quarta-feira, 7 de outubro de 2015

Capítulo 94

Tentei mostrar o meu melhor sorriso mas acho que a minha expressão de curiosidade era maior. Clara entrou sorrindo sem jeito e veio até mim que a chamei pela mão. Assim que a senti perto de mim a beijei. 


- O que está fazendo aqui amor? - indaguei.
- Vim te fazer uma surpresa, tenho uma novidade pra te contar. - sorria até com os olhos e deveria ser algo mesmo muito bom pois ela não parava de sorrir.
- A Cecília ficou onde?
- Com seus pais, só vim mesmo pra passar a noite com você, amanhã já volto. - tentei me mostrar alegre com aquela notícia, mas isso levaria meus planos de dar um tempo de sexo pelos ares. 
- Obrigado viu? - selei seus lábios - Rober leva a Clarinha no camarim, ainda faltam algumas fãs, já já eu apareço lá.
- Eu posso ficar, não tem problema.
- Melhor você ir amor. - sorri a convencendo. Assim que ela virou costas Rober fez uma cara de que eu estava ferrado e lhe mostrei o dedo. 



Clara On: 


Luan estava diferente, não me deu aquele sorriso enorme que sempre dava quando lhe fazia surpresas e me pareceu meio tenso. Além do mais, nunca fez questão que eu fosse para o camarim e hoje parecia que não me queria do seu lado. Rober era seu secretário e devia saber alguma coisa. 


- Rober. - o chamei e ele voltou segurando uma garrafa de água me dando - Obrigada, é... - o olhei tentando buscar as palavras certas - Você sabe se anda acontecendo alguma coisa? Notei o Luan um pouco longe.
- Deve ser só impressão sua loirinha.
- Tem certeza? Porque eu conheço meu marido e ele estava estranho. 
- Ele tem andando cansado, deve ser isso Ma.
- Cansado? Mas ele não disse nada quando nos falámos mais cedo no celular.
- Não sei loira, eu tenho de voltar. - falou querendo fugir mas agora é que ele não iria mesmo.
- Me conta Roberval. - cruzei os braços e falei firme, ele me olhou e logo desviou o olhar. - Anda logo, porque senão o Luan é que vai aguentar comigo.
- Ele falou que tem andando cansado demais porque você tem...
- Eu tenho o quê?
- Partido pra cima dele.- o encarei esperando que ele continuasse, queria saber até onde essa história iria - Ele gosta de sexo e disso todo o mundo sabe, o Luan não vive sem mas ele diz que você quer demais e ele não está gostando muito disso.
- Ele não me diz nada. - falei sem jeito por ele contar aquelas coisas a Rober - Eu pensava que ele gostava que a gente... cê sabe.
- Ele gosta, não entenda errado. Só que homem tem aquela coisa de tomar iniciativa, só que ao que parece você toma iniciativa demais e ás vezes ele nem está com vontade e acaba fazendo para não te magoar.
- Esperava mais sinceridade do lado dele, só que ele já se queixou tarde porque... - me calei bebericando um pouco de água 
- Porque o quê Maria Clara?
- Nada não, vai lá, ele deve precisar de você. - me sentei no sofá assimilando tudo aquilo que Rober me falou. 
- Qualquer coisa me chama e por favor não diz que eu te contei.
- Fica descansado, não vou abrir a boca. 


Fiquei sozinha naquele camarim pensando, Luan poderia me dizer, eu iria entender e talvez até me abria com ele e lhe explicaria o motivo porque eu queria tanto fazer amor mais do que uma vez por dia com ele. Mas agora não lhe iria explicar coisa nenhuma. Ele surgiu minutos depois e pegou numa água se sentando ao meu lado. 


