor.
- Cecília Santana. - a repreendi a chamando mas ela não parou seguindo para dentro de casa. 


Fiquei imaginando motivos que justificassem aquela falta de educação e de modos da Cecília mas não achei nenhum. Só esperava que não fosse por causa de rapazes, ela não tinha idade pra isso e eu não deixaria minha filha ficar daquele jeito por causa de qualquer moleque. Voltei pra dentro de casa e depois de tomar um banho relaxante desci pra pegar em algo pra comer, Cida tinha feito bolo de chocolate e decidi levar um pedaço juntamente com um suco de maracujá para Cecília. Bati na porta e não escutei nada, decidi abrir devagar e a vi deitada vendo tv com uma cara nada boa.


- Te trouxe um lanchinho gostoso filha.
- Não quero pai.
- Eu não saio daqui enquanto não comer e me contar porque está me tratando desse jeito. - pousei o tabuleiro na mesinha e me sentei ao seu lado na cama a encarando.



Eita, tanta coisa acontecendo. Mas é assim mesmo que eu quero, que passem anos e que chegue logo a adolescência da Cecília, porque muita coisa vai acontecer ainda. Luan chegou de viagem e Ceci não o tratou muito bem, o que será que ela tem? Será por causa de rapazes? Luan irá conseguir saber o motivo? Comentem por favor. Beijos <3

quarta-feira, 28 de outubro de 2015

Capítulo 99

Acordei sozinho na cama e assim que me espreguicei ouvi um barulho no banheiro. Corri para lá e vi Clara debruçada no vaso sanitária vomitando. Me aproximei e segurei em sua testa.


- Você mão precisa ficar vendo isto. - falou com a voz falha.
- Pára de ser marrenta, claro que preciso, é o meu filho e a minha mulher, tenho mais é que ficar. - falei firme, ela ia contestar mas vomitou de novo. - Já está aqui faz tempo? 
- Não, acordei há pouco. - se levantou e lavou a cara e logo em seguido os dentes.
- Você não tem nada pra tomar? - acariciei suas costas e ela se virou me abraçando.
- Tenho, mas estou tentando tirar.
- Vem, vamos tomar um banho e descer pra tomar um café gostoso. - puxei a barra da sua camisa de dormir e ela sorriu fraco tirando a minha camiseta. 
- Não vou na facul hoje, não quero passar mal e quero aproveitar que você está em casa. - selei seus lábios e não returquei, queria mesmo passar a manhã com ela. 


Cecília estava acordada no quarto vendo tv sozinha. Assim que nos viu saltou da cama descendo com a gente. Quando fui pegar Cecília na escola na hora do almoço Felipe estava lá em casa e aproveitaria o momento para falar com ele sobre a Bia. Assim que terminámos o almoço o chamei para o escritório.


- Senta aí cara. - acenei para o sofá.
- O que você quer conversar comigo? - indagou curioso. 
- Cara você ainda gosta da Beatriz? - fui direto e ele me olhou estranho.
- Porque quer saber isso?
- Você já soube que ela voltou né?
- A Clara falou quando eu cheguei.
- Pois é, e aí, o que você sente?
- Continuo gostando dela.
- Se quer um conselho de amigo, vai em frente. - pisquei o olho e ele me encarou.
- O que você sabe que não está me contando?
- Nada não. - ri fraco - Apenas vai em frente.
- Ela te falou alguma coisa?
- Talvez. 


Ficámos conversando mais um pouco e quando voltámos pra sala Fernanda estava lá. Pela cara de Felipe ele não sabia que ela tinha voltado.


- Você voltou? - indagou e Fernando assentiu se aproximando.
- Aham, será que podemos conversar depois?
- Não sei, depois vemos isso. - Felipe mostrou frieza e isso era um ponto positivo para a Bia. - Eu vou indo.
- Te acompanho. - me ofereci e depois dele se despedir das meninas o levei á porta. - Cara desculpa não te falar da Fernanda, nem lembrei que ela voltou.
- Nada não Luan, não esperava mas foi bom revê-la, tive certeza que não nutro nada por ela além de um carinho apenas.
- Domingo nos vemos no batizado da minha afilhada.
- Com certeza, até lá. 


O domingo chegou correndo, o batizado seria de manhã pois ao final da tarde tinha de viajar para outro lado fazer show e cumprir os compromissos. Clara acordou bem cedo pra se arrumar.


- Luan levanta, você fica nessa preguicinha e fala que é rápido, mas você sabe como é e demora ainda mais do que eu. - reclamou e ri me aconchegando na coberta.
- Eu sou rápido mesmo, o cabelo que demora mais.
- Então do que está á espera, se levanta homem de Deus. - ri fraco e fiquei a admirando passar o creme no corpo. - Você está tão linda com essa barriguinha pequenininha.
- É maravilhoso estar grávida amor. - falou meiga - Estou morta para o nosso bebé estar cá fora nos nossos braços.
- E nomes você já pensou? - perguntei.
- Ainda não, deixa a gente saber o sexo. 


Me aprontei e enquanto Clara se vestia fui arrumar Cecília que estava mais preguicinha do que eu. A banhei, sequei seus cabelos e a vesti com a roupa que Clara comprou pra ela. 


- Papai eu quero fazer caracóis.
- Isso é com a sua mamãe amor, eu não sei fazer isso não.
- Ela vai demorar?
- Não sei, vamos lá ver. - assim que chegamos Clara estava fazendo o cabelo dela e aproveitou para fazer o de Ceci. 



Clara On:


A celebração foi linda, Gabriela estava tão linda naquele vestidinho rosa e branco e se comportou direitinho. Bruna estava uma mamãe babona. Luan só queria pegar na afilhada e meu irmão ficava do lado reclamando que Luan já estava demasiado tempo com ela o que nos arrancou grandes gargalhadas. Vi quando Bia e Felipe conversavam e esperei terminarem para saber o que tinham resolvido. 


- E aí Bia? - perguntei assim que ela se sentou na minha mesa.
- A gente marcou mais tarde no meu apê, vamos conversar direitinho. 
- Mas você falou que estava a fim?
- Aham, ele pareceu contente com isso, espero que a gente se acerte.
- Amanhã só me ligue para contar que está namorando queridinha. - zoei e ela riu. 
- Eita, Hardin me ligando. - falou estranhando e atendeu. Decidi pegar num suco e quando voltei escutei um pouco da conversa dela - Hardin o que está acontecendo? Hey não desliga...
- Que aconteceu?
- O Hardin me ligou pra conversar enquanto esperava a hora da reunião com os meninos e desligou sem mais nem menos,
- Será que aconteceu alguma coisa?
- Não sei, ele falou que a reunião era por causa do Logan, você tem falado com ele?
- Não, mas agora até eu fiquei preocupada. 


