domingo, 29 de novembro de 2015

Capítulo 112

- Mãe desculpa, eu não queria ter ficado de recuperação. - me desculpei assim que a abracei no aero.
- Comigo você não precisa se desculpar Ceci, mas com a pessoa que está no carro esperando a gente, sim. - só podia ser meu pai.
- Me ajuda mãe, eu não quero que ele brigue comigo.
- Ele não está bravo, só está desiludido.
- Mas o pai acaba sempre por ficar bravo depois mamãe, me ajuda por favor.
- Tá bom, e essas mini férias na Argentina correram bem?
- Aham, adorei ir lá.
- Que bom, agora vamos indo senão seu pai entra aqui pra pegar a gente e só saímos amanhã cedo. - rimos e seguimos para fora do aero. 


Logo vi o carro e assim que abri a porta Lucas sorriu para mim, esse pequeno podia me chatear ás vezes mas era das pessoas que eu mais amava no mundo. Ele abriu os bracinhos para mim e o abracei bem forte.


- Não vai mais pra longe Ceci, eu senti a sua falta.
- Sério? Está com saudade de me chatear é? - brinquei e ele riu.
- Também, mas eu gosto de ter você por perto, você me protege. - sorri grande e beijei o seu rosto. 
- Oi pai.
- Oi filha, o meu beijo. - pediu e reparei que ainda não tinhámos saído do lugar. O abracei do banco de trás e beijei o seu rosto imensas vezes.
- Já disse que amo o seu cheiro? - confessei e ele riu.
- Nem vem com esses elogios, eu estou desiludido com você.
- Eu sei pai e peço imensas desculpas, eu não queria isso mas o senhor sabe que não foi fácil, eu andava cansada demais, eu prometo que não se irá repetir. - ele me encarou pelo espelho já na estrada.
- Só espero que na recuperação você volte a ter notas máximas.
- Vou ter, confia em mim. - ele assentiu e desviou a atenção para a frente.
- E na Argentina como foi? Você conheceu um monte de coisa, teve algo especial que aconteceu?
- Nada pai, mas é um país bonito.
- Não deu trabalho para os seus avós né? - voltou a me encarar pelo espelho.
- Claro que não papai, não dou trabalho.
- É assim mesmo, quem sai aos seus não degenera. - falou isso tão naturalmente que todos riram menos eu, minha cabeça estava confusa demais.
- Já acabaram os seus shows?
- Já, ontem foi o último, agora é só aproveitar as férias, pra semana Cabo Verde que nos espere. - falou animado, por mais que ele amasse cantar, descansar era sempre bom e passar um tempo com a família sem pensar em reuniões, músicas ou entrevistas era relaxante.


(...)


- Filha vai lá e boa sorte. - papai me deu um beijo na testa assim que me deixou na escola. - Quando terminar me liga, eu vou no Dudu.
- Obrigada papai e pode deixar que eu ligo.


Entrei na escola e procurei a sala onde iria realizar as provas. Estava distraída quando alguém me abraçou por trás, não precisava ser muito esperta para adivinhar a quem pertencia aquele perfume. Me virei repentinamente e ele me envolveu em seus lábios e em seus braços. Eu estava morrendo de saudade de Kauan.