- Então que novidade cê tem pra me contar?
- Deixa pra depois. - sorri fechado - Eu quero namorar com você um pouco. - me virei para ele e o puxei para um beijo. Ele retribuiu mas quando passei minha perna por cima do colo dele para me colocar de frente para si ele me parou e me empurrou de leve.
- Não teremos tempo para isso Clarinha.
- Quem disse que eu queria sexo?
- Não queria? - indagou com alguma admiração.
- Cê acha que eu vivo só disso? - interroguei um pouco irritada.
- Não,  mas ultimamente você tem desejado demais.
- Está querendo me dizer alguma coisa? - lhe dei uma oportunidade para se abrir comigo.
- Não, apenas não estou no clima.
- Porque eu te canso né? - lhe joguei na cara e ele me olhou arregalado - É isso Luan? E te canso e você fica farto de fazer amor comigo, porque eu praticamente te obrigo a fazer né?
- Onde você tirou essas coisas?
- Não tenta me enganar, você poderia ser sincero e me dizer que não está afim ou que ando sendo chata demais, mas agora não se abrir comigo? Não gostei minimamente disso, esperava mais de você.
- Eu só não te queria magoar.
- Mas está magoando na mesma. - me levantei. 
- Me desculpa, eu só não sabia como te dizer, se homem quando ouve algo do género fica puto imagino que mulher também fique.
- Não se preocupe mais com o meu fogo excessivo ou cansativo, não terá de levar comigo desse jeito nos próximos tempos.
- Como assim?
- Luan desculpa interromper mas está uma pessoa aqui pra te ver e como falta cinco minutos para você entrar, melhor ser rápido. - Rober abriu a porta. 
- Manda entrar. 


Fiquei curiosa com essa pessoa que não poderia esperar. A porta se abriu completamente e uma mulher morena entrou por ali sorrindo para Luan que retribuiu. Se abraçaram e me perguntava quem ela seria.


- Há quanto tempo Luan.
- Verdade Isa. Não esperava você.
- Acha que eu faltaria, assim que soube que estaria no estado vizinho tinha de vir.
- Adorei a sua visita de verdade. - sorriu e pigarreei lhe lembrando que estava ali - Ah, deixa te apresentar a minha mulher, Maria Clara. Amor é a Isabel, uma amiga de Recife.
- Prazer Maria Clara.
- Oi. - falei seca - Devem ser mesmo amigos né? Para você vir de Recife pra Salvador. 
- É, a gente se conhece faz uns anos já. - Isabel falou e assenti sorrindo cínica, Luan não me encarava.- Só vim mesmo para te ver Luanzinho, estava com saudade. - o abraçou de novo.
- Vem sempre que quiser, é bem recebida sabe disso.
- Foi um prazer te conhecer. - se dirigiu a mim.
- Adeus. - falei sorrindo falsa e ela saiu. - Amiga né Luan?
- Ué, é amiga.
- Daquelas amigas né? Das que você levava para a cama depois de um show e que pelos vistos foi mais do que uma vez.
- É. - falou apenas isso e trocou de camiseta.
- Agora me pergunto se a saudade dela era a mesma que a sua?
- Não entendi. - se virou me olhando semicerrado.
- Ela estava a fim de ficar com você, e você estava a fim também?
- Você está insinuando alguma coisa?
- Me diga você. Se eu não estivesse aqui ela iria pra cima de você. Irias aceitar ou você só fica cansado com a sua mulher, a que te ama e que casou com você?
- Isso seria impossível, não te iria trair.
- Espero bem que não. E espero também que ela saiba que você é bem casado e que o lugar dela é longe de você. - sorri cínica.
- Ela sabe agora e quando não sabia a culpa não foi dela, foi minha.
- Ah? O que você falou? - indaguei querendo saber se aquilo que ele disse foi o que eu ouvi.
- Lembra quando eu acabei com aquela nossa fase de ficar? 
- Foi por ela que você acabou com o pouco que a gente tinha? - ele assentiu me deixando ainda mais brava com ele, ter vindo pra cá foi uma péssima ideia - Legal, agora sei por quem você me trocou. Realmente não tinha muita hipótese com você, a concorrência era alta.
- Hey não fala besteira. Foi um momento passado, eu estava confuso com a gente e com o que sentia por você, a Isabel se insinuou e eu tive saudade dos meus tempos de solteiro, mas já falámos sobre isso não vamos ficando remoendo assuntos que já foram discutidos.
- Luan está na hora. - Rober gritou atrás da porta.
- Depois conversamos. - lhe avisei.
- Tudo bem. - saí com ele e fiquei do lado do palco. 