Luan partiu para um show no final da tarde e depois de nos despedirmos continuei na festa que estava bastante animada. Bia estava no celular e assim que me viu me chamou. Esperei ela desligar.


- Você não vai acreditar no que aconteceu. - falou surpresa mas contente ao mesmo tempo.
- Me conta. - pedi curiosa.
- O Logan vai ser pai.
- O quê? - indaguei admirada.
- Verdade, ele engravidou uma menina com quem tem ficado algumas vezes, nada de sério.
- Nossa, ele deve estar bem atordoado. - ri fraco - Amanhã vou ligar pra ele. 
- Faz isso, ele vai precisar de apoio de todo o mundo e como você será mamãe poderá ajudar bastante. 


Como esperado Bia me ligou no dia seguinte contando do namoro com Felipe. Fiquei super feliz. Agora ela iria tomar jeito e ele igual. Contei pra Luan sobre Logan e ele prometeu lhe ligar para oferecer apoio. 


- Oi Ma.
- Oi Logan, fiquei sabendo da novidade, parabéns viu?
- Obrigado, bem inesperado mas tenho recebido muito apoio e estou bem mais tranquilo e ansioso.
- Você será um pai maravilhoso, tenho certeza disso. 
- Espero que sim, o meu medo agora é desiludir essa criança que está vindo.
- Não tem de ter medo, você é uma pessoa maravilhosa, será o melhor que poderá ser para ela. E não esquece de me mandar fotos dela quando nascer e de me actualizar sobre tudo.
- Pode deixar, vou te mantendo informada e você trate de fazer o mesmo.


Conversamos um pouco mais e decidi passar na Academia, fui na faculdade de manhã e estava sem nada pra fazer. Cecília foi comigo e ficou para a aula com a Rita. 


- Clara ainda bem que te encontro, isto é pra você. - me entregou um envelope super lindo.
- É o que estou pensando?
- Aham, estou morta de feliz, quero me casar logo.
- Ai que lindos, obrigada viu, estaremos lá com toda a certeza. 



8 meses depois ... 


Hoje seria o casamento do meu irmão e da Bruna. O casamento do Marcos e da Rita foi há três meses atrás e foi perfeito. Estava arrumada vendo Bruna se aprontar. Ela estava tão ansiosa que até dava dó. Gabriela já estava pronta e brincava com Cecília, as duas seriam as daminhas de honra. 


- Se acalma cunha. - supliquei.
- Eu tento Ma, mas eu quis tanto isso, já estou com o seu irmão faz anos e este momento é tão especial.
- Eu sei, mas vai dar tudo certo do jeito que você sonhou, só não pode ter um ataque de ansiedade antes do casório.
- Eu vou tentar, me traz um chá por favor.
- Vou pedir. - me levantei segurando na enorme barriga que tinha. Nosso menino estava prestes a nascer e Luan me vigiava demais para nada me acontecer. A alegria dele quando soube que era um rapaz foi contagiante. 


Flashback On: 


" - Vamos lá ver se o bebé está de pernas abertas para sabermos o que é. - doutora Olívia falava mexendo na minha barriga com o equipamento.
- Estou muito ansioso. - Luan falava rindo de nervoso.
- Alguma ideia mamãe?
- Não doutora, o que vier será bem vindo. 
- Luan, vocês já têm uma menina né? 
- É doutora, nossa princesa.
- Então agora terão um menino para jogar futebol com você. 
- Um guri? - Luan indagou emocionado. - Amor um menininho. - sorriu largo e selou nossos lábios.
- O primeiro de muitos. - acariciei seu rosto - Você não sabe o quão é apaixonante te ver assim, teremos mais filhos meu amor, só pra te ver sempre assim feliz.
- Você é a mulher da minha vida. 


Chegámos em casa e contámos a toda a família que festejou a chegada do nosso rapaz. Luan me surpreendeu com o quarto cheio de rosas e passámos uma noite de amor incrível. Ele estava se revelando um papai babão e um marido super protetor, ainda mais, me ajudava em tudo e participava em cada momento. Quando senti os primeiros pontapés Luan estava dormindo com a mão na minha barriga e acordou atordoado, me assustei assim que despertei mas logo percebi o motivo de tanta surpresa e emoção. 


Flashback off


A garçonete trouxe um chá para todas e aproveitei para alimentar as crianças. Meu celular tocou e era Luan.


- Amor tudo pronto?
- Ainda não, sua irmã está terminando o cabelo.
- Seu irmão está nervoso pra cacete. - riu - Estou quase lhe dando um soco pra ver se acalma.
- Sua irmã está do mesmo jeito, nunca vi pessoas mais nervosas pra casar. - rimos.
- E eu achando que estava nervoso, perto do seu irmão eu estava super bem.
- Mantém o Hugo calmo por favor que eu estou tentando fazer o mesmo com a Bubu.
- Tranquilo. E você e meu guri como estão?
- Bem, bastante agitado hoje mas estamos nos aguentando.
- Ele que espere um pouco, não quero que nasça no meio do casamento.
- Espero que ele não se lembre disso amor. - ri fraco. 


Finalmente a hora chegou. Bruna estava maravilhosa, Marizete estava emocionada e foi inevitável não me lembrar do meu casamento. Dei uma última conferida no meu look e retoquei o batom. 




Luan me pegou na porta da igreja e me abraçou antes de seguirmos até ao altar. Estava tudo tão lindo, escolhido ao pormenor. Bruna logo entrou para felicidade de Hugo que só se acalmou assim que a viu. Gaby e Cecília era a coisa mais linda. Luan ofereceu-se para lhes dar a Lua-de-Mel e à semelhança da nossa, a Islândia seria destino pelo qual passariam além de Dubai.
Acordei me sentindo pesada e suada, não era normal. Mas assim que me levantei para molhar o rosto senti a bolsa estourar molhando as minhas pernas.


- Luan. - o chamei desesperada.
- Amor? - se levantou preocupado e correu pra perto de mim
- Está na hora. - respirei fundo e ele me olhou arregalado. - Pega as bolsas e leva para baixo, eu vou tomar um banho rápido e me vestir.
- Tá doida, não vai fazer isso sozinha. Vem que eu te dou banho e te arrumo e depois descemos. 


Não adiantaria contestar, não estava em condições disso. Luan me deu banho rápido e me vestiu confortável. Pegou nas bolsas e descemos. 


- Cidoca a gente vai ter de ir para o hospital, fica com a Cecília por favor. Meus pais devem passar aqui depois pra pegar ela.
- Tudo bem menino, que Deus vos abençoe.