- Não sabia que você estaria aqui princesita.
- Também não esperava mas fazer o quê. - dei de ombros e ele riu. - Você tem muitas pra recuperar?
- Três, falta muito pra você entrar?
- Uns 15 minutos.
- Perfeito para eu te beijar muito. - ri e ele juntou nossos lábios. O colégio estava deserto, só quem iria fazer provas estava andando por ali então não havia problema da gente estar no meio do corredor nos beijando.
- Que lindos os pombinhos. - uma voz enojada soou atrás de mim e olhei Kauan que me piscou o olho me juntando mais a ele.
- Oi Ash, tudo certinho?
- Oi Kaká, tudo mais ou menos, você sabe que ficaria melhor comigo do que com essa pé rapado adotada por ricos.
- Vai começar. - resmunguei e Kauan beijou minha testa.
- Dá pra parar com isso Ash? Você sabe que se continua com essas boquinhas não haverá mais eu e você. - falou sério e semicerrei o olhar, como assim ele estava insinuando que depois de mim eles teriam algo?
- Eu sei babe, me deixa apenas divertir com a coitadinha aí. - apontou para mim e saiu.
- Cabra. - grunhi e ele me olhou rindo - Está rindo? Eu não gostei nem um pouco do que você falou? Como assim "eu e você"? Por acaso está pensando em ficar com ela? Porque se for me avisa, que a gente termina o que nem começou.
- Nossa, que esquentadinha. - zoou - Só usei aquilo porque sei que a iria deixar na corda bamba, ela tem esperança que eu ainda tenha algo com ela, mas não terei, é você o meu desafio agora, só falei aquilo pra calar a Ash.
- Espero que sim, porque se eu sei de algo...
- Não pensa nisso, não irá acontecer. - apertou a minha cintura espalhando beijos pelo meu pescoço - Tenho tantos planos pra gente. - me olhou.
- Quer me contar?
- Surpresa princesita, mas você irá gostar, só confiar em mim que eu te mostro o lado bom da vida. - riu misterioso.
- O que seria esse lado bom? - afrouxei o espaço entre a gente.
- Apenas eu e você sozinhos.
- Eu não sei se estou prepa...
- Eu faço com que você esteja, confia em mim. Eu sei que você confia.
- Eu confio. Por falar nisso, eu já te falei que reencontrei a Carolina, ela quer que eu me encontre com ela aqui em São Paulo.
- Você vai, e eu vou junto.
- Eu esperava que você dissesse isso. - sorri e nos beijámos uma última vez antes do sinal tocar.


Terminei as provas e assim que saí quase ninguém vagueava por ali. Queria ver Kauan de novo, mas ele tinha mais provas do que eu, logo iria demorar mais. Liguei para papai e fiquei esperando no portão, ele ainda demoraria um pouco. Escutei risadas e vi Kauan com Ashley. Assim que ele me viu sorriu e se despediu dela que me olhou debochada.


- Ainda por aqui.
- Estou esperando meu pai.
- Ele demora? A gente poderia ir até aos fundos da escola...
- Vai demorar um pouco, melhor não correr esse risco.
- Você que sabe. - me beijou de surpresa e assim que nos separámos papai chegou me fazendo afastar de Kauan rapidamente.
- Até daqui umas semanas Kauan.
- Até Cecília, a gente vai se falando. - piscou o olho e segui até onde papai estava.
- Vocês estavam próximos demais ou foi impressão minha? - papai indagou.
- A gente estava se abraçando, nos despedindo.
- Já falei que não gosto disso.
- Eu sei, mas também já falei que somos apenas amigos.
- Como foram as provas?
- Bem, vou conseguir boa nota. - sorri e ele retribuiu ligando a rádio.



(...)



Maria Clara On: 


As malas estavam no carro e já estávamos indo em direção ao aeroporto. A galera iria encontrar a gente lá. Era sempre uma animação antes de viagem mas assim que o avião decolava todo o mundo adormecia. Abracei a minha barriga e deitei a minha cabeça no ombro de Luan sentindo Lucas encostar-se a mim. Cecília foi junto dos padrinhos. Luan beijou a minha cabeça e repousou a sua mão na minha perna.


- Vai dormir amor?
- Talvez. - confessei.
- Dorme, você precisa.
- Vou tentar. - fechei os olhos e senti algo chutando a minha mão. Esperei mais um pouco e senti novamente. - Lu?
- Hum, que foi amor?
- Coloca a sua mão aqui. - a coloquei na minha barriga e senti várias ondulações. - Eles estão mexendo. - falei entusiasmada.
- Oh meu Deus, meus filhos estão mexendo galera. - falou alto o suficiente para os nossos conhecidos nos olharem rindo.
- Quê, quem está mexendo? - Lucas despertou perdido.
- Seus irmãozinhos campeão.
- Sério? - Falou surpreso e Cecília já estava no colo de Luan assistindo a tudo aquilo. - Que massa mamãe, dói?
- Um pouco, mas é gostoso de sentir.
- Eles vão adorar viajar mamãe.
- Tomara Ceci, assim será ótimo pra vocês viajarem muito comigo. - Luan celebrou e depois de um tempo os bebés pararam.