O show decorreu dentro da normalidade e dentro de mim estava acontecendo uma confusão imensa. Eu sabia que a tal da Isabel era passado, que era comigo que ele estava e sei muito bem que se ele me trocou uma vez por ela e depois não a conquistou é porque não queria nada além de sexo apenas. Isso me aliviava um pouco e trazer esse assunto á tona seria comprar uma briga desnecessária. Mas quanto ao fato dele estar farto de transar comigo eu não tinha esquecido, ele me magoou com isso e agora levaria um gelo. Várias fãs ficaram surpresas por me ver e acenavam. Decidi descer até á grade e atender aquelas que me pediam. 
No caminho até ao hotel não falámos nada e assim que chegámos no quarto Luan resolveu quebrar o clima. 


- Me fala como você está, não quero brigar com você nem saber que você está magoada comigo.
- Não vou negar que estou de boas, mas a parte da sua amiguinha já esqueci. - ele sorriu respirando aliviado - Mas a outra parte não.
- Amor me entende pelo amor de Deus, não foi de propósito, você sabe que nunca te negaria e mesmo quando não quero acabo querendo porque você me estimula a isso e eu te amo demais não tem como recusar.
- Mas você disse que estava cansado.
- E você não cansa? Desgasta bastante, talvez até mais pra mim do que pra você.
- Tá dizendo que eu sou passiva?
- Não disse isso, ai meu Deus. - buscou paciência olhando pra cima - Eu só estou dizendo que a mulher sente mais até porque o homem gosta de fazer mais, entende? E na nossa relação não tem nada de passividade, só nos falta morrer de tanto amor que temos pra dar. - segurei um riso pela justificação rápida e desesperada dele.
- Vai lá tomar banho, você está soado ainda e não quero que você fique doente de novo.
- Já está preocupadinho, quer dizer que me desculpou né? - falou manhoso vindo até mim.
- Não disse isso. - ele me juntou a ele e ri.
- Não precisa dizer. Eu te amo tá? Não duvide disso nunca na sua vida. - assenti e ele me beijou calmo. - Você não quer vir?
- Tomo banho depois, não te quero cansar. 
- Boba, não cansa e era só um banho carinhoso sem malícia. 
- Acho que posso aceitar. 


Tomámos o nosso banho e esvazei a mente, pela primeira vez conseguimos resolver uma quase briga e não a deixámos ir para níveis mais elevados. Talvez estivéssemos a aprender. Sequei meu cabelo e depois de vestir a calcinha fui na mala de Luan pegar numa camiseta dele. 


- Já tinha saudade de te ver usando as minhas camisetas.
- E eu também, acho que por ter o seu cheiro no travesseiro não sentia tanta necessidade de as usar.
- Mas agora eu estou do seu lado. - falou óbvio.
- Mas quanto mais Luan melhor. - pisquei o olho e subi na cama me deitando ao seu lado.


 Apagámos as luzes e Luan me abraçou por trás. Senti a sua respiração em meu pescoço e ele estava realmente cansado, pois ouvi a sua respiração pesado minutos depois. O seu celular tocou e me sentei rápido tentando silenciá-lo para não acordar Luan. Assim que peguei no celular dele vi que era uma mensagem de um número sem nome. A curiosidade falou alto e abri-a. 


"Cantorzinho estou precisando de mais grana, ou me dá ou a gostosa da sua mulher irá saber o que você fez e ainda a marcarei de novo, só não brinca comigo."


Quem seria? Foi o meu primeiro pensamento, mas com a frase "a marcarei novamente" era alguém que eu conhecia e quem me marcou fisicamente pela pior forma possível foi Guilherme. Mas para que Luan lhe deu dinheiro? Que estava acontecendo? Não iria esperar o dia raiar para tirar isso a limpo.