Cida pegou nas malas permindo Luan me levar no colo. Seu Luís nos levaria para Luan ficar comigo no banco de trás. Respirava fundo como doutora Olívia ensinou mas as contrações estavam sendo fortes demais. Ouvi Lu avisar os seus pais e a doutora. Assim que chegámos no hospital doutora Olívia nos esperava e me levaram para o bloco. Luan estava segurando a minha mão a todo o momento. Ele ficou do meu lado me dando força para o que viria a seguir. Foi dolorido mas assim que escutei o choro do nosso bebé foi a maior alegria da nossa vida. Algo como nunca senti algo. Luan se prontificou a pegar nele e o trazer até mim. 


- Bem vindo Lucas Albuquerque Santana. - Luan falou visivelmente emocionado e beijei o nosso menino que estava agora mais calmo. 
- Amor fica com ele por favor. - pedi e senti meus olhos fecharem. 



Luan On: 


Não acredito ainda que estava com meu filho nos braços, meu Luquinhas. Nada se comparava ao sentimento de ser pai. Era incrível. Acompanhei todo o procedimento e vi quando a doutora cuidou de Maria Clara a levando para o quarto. Meu filhos estava arrumadinho e estava ansioso para o mostrar ao mundo, minhas fãs nos apoiaram imenso quando ficaram sabendo da novidade e agora queria dividir toda essa alegria com elas. 


- Oh meu amorzinho, papai te ama muito. - falava com ele enquanto o levava para Clarinha o alimentar. - Sua mamãe é uma mulher super linda, você vai ficar com ciúme dela quando crescer, você vai querer ela só pra você. Papai vai te ensinar tudo que sabe de música, e sua irmã Cecília vai amar te conhecer. Ela queria um irmãozinho e tenho certeza que vai cuidar de você e ajudar a mamãe quando o papai estiver viajando. - Clara já estava acordada quando chegámos e mantinha um sorriso enorme no rosto que quebrava o estado cansado em que estava. 
- Me dá ele amor. - esticou os braços e o beijou antes de o amamentar com a ajuda da enfermeira. Fiquei admirando aquela cena e tirei uma foto para informar a galera.



"Estou completo. Sinto algo que nunca senti, é inexplicável, única, apaixonante. Lucas, promete que serei o melhor pai, farei os possíveis e impossíveis para ver sempre a felicidade estampada no seu rosto e no da sua irmã, a pequena Ceci. Meus maiores tesouros são vocês. Obrigado meu Deus por tamanha alegria em nossas vidas. Obrigado pela mulher maravilhosa que coloquei em minha vida, te amo eternamente "


Meu pai avisou que tinham chegado e fui á sala de espera buscar eles. Cecília estava empolgada e só falava do irmão. Assim que entrámos no quarto Clara o observava babona. 


- Mamãe, me deixa ver o bebé. - Ceci pediu.
- Filha fala baixo, ele está dormindo. - falei e ela assentiu. A coloquei sentada ao lado de Clara e os olhinhos até brilharam por ver uma coisa tão pequenina.
- Ele é tão fofo. - acariciou o rosto dele delicadamente.
- Não estou querendo puxar para o meu lado nora, mas o Lucas é a cara do Luan quando nasceu. - minha mãe confessou nos fazendo rir.
- Ainda bem sogra, será um homem perfeito. - sorri com aquilo e meu pai me deu um tapinha nas costas,
- Parabéns filho, estou muito orgulhoso de você.
- Obrigado pai. - a porta bateu e D. Giovanna entrou juntamente com Hugo e Bruna que só viajariam no dia seguinte.
- Me deixa ver meu afilhado. - Bruna entrou disparada para perto do Lucas. - Ai meu Deus que dengo.
- Seu afilhado? Ainda nem sabe se será. - brinquei e ela me encarou feio.
- Claro que será.
- Desta vez você está certa. - Clara falou e Bruna pulou contente. Gabriela era outra curiosa como Cecília e olhava Lucas como se fosse um boneco. 
- Deixa a Bia chegar para ela ver que perdeu desta vez. 
- Ela não perdeu. - Lhe informei - A Ceci também não é batizada e a Bia será madrinha dela juntamente com o Felipe.
- Boa, saímos as duas ganhando. 


A galera foi embora minutos depois para Clara e Lucas descansarem. Minha mãe cuidaria de Cecília e eu ficaria no hospital. Não tinha show nos próximos meses por este motivo e aproveitaria cada segundo com os meus amores. 




Comentem por favor, senão irei demorar para postar e eu não quero isso e aposto que vocês também não. Já notaram que as coisas andaram depressa né? A partir de agora será assim até chegar o momento que eu quero abordar. O que acharam do capítulo? Bem cheio de novidade e emoção. Beijos!

quarta-feira, 21 de outubro de 2015

Capítulo 98

Acordei com os pássaros cantando do lado de fora e com os raios de sol adentrando pelas frestas da janela. Não lembro de Luan a ter fechado na noite anterior, mas parece que o fez. Ainda permanecia em seu peito e ele dormia. Queria aproveitar aquele momento para o observar e ver o quão sortuda eu era. Aquele clima me fez ter vontade de oferecer uma fazenda a Luan, ele amava um dia realizar esse desejo e se eu fizesse parte disso, amaria ainda mais. Ele fez tanto por mim nesta noite e eu nada fiz por ele ainda. Me levantei e depois de vestir a camisa social de Luan e a minha calcinha, peguei no telefone para pedir café na recepção. Assim que marquei os primeiros números bateram levemente na porta. Luan ainda dormia sereno e não queria que ele acordasse, provavelmente estava cansado. Fui a passos rápidos até á porta e me surpreendi com uma senhora de uns 40 anos segurando um carrinho com um delicioso café da manhã.


- Bom dia senhorita, vim trazer o café que o senhor Luan pediu.
- Ele pediu? - indaguei confusa.
- Ele deixou acertado na recepção o horário. 
- Ah sim. - falei entendendo finalmente. - Pode deixar que eu levo, obrigada moça.
- Qualquer coisa que precisar estamos á vossa disposição.


Agradeci novamente e realmente aquela pousada era bem aconchegante e familiar. Levei o carrinho para dentro torcendo para Luan estar dormindo ainda e não ter acordado com o pequeno barulho que fiz. Felizmente ele estava e deu-me tempo para colocar tudo na mesa do lado de fora, onde jantámos na noite anterior. Assim que me virei para voltar para o quarto e o acordar fui surpreendida com ele encostado na porta da sacada apenas de cueca e de braços cruzados. Fiquei o olhando petrificada, Luan estava lindo com o cabelo caído na testa todo desgrenhado, aquela cara de sono amassada que era a coisa mais fofa. Ele caminhou até mim e balancei a cabeça tentando dissipar os pensamentos que começavam a me consumir. 