(...)



Cecília On: 


Quando Lucas mexeu eu lembro que fiquei feliz mas agora embora tenha ficado feliz fiquei pensativa. Eu também mexi na barriga da Carolina, será que nem isso a fez se emocionar e pensar que talvez era capaz de cuidar de mim? Meu pai ficou tão feliz, será que Leandro sentiu o mesmo? Eu não sei o que é ser mãe mas sem dúvida que tenho um exemplo incrível disso. A Clara ama ser mãe e mesmo que tenha de passar por várias coisas menos boas ela está sempre sorrindo e apaixonada.


- Afilhada o que você está pensando hein?
- Nada madrinha, só estava pensando nos gémeos mexendo.
- É lindo né? - assenti - Um dia vai chegar a sua vez.
- Vai, e a sua também. - brinquei.
- Verdade, me caso em breve e depois tenho de tratar disso. - riu e Felipe despertou nos encarando.
- Que foi que vocês só conversam?
- Não foi nada padrinho, apenas a dinda estava falando que vocês têm de ter bebés logo.
- Concordo. - sorriu e beijou o ombro de Bia.


Tio Marcos e tia Rita também estavam na tentativa para ter filhos, parece que todo o mundo combinou ter filhos mais ou menos da mesma idade. Eu era a mais velha e isso era bom, mas por outro lado gostaria de ser pequena novamente e ser inocente em relação a diversos assuntos. Chegámos na Ilha do Sal em Cabo Verde no início da noite e nos acomodámos logo no hotel.


- Ceci o Lucas vai ficar com você no quarto.
- Sério papai? Mas vocês vão arrumar ele sempre né?
- Porque você não pode fazer isso? Custa muito lhe dar banho e o arrumar?
- Mais ou menos, eu não tenho muita prática.
- Você tem de ajudar a sua mãe, ela agora está grávida e quanto menos fizer melhor. - começou perdendo a paciência.
- Tudo bem, eu vou tentar, senão te chamo. Vem Lu. - o peguei pela mão e entrei no nosso quarto. Papai ficou nos olhando, não estava com vontade nenhuma de cuidar de Lucas, mesmo ele não dando trabalho nenhum, mas melhor obedecer ao meu pai antes que ele brigue comigo.


No dia seguinte a ansiedade era tanta que acordámos super cedo para conhecer o hotel e as praias que eram maravilhosas.





Era bom estes momentos em grupo, mas por outro lado eu me sentia um pouco deslocada, afinal aquelas pessoas não me eram nada geneticamente. Fechei os olhos e tentei afastar esses pensamentos, eu iria relaxar e curtir as férias. 


- Aonde você vai mocinha? 
- Vou ao bar comer alguma coisa. - avisei, já era o quarto dia ali e decidimos passar a tarde na piscina do hotel que era enorme. 
- Mas ainda há pouco a gente almoçou filha. 
- Mas eu já tenho fome de novo. - dei de ombros e segui até ao bar. Na verdade eu estava comendo demais, Parecia a minha mãe grávida só que no meu caso, era a falta de nicotina no organismo. 


Comi e fui para perto de Lucas e Gaby que estavam jogando bola com meu tio Hugo. Os dias se passaram e hoje papai pediu para eu ficar com os meus avós que ele e a mamãe iriam sair, ele parecia bem contente, ri sem graça vendo ele falar que era um jantar romântico. Minha mãe adorava essas coisinhas e meu pai era um romântico nato, sempre a surpreendia de alguma forma. 



Luan On: 


Falei com o dono do hotel e ele me arranjou um espaço acolhedor e romântico ali mesmo. Queria ter um momento apenas com Clara. Me arrumei e fui deixar as crianças com meus pais. Voltando para o quarto vi a Clara sair toda linda. 