- Luan acorda. - o empurrei com um pouco de força. - Acorda Luan. - falei mais alto e ele acordou estremecido. 
- Nossa que foi? Você está bem?
- Não sei, que mensagem é esta? Porque você anda dando dinheiro a essa pessoa que parece o Guilherme? - lhe atirei o celular e ele o pegou.
- Filho da puta. - xingou baixinho e com raiva. - Eu posso explicar. - se apressou.
- Claro que vai se explicar. - falei irónica me encostando na cabeceira da cama. 
- No dia do nosso casamento eu mandei o Well expulsar o Guilherme da festa mas ele ameaçou garantindo que voltaria e eu já tinha avisado ao Well que caso isso acontecesse era para ele oferecer dinheiro.
- E porque ele tem o seu número?
- Não sei, talvez a sua prima tenha arrumado. - deu de ombros. - Eu só não queria que ele te atormentasse mais.
- Mas me escondeu isso. 
- Não foi por mal.
- Você já pensou nas vezes que disse isso esta noite? Que não queria me magoar, que não queria que o Guilherme me voltasse a magoar, mas acontece que você é que me magoa por me esconder essas coisas.
- Me desculpa.
- Não peças desculpa, não adiantará. Por isso você estava tão seguro de que ele não aparecia nunca, mas parece que você se enganou.
- Não sei o que ele poderá querer mais, já lhe dei bastante dinheiro, o suficiente para ir pra longe e viver bem, não tem porque me pedir mais.
- Liga pra ele, eu quero saber o motivo. - falei autoritária.
- Não acho que será boa ideia, acho que vou deixar o Well resolver do jeito dele.
- Ah não vai mesmo, eu quero saber. 
- Tá bom. - se deu por vencido e colocou o celular no viva voz. 
- Alô. - era Guilherme. - Foi rápido me ligando Luan.
- Nem deveria ter ligado, o que você quer, não chega o dinheiro que te dei?
- Chega mas nunca é suficiente.
- Claro que é suficiente.- ele riu sarcástico e me arrepiei. 
- Acha que sim? Porque me encontro neste momento em São Paulo e sei que você está em Salvador, terei o maior gosto em ir atrás da sua esposinha.
- Eu estou aqui e sei de tudo. - falei surpreendendo Luan e aposto que a Guilherme também.
- Maria Clara?
- Eu mesma, você não irá mais mexer com as nossas vidas, o Luan não deveria ter te dado nenhum tostão, mas já que o fez some das nossas vidas porque pode ter certeza que a próxima coisa que farei será te colocar na prisão de novo. - ele desligou e Luan me encarou. - Tá vendo o que você pouparia? Me contava logo que escusava se chatear com isso e ter mentido pra mim,
- Não menti, apenas omiti.
- Dá no mesmo, agora apaga essa luz que eu quero dormir.
- Vamos dormir assim, brigados?
- Você fez por isso, agora apaga essa luz logo. - falei brava e ele bufou fazendo o que pedi. 


Ele tentou me abraçar de volta mas lhe dei um tapa na mão. Não estava para brincadeira e as omissões dele, como o próprio preferia chamar, iriam lhe sair caro. Acordei com o celular dele tocando de novo mas nem me dei ao trabalho de ver quem era ou de o silenciar sequer. Luan acordou desnorteado e atendeu.


- Alô cara, não acha que é cedo demais não? Sete horas ainda. - resmungou - Estou em Salvador... Tenho show hoje sim... Em Vitória da Conquista acho... Está comigo, porquê? Porquê essa voz irmão? - me virei para o olhar e prestar mais atenção na conversa que Luan estava tendo não sei com quem. - Não pode ter acontecido isso! Não sei se ela vai aguentar... - me olhou e me sentei preocupada - Eu vou com ela, nem que volte em cima da hora... Mas é de risco? ... Tá bom. Assim que chegar aviso. 
- Quem era?
- Precisámos ir pra Sampa o quanto antes, se arruma amor, vou ligar ao Rober para arrumar a Van e ao jatinho. 
- Mas o que aconteceu? Estou preocupado e tenho um pressentimento muito ruim. - o olhei suplicando e ele respirou fundo.
- Apenas se arruma, depois te explico. 


Arrumei a minha mala e me arrumei também, Luan era rápido e em menos de cinco minutos estava pronto. Pegou na minha mala e descemos encontrando a van nos esperando. Assim que entrámos no jatinho insisti para saber o que estava acontecendo. 


- Foi algo com a Cecília?
- Não, - falou calmo e pegou em minha mão, meus olhos já lacrimejavam - Você terá de ser muito forte meu amor, eu estarei com você sempre, estarei do seu lado.
- Me fala logo Luan. - perdi a paciência.
- Seu pai está em estado grave no hospital, seu irmão me ligou e parece que os médicos não dão muitas chances, é caso de risco e seu irmão pediu pra te levar de urgência pra se despedir. - ele falava segurando um choro e os seus olhos me observavam preocupados. 
- Meu pai? - perguntei não acreditando - Não pode ser Lu, ele estava bem. Diz que é pegadinha, não brinca com uma coisa dessa. 
- Não iria brincar amor. - me puxou para o seu abraço e me permiti chorar, não era possível que meu pai estava entre a vida e a morte, nunca me imaginei indo ao seu encontro para me despedir. 
- Ele não pode morrer Luan, não pode. 
- Deus sabe de tudo meu amor.
- Não sabe desta vez, meu pai não merece isso, não merecia nem estar doente.
- Eu sei, mas infelizmente Deus leva para junto dele as melhores pessoas.