- Bom dia meu amor. - ele disse e nem me deixou responder me puxando para um beijo de tirar o fôlego.
- Bom dia Lu. - falei sorrindo ainda com os lábios roçando nos dele. - Arrumei a mesa pra gente.Queria te fazer surpresa mas você já tinha pensado no café e tudo. - falei em desagrado e ele riu na curva do meu pescoço.
- Eu penso em tudo Clarinha. - mordeu o lóbulo da minha orelha e me virou de costas seguindo até á mesa aproveitando para beijar meu pescoço. 
- O que vamos fazer hoje? - indaguei me sentando e servindo a xícara de Luan com café. 
- Muitas coisas, vamos passear por este jardim imenso, ver as cachoeiras que tem aqui perto, podemos fazer um picnic, e vamos andar a cavalo. 
- Andar a cavalo? - repeti com entusiasmo, a primeira e última vez que andei foi com Marcos e confesso que estava com saudade.
- Sim, você já andou? 
- Já, uma vez. - beberiquei um pouco de suco de laranja e Luan me olhou curioso.
- Em Campo Grande? - indagou se servindo de torradas.
- Na verdade foi no interior de São Paulo, foi com o Marcos. - falei mais baixo esta última parte mas Luan ouviu pois desviou o olhar e assentiu incomodado.
- Hum, gostou?
- Aham, é uma experiência diferente. 


Ele não disse mais nada e continuou comendo. Não sei se ele ficou bravo ou sentido por eu ter aprendido a andar com Marcos. Sinceramente pensei que ele já tinha ultrapassado isso. O dia nasceu com sol mas parece ter fechado de repente e começou a garoar. Terminei meu café e vi Luan se levantar indo para o quarto. Fui atrás e o abracei por trás assim que chegámos no cómodo.


- Hey, você está bem? - perguntei e o virei para mim emoldurando seu rosto com as minhas mãos. - Você ficou chateado por o Marcos me ter levado a andar de cavalo? 
- Não é isso, é que sei lá, queria ser eu o primeiro a te ensinar isso sabe? - me olhou sincero e assenti compreensiva. - Não me importo que ele o tenha feito, até porque a gente estava separado mesmo, mas... - suspirou leve - Eu queria te mostrar isso, queria poder te ver com medo de subir, de andar e te dar força e confiança para não desistir. - me aproximei e colei nossas testas.
- Você ainda pode me mostrar muitas coisas amor, e mesmo que eu já tenha andando a cavalo não significa que seja profissa, eu irei precisar de ajuda agora e fico feliz que você seja o meu professor. - mordi o lábio e ele sorriu de canto bem mais relaxado.
- Você é uma danadinha. - segurou minha cintura com as suas mãos e me colou a ele me beijando lentamente. 


Após um banho onde nos amámos vestimos uma roupa confortável. Luan tinha levado uma pequena mala com algumas coisas nossas, ele tinha pensado em tudo. Me admirei com toda a sua eficiência mas desconfiava que ele tinha contado com ajuda de alguém. Descemos e primeiro resolvemos passear pelo imenso jardim, era lindo e Luan pediu para tirar uma foto sua. Aquele clima de garoa e névoa dava um charme aquele lugar. Contudo nos informaram que ao início da tarde o sol voltaria. 



"A vida deve ser festejada e quando é sobre o amor verdadeiro, deveremos festejar mais ainda. Feliz 1 ano de casamento Clarinha. Te amo <3"


Enlacei meu braço no de Luan e caminhámos respirando aquele ar puro e observando aquela natureza linda. Luan observava com mais calma e seus olhos estavam seremos e em paz. Era isso que transmitiam e me deu a certeza de que eu deveria presentear este homem com algo que seria para a nossa vida. Depois do almoço ficámos na sacada deitados numa rede descansando. 


- Amor você está gostando desta calmaria?
- Muito, me lembra um pouco Campo Grande, mas aqui parece ser mais mágico ainda.
- Sério? - assenti.
- Talvez porque você está junto. - me virei para ele e o vi sorrir doce selando nossos lábios. 


Passámos na recepção e pedimos uma cestinha de picnic. Fomos até ao celeiro e Luan falou com o responsável que preparou dois cavalos para nós. O sol voltou a raiar sendo uma motivação para sair e passear. Luan me ajudou a subir e depois de se colocar no cavalo dele se aproximou de mim, ele levava a cesta também. Me deu algumas instruções e até me ensinou coisas que Marcos nunca tinha falado. Eu sabia que Luan me ensinaria algo novo. Caminhámos lado a lado e era tudo tão maravilhoso. 


- Vamos parar ali na frente amor. - Luan me avisou e apressou o passo, tentei acompanhar mas preferi ir devagar mesmo.
- Me ajuda a descer Lu. - pedi receosa e ele riu fraco assentindo. Depois de prender o cavalo dele segurou minhas pernas e apertei seus ombros impulsionando para descer. Ele prendeu o meu cavalo e enquanto isso preparei nosso picnic debaixo de uma árvore sombreira.
- Você até que é boazinha andando de cavalo.
- Pára de me zoar, só está falando isso por falar. - fingi estar embirrada.
- Não estou não. - me puxou para ele e se encostou no tronco me abraçando pela cintura por trás. - Você é calma e o não assusta o bicho, isso é bom.
- Vai te catar, você está mentindo.
- Tá bom, você não é muito boa, mas é boa. - rimos - Com alguma prática fica excelente.
- Terei a vida toda pra você me treinar. - falei com malícia e ele riu beijando meu pescoço.


Comemos entre conversas e quase me esquecia de toda a confusão que era a nossa vida. Era cansativa demais mas ali com Luan eu estava renovada e com uma paz imensa no coração. Deitámos no cobertor fino que vinha junto com a cesta e ficámos aproveitando apenas aquele momento tão nosso.




Infelizmente o bem bom estava terminando. Arrumámos tudo e depois de fazer o check-out rumámos rumo a nossa casa. Luan colocou as músicas que gostava e que me tele-transportavam para as rodas de viola de CG. Chegámos perto das 23h e a primeira coisa que fizémos foi passar em casa de Mari e pegar Cecília, ela dormia e Luan fez questão de a arrumar na cama dela e em seguido nos deitamos adormecendo. Hoje teria de passar na academia e conferir se tudo estava correndo como planejado, mesmo Rita estando na frente pelos próximos meses eu gostava de me manter por perto. Luan ficou responsável por Cecília e já que ela não tinha ballet foram os dois para o estúdio do Dudu. 


- Maria Clara!? - fui despertada por uma voz assim que saía da Academia e assim que olhei reconheci quem era.
- Fernanda? Você voltou? - a abracei.
- Estou de férias por um longo tempo. Vim te ver, matar a saudade e conversar. - me olhou querendo falar mais do que somente aquilo.
- Eu estou indo pra casa, vem comigo, assim você vê o Luan e a Cecília.
- Vou aceitar, preciso mesmo conversar. - entrámos no carro e seu Luís dirigiu. 