- Aiai como pode ser cada vez mais perfeita?
- São os seus olhos meu amor.
- Eles apenas vêem a verdade. - pisquei o olho e entrelacei nossas mãos. 
- Já não temos um momento assim há algum tempo.
- Eu sei, por isso tirei esta noite só pra gente. 


Chegámos no local e vi que capricharam. A gente adorava estes jantares completamente a sós em locais diferentes mas sempre iluminados principalmente com a luz da lua. 




Arrastei a cadeira e ela se sentou. Estava encantada com o romantismo de cada coisa, até eu, realmente não esperava tudo aquilo. Uma música soou e o garçon nos serviu os pratos que deixei acordado mais cedo com o chefe. Estava tudo tão bom que quando terminámos de jantar a convidei para uma dança. 


- Você não existe. - ela falou meiga me encarando - Eu poderia viver mil vidas que ainda assim nada se comparava a esta, ou até se comparava, bastava ter você me amando.
- Eu fico muito feliz com isso, sempre soube que a gente se ama de outras vidas. - encostei nossas testas nos embalando. 





A beijei com todo o meu amor e a peguei pela mão a levando para o quarto. Aquela noite seria apenas nossa e nada nos poderia interromper. Entrámos no quarto aos beijos e a guiei até ela tocar na cama, a deitei delicadamente e beijei seu pescoço e seu colo acariciando a sua barriga. Tirei o seu top cropped e abri o zíper da saia a deixando apenas com a lingerie. Ela abriu a minha camisa com pressa espalhando beijos pelo meu peitoral, me livrei da calça e dos ténis e a beijei profundamente. Quando estávamos nus a senti, ela ofegava em meu ouvido e arranhava minhas costas. 


- Amor não precisa ir devagarinho, não magoa os bebés. - me revelou e aumentei o ritmo a vendo sorrir.
- Você me deixa louco Clarinha.
- Eu adoro te ver assim. - me confessou mordendo o lóbulo da minha orelha. 


Minutos depois chegámos ao nosso limite e me deitei ao seu lado recuperando a respiração descompassada. Ela se aconchegou em mim me encarando. Não eram necessárias palavras. A levei para um banho e depois de arrumados nos deitamos, quando pensei que poderia descansar o meu celular apitou uma mensagem. Era de um número desconhecido e estranhei, Clara vendo a minha cara ficou em alerta.


- Quem é Luan?
- Não sei amor, vou ver o que diz. - abri a mensagem e fiquei confuso ao lê-la.


"Luan por favor abre o olho com a Cecília"


- Ué que estranho. Quem iria mandar algo assim?
- Não sei Clarinha, mas acha que eu devo levar em consideração?
- Ela esteve diferente mas ela parece que está normal, não sei o que ela poderia estar fazendo pra você precisar de abrir o olho.
- Também não faço ideia, mas eu já estava mais atento a ela, vou aumentar essa atenção, o que essa pessoa quis dizer com a mensagem, dá pra perceber que é algo sério.
- Parece até um pedido de ajuda, como se a pessoa estivesse preocupada e só você pudesse resolver né?
- Não gosto nada dessas coisas.
- Relaxa, talvez nem seja nada, e se for a gente está aqui para aguentar o que virá. - sorriu pequeno e assenti selando nossos lábios. 


(...)


Cecília On: 


As férias terminaram e amanhã regressaria á escola. Estava com tanta saudade de Kauan. Assim que o encontrei no jardim atrás da escola matámos a saudade, quase que perdíamos a hora da aula. 


- Quando você vai encontrar a sua mãe biológica?
- Não sei, mas pra semana meu pai vai viajar, e só volta daqui um mês, está chegando o Carnaval e ele tem sempre um monte de shows, então acho melhor ser nessa altura.
- Você tem razão. Já sabe que eu vou junto. - assenti sorrindo agradecida. 