Não sei como mas parece que em meio ao choro adormeci no colo de Luan que me acordou assim que pousámos. Um carro alugado por Rober a pedido de Luan nos esperava ali e Luan pisou forte no acelerador. No hospital minha família estava ali, menos Bruna que deveria estar cuidando de Cecília e Gaby. Até meus sogros estavam. Luan me abraçava de lado e embora eu estivesse brigada com ele não havia melhor pessoa para me apoiar neste momento. Corri para os braços do meu irmão que chorava assim como eu.


- Onde ele está? Como isso foi acontecer Hugo?
- Não sei Larica, o médico disse que poderia ser imensas coisas, a mãe está lá.
- Você já foi?
- Já, ele está muito mal, não fala quase nada e está muito fraco.
- Meu pai. - choraminguei e Luan chegou perto cumprimentando Hugo com um abraço.
- Estou aqui Hugo. - ouvi Luan falar.
- Obrigado Luan, obrigado mesmo. - minha mãe saiu de uma porta e assim que me viu abriu os braços me abraçando.
- Ele perguntou por você minha filha, vai lá. 
- Eu vou mãe. - limpei minhas lágrimas e antes de ir Luan beijou minha testa e fitou momentaneamente meus olhos me passando todo o seu amor e força. 


Segui por um extenso corredor e parecia que não tinha final. Não era hora de me despedir do meu pai, acho que nunca haverá hora para isso. Queria compartilhar tantos momentos com ele ainda. Abri a porta e ele assim que me viu tentou me dar um sorriso, mas foi uma tentativa falhada.


- Porquê pai? Porquê o senhor? - me sentei ao seu lado e apertei sua mão.
- Um dia tinha de chegar a hora minha filha, não fica revoltada, estou ciente de que Deus tem um plano melhor pra mim e serei sempre um anjo te protegendo lá de cima. 
- Eu sei pai, mas não quero acreditar.
- Só aceita, é o melhor, eu estava sofrendo aqui. Poderia pensar que eu estaria bem mas no fundo eu não estava bem.
- Eu te amo eternamente pai.
- Eu te amo eternamente filha, agora promete que vai seguir sempre seus sonhos, vai lutar por aquilo que quer, e não pára de dançar. Você me orgulhou muito por tudo que conquistou nessa área, fui egoísta te falando coisas horríveis antes mas eu sabia que você iria me calar.
- O senhor me conhece bem. - sorri e meu pai ergueu a mão limpando meu rosto. 
- Muito bem, continua sendo uma mãe maravilhosa para a Cecília, manda um beijo enorme para ela, ontem ela esteve lá em casa e já me despedi.
- Ontem?
- Eu pressentia que estava chegando. E ama o Luan como tem amado, ele te ama muito e vocês se merecem, desejo que sejam muito felizes.
- Pai eu tenho uma coisa pra te contar. - o olhei com um sorriso de canto enquanto as lágrimas não cessavam.
- Se for o que estou pensando, eu acho que não poderia partir mais feliz. - respirei fundo e estava preparada para lhe contar mas a porta se abriu aparecendo Luan.
- Amor está tudo bem?
- Luan meu rapaz, vem cá. - meu pai o chamou e Luan entrou sem saber como reagir. - Obrigado por amares a minha filha o tanto que amas, não desejaria melhor pessoa ao lado dela, que vocês permaneçam assim sempre e não deixem as vossas diferenças e controvérsias vos afastar, isso é o que vos torna diferentes e completos. Tive muito gosto em te conhecer e ainda mais por te ter na família.
- Obrigado seu Carlos, eu prometo pro senhor que vou cuidar e amar a Clara sempre, ela é a mulher da minha vida.
- Já não estarei aqui para ver os meus netos crescerem mas você já me deram a sensação de ser avô da Cecília e o Hugo da Gaby, espero que Deus continue vos abençoando. - apertou minha mão e Luan me abraçou pela cintura.
- Pai... - choraminguei.
- Se cuida Clarinha e aproveita esse presente de Deus na sua vida. - assenti e logo meu pai fechou os olhos deixando a sua mão relaxada na minha.
- Não... não... pai. - gritei o abanando - Pai acorda, o senhor ainda está aqui.
- Clarinha. - Luan me abraçou - Ele se foi com Deus. - falava envargado.
- Eu não sei lidar com tanta dor. - Luan me tirou da cama e me colocou no chão me levando para fora daquela sala. 