Conversámos coisas aleatórias e ela me falou dos trabalhos que fazia e em como era viver num país diferente. Eu lhe contava as últimas novidades. Fernanda se desculpou por ter faltado no meu casamento mas já era passado e eu já nem me lembrava disso. Chegámos em casa e assim que abri a porta e nos dirigimos para a sala deparei-me com Beatriz no sofá mexendo no celular.


- Sua vagabunda você voltou e não em avisa? - gritei e ela se assustou mas logo riu e correu para me abraçar. 
- Voltei ontem á noite, e a primeira coisa que decidi fazer depois de descansar foi te ver. 
- Quero que me conte tudo. - falava empolgada e ela riu. - Lembra da Fernanda? Ela voltou para passar umas férias.
- Ah, lembro sim. Oi Fernanda, como vai? - a abraçou.
- Bem Bia e você, foi viajar?
- É, EUA e Europa.
- Você parece bem. - Fernanda analisou e Bia assentiu. 



Beatriz On:


Estava tão ansiosa para ver Maria Clara que assim que a vi chegando com Fernanda perdi um pouco desse entusiasmo. Eu precisava conversar sério com ela e ter a ex do Felipe ali não me era auspicioso. Voltei a me sentar e Clara pediu a Cida para trazer algo pra gente comer. 


- Cida o Luan ainda não voltou? - Ma questionou.
- Ainda não menina.
- Ele saiu? - perguntei curiosa.
- Foi no Dudu com a Ceci mas isso já faz algumas horas. - foi só ela falar isso para um barulho surgir na sala e era Luan com Cecília em seus ombros rindo de alguma coisa que falavam, que saudade. 
- Tia Bia. - Cecília falou assim que me viu e me levantei a pegando dos ombros de Luan.
- Voltei minha pequena. - a abracei e ela beijou meu rosto - Oi Luanzin. - zoei e ele me olhou feio mas logo me puxou para um abraço e beijou minha testa. 
- Fernanda. - Luan se admirou por a ver e a cumprimentou - Que surpresa te ver de novo.
- Férias. - deu de ombros rindo.
- Até me sinto perdido aqui na sala com tanta mulher. - fez graça e Clara o olhou feio. - Tô brincando amor. - a beijou e depositou um beijo na sua barriga, momento fofo. Realmente quando Clara dizia que tinha vontade de dar uma equipe de futebol a Luan ela não brincava, ele merecia, sabia ser um ótimo pai e chegava a ser chato de tão fofo que ele era. Minha amiga estava em boas mãos e me alegrei com isso.


Cecília saiu do meu colo e se sentou entre mim e Clara. Fernanda engatou numa conversa com a minha amiga e revirei os olhos, eu queria conversar sério com ela mas já estava vendo que tinha de deixar para depois. No entanto Luan chutou meu pé me despertando e o olhei indignada. Ele fez um aceno com a cabeça e se levantou. O segui até o escritório e ele me mandou sentar me servindo com uma bebida alcoólica que ele tinha ali. 


- Que cara de bunca é essa Beatriz Lima? - me zombou e semicerrei os olhos - Não me engana. - bebericou do seu copo me olhando. Se a Ma não estava disponível agora Luan também servia, ele era um bom amigo e mesmo que fosse um bobo dava bons conselhos. 
- Na verdade eu precisava conversar com a Ma mas ela está distraída com aquela lá.
- "Aquela lá" - falou sarcástico rindo - Achava que vocês eram amigas.
- Conhecidas. - corrigi - Mas você dá no mesmo, me ouve? - pedi.
- Se não quisesse te ouvir nem te chamava né? - ironizou e chutou novamente meu pé me incitando a começar. 
- Eu voltei decidida da viagem. Este tempo com o Hardin me fez perceber que talvez eu tenha de assentar e me entregar a algo que estava reprimido.
- Não enrola, fala logo.  -me interrompeu e revirei os olhos o fazendo rir. 
- Eu quero tentar com o Felipe. - falei receosa e Luan ao invés de rir como achei que faria me olhou sério e pensativo.
- Você acha que ele está disposto?
- A gente teve uma conversa naquele dia em casa da Ma, na verdade a gente mais se pegou do que conversou mas deu ...
- Vocês se pegaram? - Luan indagou e aí sim ele riu - Com o seu ficante debaixo do mesmo teto.
- Não tem graça, e o Hardin sabe de tudo. Ele até me incentivou a isso, ele deixou bem claro que éramos amigos com benefícios apenas.
- Mas da sua parte você queria ser mais né?
- Não vou negar, mas acho que seria sonhar demais, ele tem uma vida diferente e está no estrelato.
- Eu também tenho essa vida e a Clara está comigo.
- É, na verdade eu nunca imaginaria que vocês ficassem juntos, de todas as possibilidades do mundo nunca imaginaria você e a minha amiga. - ri.
- Então quem sabe você e o Hardin também consigam.
- Não é assim tão simples e eu quero mesmo tentar com o Felipe. Por isso precisava de conversar para pedir ajuda e tentar saber se ele ainda me quer de algum jeito.
- Eu posso te ajudar nisso, posso falar com ele e dar a entender algo. - piscou o olho e sorri de canto com essa sugestão.
- Você faria isso?
- Claro que faria, você pode ser uma desmiolada, doidinha mas é uma boa menina e eu até gosto um pouquinho de você. - zoou e lhe atirei um travesseiro.
- Só um pouco? - me indignei - Confessa logo que você me ama, que não pode viver sem mim.
- Pouco convencida você. Mas acho que você tem um pouco de razão. - rimos e terminámos a bebida. Era agradável conversar assim com alguém, ele não era a Maria Clara mas era amigo. - Mas coloca uma coisa na sua cabeça Bia, se você quer mesmo isso terá de entrar com tudo, não pode dar lugar á dúvida.
- Eu sei e já pensei nisso, só espero que a Fernanda não mude o rumo das coisas agora que ela voltou.
- Não me parece, o Felipe tem saído vez ou outra pela que conta quando aparece aqui em casa, fica com algumas mas nada que ele fique entusiasmado, pra ser sincero, acho que ele continua encabulado com você.
- Espero bem que sim porque eu vou atacar.
- Eita, sua caçadora. - brincou e rimos - Vamos voltar, quero ficar com a minha mulher.
- Sempre grudados. - ironizei.
- Sempre besta. - me abraçou de lado e saímos daquele jeito. - Vai jantar com a gente né?
- Não sei, se ela ficar eu vou embora.
- Larga de ser idiota. - resmungou - Cê fica sim.