Henrique estava diferente comigo, parecia mais afastado. Já nem ficava do meu lado nas aulas, não se reunia comigo em trabalhos de grupo, e mal falava comigo. 


- Henrique podemos conversar? - pedi assim que tocou para o intervalo.
- Não tenho tempo Cecília.
- Por favor?
- Você não entendeu que eu não tenho tempo pra você? Não viveu sem mim este tempo todo? Agora não farei mais falta.
- Não fala isso, eu sinto a sua falta sim.
- Não parece, você está se afastando de toda a gente, você só quer saber daquele Kauan e nada mais importa.
- Me desculpa, eu sei que não estou sendo uma boa amiga, eu realmente me afastei mas não foi por mal.
- Claro que não foi, a culpa foi desse rolo que você está tendo com aquele cara.
- Não fala assim dele, ele me faz bem.- defendi Kauan.
- Só espero não ter que enxugar suas lágrimas mais tarde.
- Não precisará, ele gosta de mim e eu, bem, eu estou gostando muito dele. - confessei e Henrique assentiu com desilusão no olhar.
- Tudo bem, não me vou meter nisso Cecília, mas não se iluda com ele.
- Você mal o conhece...
- Conheço o suficiente pra saber que hoje cedo antes de você chegar ele estava de conversinha com a Ashley, se ele gosta de você não deveria estar próximo da sua inimiga né.
- Você só quer colocar ele contra mim, eles se conhecem, é normal conversarem.
- Eu lavo as minhas mãos, você quer acreditar, acredita, não quer, problema seu. 
- Vamos esquecer isso, eu quero falar com você sobre a minha viagem á Argentina. Eu conheci a minha mãe.
- Como assim? - o puxei para um canto e depois de conferir que ninguém estava vendo lhe contei tudo. - Você vai encontrar ela? Não faz isso Cecília, os seus pais não merecem uma coisa dessas. 
- Eu sei, mas eu mereço saber mais e saber se consigo me resolver com ela e com o meu passado.
- Eu não concordo, você tem uma vida tão feliz com o Luan e a Maria Clara, porque você vai remexer nisso? Eles vão ficar muito magoados com você.
- Não preciso que você me apoie, apenas que respeite, é da minha vida que estamos falando.
- Tudo bem, eu respeito, mas não conte comigo para te ajudar.
- Não preciso, o Kauan...
- Claro, sempre ele. - falou irritado - Pra mim a conversa já deu Cecília. Só espero que não se arrependa tarde demais.


Saiu correndo e fiquei desolada, Henrique era meu melhor amigo e não estava me apoiando, só Kauan o fazia. E foi para perto dele que eu fui. Ele já estava me esperando com o meu cigarro e o fumei tão rápido que tirei outro.


- Vai com calma amor.
- Não quero ir com calma, estou com raiva hoje.
- Eu sei como tirar essa raiva de você. - me puxou mais para ele.
- No próximo intervalo a gente resolve isso. - rimos.
- Tudo bem. 


(...)


- Ceci já chamei o táxi, você conseguiu convencer os seus pais?
- Eu falei com a minha mãe, disse que iria fazer um trabalho em casa de uma menina da minha sala.
- E se ela lhe ligar?
- Eu tomei cuidado para escolher alguém com quem eu mal falo, assim ela não conhecendo a pessoa não irá ligar nem procurar saber se estou bem ou mal.
- Espertinha. - me beijou e assim que saímos do portão da escola alguém me chamou.
- Espera Cecília. - era Henrique, parei assim que o vi se aproximar.
- Que foi?
- Onde você vai? 
- Você não tem nada a ver com isso.
- Pensei que ainda significava algo pra você.
- E significa, é que... - olhei Kauan e me virei novamente para Henrique - Eu vou encontrar a Carolina. - falei baixo.
- Não vai Ceci, por favor, não faz isso.
- Eu tenho de fazer Rique, respeita a minha escolha. - supliquei.
- Vai, e reza para dar tudo certo. - nem me deixou falar mais nada e saiu andando apressado.
- Esquece ele, você não precisa de quem te quer fazer desistir, você tem de tomar as rédeas da sua vida Cecília, ser dona de você mesma, lembra do que te falei sobre mulheres resolvidas? - assenti. - Então? Tem de começar esse caminho agora, eu irei estar ao seu lado nesses momentos. - me beijou calmo e logo o táxi chegou. 