- Lidaremos juntos. Agora vamos sair daqui. -  assim que cheguei no corredor me sentei me sentindo fraca demais.
- Luan ele... - minha mãe lhe perguntou e pecebi Luan assentir se sentando ao meu lado. 


Minha mãe correu para tratar das coisas e meu irmão estava sendo amparado por D. Marizete. Era uma dor imensa e tão mas tão grande. Abracei o meu próprio corpo e meus olhos só pediam pra fechar, minha cabeça doía e Luan tentava me manter estável falando constantemente comigo. 


- Luan, Maria Clara, o que vocês estão fazendo aqui? - ouvi a voz da dr. Olívia.
- O pai dela acabou de falecer doutora. - Luan explicou.
- Ela comeu hoje? 
- Não, vamos na cantina Clarinha.
- Deixa Luan, ela precisa de mais do que comida, ela necessita de soro e de calmantes. - a doutora gritou para alguém trazer uma maca.
- Doutora mas ela precisa comer.
- Ela vai comer, ela precisa mesmo comer Luan. - falou convincente e olhei Luan que estava me olhando. - Luan coloca ela na maca.
- Mas é necessário tudo isto?
- Você não sabe né? - dr. Olívia perguntou a Luan.
- Eu estou grávida. - confessei sentindo a minha voz arranhar toda a minha garganta, Luan me olhou com lágrimas nos olhos e vi um sorriso brincar em seus lábios, depois do momento negro que ficou a minha vida há poucos minutos vendo a surpresa e alegria no rosto dele me acalmaram. 



Eitaaaaaaaaaa, capítulo babadeiro. Muita briguinha do nosso casal kkkkk Eles não se aguentam, o cansaço de Luan que magoou a Clara mas que ele explicou os motivos, o ciúme de Clara que ainda deixa Luan sem saber o que fazer, a mania de Luan ser protetor demais e esconder coisas importantes da mulher. E essa notícia chocante? Seu Carlos morreu mas parece que partiu feliz, afinal Luan e Clarinha serão papais. E agora o que irá acontecer? Clara já perdeu uma vez e com tanta atribulação emocional não será nada bom para o bebé. Luan irá entender todo o fogo que Clara tinha? Comentem por favor, beijocas !


7 comentários:

  1. Sabiiiiia que ela tava tentando engravidar. Geeeente que dó ;(((( @natycaprioli_

    ResponderEliminar
  2. Nossa nd a dizer....
    contt bjoos

    ResponderEliminar
  3. Ela tentando engravidar sem nem contar pra ele , achei digno ela "resolver" isso sozinha de certa forma ,ela decidiu não compartilhar essa vontade com ninguém ! A morte dompai dela vixi , tadinha vai precisar de apoio total do Luan e da Cecilia e se todos que a rodeiam . *Laís

    ResponderEliminar
  4. Que capitulo triste e feliz ao mesmo tempo :( Esses dois brigando, Rober bocão kkk Tadinho do Luan, já tava cansado ué, Maria não dava tempo. Depois de se resolverem vem essa ISA e complica ainda mais as coisas, depois esse babaca doido psicopata também, espero que ele desapareça se uma vez! Louco idiota.
    Que coisa mais triste :( nunca na vida quero sentir essa dor que a Maria deve estar sentindo, que perda mais horrível Meu Deus, ainda bem que deu tempo dela se despedir e ouvir as últimas palavras do pai
    Graaaaavida, em meio a tanta tristeza e confusão, aparece um pontinho pra deixar tudo mais colorido ❤️

    ResponderEliminar
  5. Tem hoje não??? Ansiosa!

    ResponderEliminar
  6. Quem diria... os dois se desentendendo por causa disso kkkk
    Clara ciumenta!
    Poxa, a vida pode ser bem irônica às vezes. Logo agora que uma nova vida está por vir, o pai da Clara morre :(

    ResponderEliminar