Chegámos na sala e elas ainda conversavam, mas dividiam atenção com Cecília. Nos sentámos e Clara me sorriu.


- Bem, acho que vou indo embora. - Fernanda se levantou.
- Não, fica pra jantar. - Clara como boa anfitriã que era convidou.
- Não Ma, eu preciso mesmo ir, tenho coisas combinadas. Depois a gente vê o que pode fazer quanto á nossa conversa de antes. - falou esperançosa e Clara sorriu assentindo. 


Despedidas feitas Luan me olhou anunciando que eu ficaria e assenti. Clara voltou e Cecília subiu avisando que ia no quarto pegar alguma coisa. 


- Muita coisa pra colocar em dia amor? - Luan indagou assim que Clara retornou.
- Algumas, mas agora nós Beatriz. - me olhou curiosa - Novidades.
- Muitas, mas podemos falar enquanto jantámos né, não quero falar de barriga vazia.
- Sempre a mesma. - reclamou na brincadeira e logo nos direccionámos para a mesa que Cida tinha acabado de arrumar. 
- Papai. - Cecília desceu as escadas com um cartaz e Luan parou a esperando. - Olha o que eu fiz na escolinha há algum tempo. Luan pegou e apenas sorriu, mas não era apenas um sorriso normal, ele estava emocionado e Clara igual. Fui até ele e conferi o cartaz percebendo todo aquele clima.




- A gente tinha de falar do nosso super herói favorito, e o meu é você papai.
- Nem sei que dizer. - Luan falou e se agachou abraçando a pequena. - Eu te amo muito filha e pra sempre serei o seu herói, irei te proteger e cuidar sempre.
- Eu sei papai, você é meu anjo e meu herói. Te amo.
- Você fez isto na escola?
- Não, foi aqui em casa mesmo, a mamãe me ajudou.
- Claro que ajudou, sua mãe é a nossa heroína. - nos sentámos e decidi puxar assunto. 
- E aí me falem, dos casamentos que estão por vir.
- Então ... - Clara começou - Tem o da Bruna próximo ano e o do Marcos também, e este finde tem o batizado da Gabriela, você vai que a Bruna deixou o seu convite comigo.
- Claro que vou, quero muito rever as pessoas. - falou sorrindo e olhei Luan que percebeu. Ele teria de falar com Felipe bem antes. 



Luan On: 


Clara e Bia ficaram na sala conversando enquanto subi para arrumar Cecília, estava morrendo de saudade dela e fiz questão de a banhar e a adormecer cantando algumas músicas que ela me pedia. Lhe dei um beijo ternurento e desci, mas Clara já estava chegando no quarto.


- A Bia foi embora?
- Agorinha, estou cansada. - bocejou e me abraçou pelo pescoço, selei seus lábios.
- Vamos tomar um banho relaxante e dormir então. - beijie a ponta de seu nariz e ela assentiu mas antes passou no quarto de Ceci e a aconchegou.


Depois de um banho sem malícia, apenas com muito carinho e espuma saímos enrolados no roupão e nos trocámos no quarto.


- Amor o que você e a Bia foram conversar? - Clara me indagou.
- Ela queria desabafar, ela quer conquistar o Felipe, quer tentar algo com ele e me pediu ajuda. E você e a Fernanda?
- Ah... - me olhou como se eu tivesse dito algo errado - A Fernanda também quer conversar com o Felipe e tentar de novo. - fez uma cara de desagrado e a encarei.
- Ela pediu sua ajuda?
- Ela disse que depois conversaríamos melhor. Mas a Bia que é minha melhor amiga, é ela que eu tenho de ajudar. - falou mais pra ela do que pra mim.
- Não esquenta, o que tiver de ser será, só o Felipe pode dizer com quem quer tentar. - a puxei para a cama.
- Você tem razão. - me deu um beijo e a abracei fechando os olhos. 



E aí? Lindos o nosso casam né. Fernanda e Beatriz voltaram e parece que ambas querem o Felipe, o que será que vai rolar? Será que Fernanda vai envolver Clara mesmo sem ela querer ou será que o Luan vai ajudar com sucesso a Bia? Felipe estava sem ninguém e agora tem duas kkkk Acham que dará boa coisa nesse batizado? Comentem por favor, beijos <3

P.S.: Obrigada ao anónimo que me mostrou a foto do cartaz *-* Beijos!




sexta-feira, 16 de outubro de 2015

Capítulo 97

Ajudei Bruna com os últimos preparativos do batismo da Gaby e como ela tinha falado, tudo estava perfeitamente lindo. Meu irmão parecia melhorzinho e sempre aparecia lá em casa para usar o estúdio de Luan. Minha mãe também me ligou e pela sua voz pude perceber que estava mais conformada. Acabei ficando em casa da Mari para jantar. Seu Luís trouxe Ceci da academia.


- Hum, que cheiro bom vó Zete. 
- Fiz uma comida que você adora. 
- Filha tem muitas tarefas da escolinha?
- Alguma mamãe, tenho de fazer um cartaz com fotos falando do papai.
- Do pai, porquê?
- A professora pediu pra gente falar do super herói que mais gostámos, o meu é o papai. - falou meiga e sorri, Luan ficaria babando no que ela falou. 
- Essa minha sobrinha é muito baba ovo do pai. - meu irmão zoou e Cecília o olhou feio. 
- Tio Hugo cala a boca, meu papai é um herói sim, as meninas falam muito isso pra ele. - cruzou os braços falando firme e séria.
- Não está mais aqui quem falou. - Hugo se rendeu.
- Acho bem. - caímos na gargalhada após a cara de convencida dela dizendo isso.


Em casa ajudei Cecília a fazer o tal cartaz e a decorar. Parecia mais um cartaz para ir no show dele mas ela adorou. Voltar pra realidade estava sendo bom mas ao mesmo tempo um pouco cruel. Quando ficava sozinha em casa descansando pensava no meu pai e era impossível não chorar. Sentia muita saudade dele, mas sei que está num lugar melhor.



Beatriz On: 


Hoje seria o meu último dia aqui nos EUA. Passei o dia fazendo compras, viajaria para a Europa durante a noite. Me arrumei assim que cheguei no hotel e Hardin me avisou que dentro de meia hora me pagava para jantar. Estava amando tudo isso, passar imenso tempo com ele, viajando e conhecendo culturas diferentes. Finalmente ele chegou lindo como sempre arrumando o seu vasto cabelo que eu adorava.


- Hoje seremos só você e eu. - me informou assim que nos cumprimentámos com um beijo.
- Hum, me agrada bastante. - mordi a sua bochecha e ele riu com aquelas covinhas meigas.
- Eu ainda te vou convencer a ficar mais uma semana na Europa viajando com a gente.
- Mas eu já estou há bastante tempo viajando, duas semanas na Europa serão suf...
- Nunca é suficiente, tem tantos lugares pra você conhecer e eu posso e quero te mostrar muitos deles.
- Te dou as próximas horas pra me convencer. - sorri de canto e ele piscou o olho entrelaçando as nossas mãos.


Saímos do hotel para um restaurante chique em NY, nunca lá tinha ido mas também não era algo para a minha carteira. Hardin estava sendo um cavalheiro. Assim que nos sentámos ele fez nossos pedidos.


- Você tem saudade do Brasil?
- Muita. - respondi fazendo beicinho que ele tratou de beijar - Minha família e meus amigos estão lá, por maia que seja incrível viajar é sempre bom voltar pra casa.
- Eu que o diga, tenho imensas saudades da minha terra, da minha casa, da comida da minha mãe.
- Menino da mamã. - zoei e ele riu negando.
- É...- me olhou estranho - Eu sei que a gente não tem nada, você sabe que tenho um carinho e um amor enorme por você, te adoro demais e sei que não tenho nada a ver com a sua vida mas...
- Mas? Continua. - falei tranquila vendo o nervoso dele.
- Aquele cara que estava em casa da Ma, Felipe acho. Vocês já tiveram alguma coisa?
- Porque você diz isso? - indaguei bebericando um pouco do vinho que o garçon serviu.
- Eu posso não entender português, mas entendo de linguagem não verbal e vi muito bem o jeito com que ele te olhou. Ele parecia querer te observar, ficar de olho em você e eu senti os olhares dele pra cima de mim.
- Nós já ficámos algumas vezes mas nada de especial, pelo menos para mim.
- Você tem certeza? Porque eu percebi o seu incómodo. Não precisa ter vergonha de falar disso. - me trespassou segurança e olhando em seus olhos eu via algo que eu queria e que procurava mas sei que seria surreal demais e nem sei se seria algo recíproco. Felipe passeava pelos meus pensamentos algumas vezes e não posso negar que tinha uma queda por ele.
- Na noite que a gente dormiu em casa da Ma... - comecei falando mas logo parei com medo que ele me julgasse, mas conhecia-o para saber que ele não faria isso. - Ele me mandou mensagem no meio da noite pedindo pra conversar.
- Eu lembro que você saiu, mas pensei que fosse na cozinha pegar uma água.
- Não, a gente se encontrou na academia da Ma e ele pediu para termos uma conversa definitiva. Ele estava magoado porque me afastei dele...
- Vocês se pegaram? - perguntou sem julgamento algum.
- Ele me pegou de surpresa, me beijou e eu não tinha como me afastar.
- E você queria? - o olhei sem entender - Pode falar Bia, somos amigos, estou aqui pra te ouvir. - apertou minha mão e sorri de canto, ele era tão maravilhoso.
- É, eu ao mesmo tempo que queria, também não queria.
- Seus sentimentos estão bem confusos.
- Nem me fala, eu amo estar com você, mas não posso negar que o Fê não mexe comigo entende?
- Perfeitamente, mas o que tiver de ser será.


A comida chegou e estava muito bom. Hardin era super bom de papo e não era como vários homens que só falavam de futilidades, ele sabia envolver as pessoas em conversas interessantes e com conteúdo. Aprendia bastante com ele e vice-versa. Terminado o jantar saímos para passear pelas ruas da cidade. Meu voo estava para as 4h da madrugada e Hardin me deixou no hotel e subiu comigo. Foi só abrir a porta do quarto para sentir as suas mãos em minha cintura me abraçando pro trás enquanto tecia beijos pelo meu pescoço e ombro.


- Vai ser assim tão grande a saudade? - zoei rindo e ele mordeu meu pescoço me fazendo grunhir.
- Você não imagina o quanto, mas também é o meu jeito de te convencer a ficar mais uma semana na Europa comigo.
- Você acha mesmo que eu negaria? É óbvio que eu fico. - confessei e ele me virou para ele, acariciou minha bochecha e selou nossos lábios calmamente.


Não poderia pedir despedida melhor, foi selvagem, foi romântico, foi com tudo que eu tinha direito. Ele mesmo me levou no aero e meu coração estava aliviado, leve. Sabia que quando regressasse ao Brasil voltaria uma nova mulher, uma nova pessoa, bem mais feliz e despreocupada.



 Clara On: 


 Bia me ligou avisando que estava em Londres e a emoção e alegria dela era contagiante. Morria de saudades da minha amiga mas sabia que ela estava realizando sonhos. Os dias passaram e hoje Luan chegaria finalmente. 


- Amor mandei algo pra você, quando chegar esteja pronta para a gente sair logo. - falávamos pelo celular. 
- O que você mandou? - indaguei curiosa e ele deu uma risadinha gostosa.
- Quando chegar você vê. 
- Você vai chegar muito tarde?
- Não, no final da tarde estou aí.
- Tá bom. Estou ansiosa esperando.
- Te amo minha bolinha.
- Bolinha é o caralho. - reclamei e ele riu, falou só pra me irritar.
- É minha bolinha sim, é tudo que eu quiser. - falou firme e ri.
- Meu idiotinha.


Cecília passaria a noite em casa de Marizete. Depois do almoço a campainha tocou e achei estranho, pois o porteiro não interfonou, mas assim que vi que era um estafeta trazendo a encomenda de Luan entendi que ele já tinha liberado a entrada do moço. Era uma caixa um pouco grande pérola envolta de um laço rosa, bem delicado. O coloquei no sofá e o abri devagar apreciando tudo aquilo. Dentro me deparei com um vestido branco, curto e justo. Estranhei, pensava que Luan iria me dar algo mais comportado, mas adorei o vestido. Juntamente vinha uma sandália preta e dourada maravilhosa pra combinar. Me entusiasmei e subi para o quarto começando a me preparar. Fiz um spa day em casa e ao final da tarde já estava super relaxada, hidratada e cheirosa para o meu marido. Ceci chegou da academia e depois de arrumar a mala dela me despedi e subi pra terminar de me arrumar.


- É, acho que a intenção dele era eu ficar assim. - ri falando pra mim enquanto me olhava  no espelho. 





Coloquei o colar de sempre, uns brincos simples, umas pulseirinhas e finalizei com o perfume. Me encarei uma última vez e quando me virei me assustei com Luan encostado na beirada da porta de braços cruzados me encarando com um sorriso lindo.


- Você está simplesmente a coisa mais linda do mundo, eu sabia que esse vestido se encaixaria perfeitamente em você.
- Você conhece tudo de mim.
- Conheço, cada curva do seu corpo, cada detalhe de você. - se aproximou e repare que estava um gato. 




- Você está muito maravilhoso. - o elogiei e rodeei meus braços em volta do seu pescoço. - Meu príncipe encantado.
- Eu vou ter pena de borrar o seu batom, mas não aguento olhar pra sua boca e não beijar. Me lascou um beijo de tirar o fôlego apertando minha cintura com aquela destreza que só ele tinha. Meu corpo se incendiou imediatamente.
- Você me deixa doida. - confessei e ele riu colando nossas testas.
- Eu te amo mais que tudo. Vamos que uma noite incrível nos espera.

Arrumei o batom e coloquei o que faltava na bolsa, saindo. Iríamos na Ferrari de Luan e assim que ele abriu a porta para mim vi um buquê enorme de rosas. Poderiam passar imensos anos mas o romantismo de Luan nos momentos especiais seria sempre algo que me surpreenderia. Ele ligou a rádio e Matheus e Kauan entoou, me lembrei imediatamente de quando ele me levou no Villa Mix pra conhecer os meninos. Ele também se lembrou e colocou a sua mão na minha coxa acariciando.


- Não imaginaria que você me oferecesse um vestido tão colado assim.
- Porque não? Aproveitar que a barriga está pequena. - acariciou meu ventre.
- Mas sei lá, achei que você iria me dar algo com mais pano. - ri e ele me acompanhou.
- Não tenho de ter ciúme, você já é minha, já ganhei você.
- Nossa . -ri - Quem ouvir até pensa que é verdade. Sou sua mas ciumento você também é.
- Um pouco. - beijei o seu rosto e dei um cheiro em seu pescoço.
- Meu cheiroso. - sussurrei e ele apertou a sua mão na minha coxa. - Está me levando pra onde?
- Para um lugar aí que você vai amar.
- Hum. E o que faremos lá? - indaguei me afastando.
- Coisas pra maior de 18. - falou safado e ri.


Depois de uma hora mais ou menos chegámos numa espécie de pousada. Desconhecia aquele lugar em São Paulo. Luan deu a volta e abriu a porta pra mim, cavalheiro. Entrámos e era bem lindo tudo ali. Pelas luzes de fora deu pra entender que tinha um jardim e lugares assim encantavam Luan. Ele falou com o recepcionista e subimos.


- Espero que você ame tudo que aprontei. - sorriu vendo a minha cara de ansiosa. A porta se abriu e me deparei com um quarto romântico, mas isso nem foi o que me chamou á atenção. Do lado de fora do quarto havia jardim e uma mesa iluminada e toda decorada estava esperando a gente pra jantar.




- Eu adorei, aqui parece ser lindo.
- Amanhã temos o dia por nossa conta aqui, vamos andar a cavalo, fazer um picnic.
- Você já veio aqui antes?
- Não, está sendo novo pra mim também.
- Eu estou muito feliz, exactamente como estava há um ano atrás.
- Se depender de mim você estará sempre feliz.
- Você está sendo mais romântico que o normal hoje.
- Impressão sua. - riu e levantou a taça para fazer um brinde. Não podia beber, por isso tive de brindar com sumo de melancia mesmo.


Uma música soava pelo ambiente e a vista dali era magnífica. Me fez lembrar muito a praia que Luan iluminou pra mim em Bora Bora. No final do jantar Luan se levantou e estendeu a mão para mim.


- Me dá a honra desta dança?
- Nem precisa perguntar.- sorri emocionada com aquele gesto e começámos a nos mover lentamente ao ritmo da música. - Está sendo tudo tão perfeito.
- Você merece.
- Eu nem fiz nada pra você. - o olhei desanimada.
- Claro que fez, me faz todos os dias um homem feliz, me faz um homem completo, não posso pedir nada mais a Deus, já tenho tudo que preciso.
- Você é o melhor. - selei nossos lábios.
- Eu sei que você ama dançar e se eu puder te acompanhar em danças leves assim eu vou fazê-lo.
- Obrigada. - encostei nossas testas e me deixei embalar.


Senti a mão de Luan percorrer as minhas mãos e parando na minha bunda onde deu uma leve apertada me juntando mais a ele. A outra mão subiu á minha nuca e me segurou ali, os seus lábios encontraram os meus num beijo intenso e cheio de amor. Fui surpreendida com Luan me pegando ao colo e ri com isso abraçando o seu pescoço.


- Há um ano você estava de branco e eu fiz o mesmo, hoje não deixaria de ser diferente.
- Eu te amo, só sei viver te amando. - acariciei seu rosto e entramos no quarto. Tudo estava lindo.


Olhei Luan e ele me olhou. Aos poucos nos aproximámos e era como se estivéssemos lendo os pensamentos um do outro. Toquei seus lábios macios e o puxei para mim. As suas mãos estavam minha cintura e nuca e enrosquei meus dedos em seu cabelo lhe dava leves puxadas, ele ofegava e isso me incitava a ir mais além. Afrouxei a sua gravata e a tirei, abri a sua camisa devagar e assim que tive o seu peito nu o beijei e o explorei. Luan estava na frente da cama e o empurrei o fazendo se deitar. Me coloquei em cima e fui tecendo beijos por todo o lugar. Tirei seus sapatos e sua calça o deixando apenas de cueca.


- Você quer comandar é? - Luan perguntou achando graça.
- Não, apenas quero te provocar, adoro ser guiada por você. - pisquei o olho e apertei o seu junior o beijando imediatamente calando o seu gemido.


Num impulso Luan nos virou e subiu a barra do meu vestido me sentei e ele abriu o zíper o tirando. A sua boca foi logo para os meus seios e o meu soutien em poucos segundos estava no chão. A mão de Luan desceu até á minha intimidade e gemi em seu ouvido. Ele sabia me dar prazer como ninguém. Beijos foram tecidos até minha virilha e a minha calcinha foi fazer companhia ao soutien. Puxei a cueca de Luan para baixo mas ele me parou.


- Primeiro vou te provar, depois você irá me sentir. - falou num sussurro me arrepiando com o seu olhar pegando fogo. Ele abusou de mim e me fez delirar, quanto menos esperava me penetrou e um gemido escapuliu pela minha boca.
- Você não presta. - resmuguei e ele riu estocando num ritmo perfeito.


Cheguei ao ápice vezes sem conta e a nossa não poderia ter terminado de outra forma. Adormeci em seu peito inalando todo o seu perfume embriagante. Eu amava aquele homem mais do que a mim mesma e tinha certeza absluta disso.



Capítulo pra vocês aí ! Surpresa linda né? Ainda têm o dia todo para aproveitar. E essa conversa da Bia e do Hardin? O que irá rolar? Ela em breve volta ao Brasil, será que teremos Felipe na parada? Eita, eita, comentem, beijos <3