Dei o endereço para o taxista e em meia hora chegámos na frente de um prédio. Kauan apertou minha mão e após entrar no hall do prédio o porteiro nos recebeu. Avisei que queria falar com Carolina e ele logo interfonou para ela que autorizou a nossa subida. Eu estava suando frio, mas não podia ceder agora, eu tinha de pelo menos tentar entendê-la. 




Oiiii! Capítulo enorme novamente, espero que gostem e que comentem. Desculpem este ter várias narrações, mas eu queria que vocês entendessem o paralelo das coisas. Cecília realmente está viciada e digo-vos que esse segredo está chegando ao fim. Kauan está a levando por um caminho nem um pouco bom, o que será que ele quer por trás disso tudo? Henrique tentou avisá-la mas ela está cega pelo Kauan e já nem dá ouvidos ao melhor amigo. Será que Henrique vai fazer algo? Será que Luan estará realmente fora o mês todo? E esse reencontro com Carolina? Será que vai correr bem? Espero as vossas ideias, beijos <3


sábado, 28 de novembro de 2015

Capítulo 111

Luan On: 





Cheguei em Uberlândia e não deixei de pensar em Cecília durante o voo. Ela nestes dois meses mudou bastante, eu não lembro da Bruna ser assim na adolescência, mas pra falar a verdade eu mal acompanhei, estava sempre viajando em busca do meu sonho. Mas não lembro do meu pai ou da minha mãe reclamando. Não ter experiência nessas coisas é um saco, eu gostaria de a compreender melhor e de a ajudar. Ela sabia que eu estava sempre disposto a isso. Só espero que ela tenha realmente melhorado, eu não iria saber suportar se algo de mal estivesse acontecendo com ela. 


- Boi o que foi? - Rober me despertou.
- Hã? Nada não Testa.
- É a Clara?
- Não, a Cecília. - o olhei e ele ficou curioso se sentando na minha frente enquanto comia algo no hotel.
- O que ela tem?
- Nem sei, acho que é coisa de adolescente. Te contei das mudanças que ela teve né? - ele assentiu me permitindo prosseguir - Ela agora está bem, só não sei se isso é normal.
- Me cheira a namoradinho.
- Nem me fala uma coisa dessas.
- Porque não? Eu reparei que ela estava sempre grudada naquele menino na festa dela.
- Não, ela me garantiu que eram apenas amigos, nunca que iria permitir que ela namorasse com essa idade e com um cara mais velho. 
- Você não pode se intrometer nisso Luanzera, ela é sua filha mas também está crescendo e tem de viver essas coisas.
- Experimenta ter uma filha e depois me diz isso. 
- Não tenho culpa de só ter rapazes até agora. - deu de ombros e ri. Rober havia casado a uns três anos atrás com um amiga de infância, ele que sempre ficou com várias foi logo casar com uma amiga de infância, a vida dá muitas voltas. 
- Então não fala do que não sabe, nunca imaginei que fosse me dar tanta dor de cabeça ter uma menina. - ri fraco.
- E vem aí outra, por isso melhor aprender agora com a Cecília.
- Por vezes queria ter um filho rapaz mais velho sabe? Assim ele cuidaria da Ceci como se fosse eu quando estivesse viajando.
- A sua mulher faz isso por você, a Maria Clara é uma força da natureza, quando ela quer fica mais brava do que você, por isso fica tranquilo.
- Isso é verdade, mas agora ela só tem de relaxar e aproveitar a gravidez dos gémeos, não quero que ela se preocupe com essas coisas.
- Difícil é convencê-la disso, porque se bem a conheço, ela gosta de saber de tudo. - riu e o acompanhei,
- Você conhece a peça. A Ceci está na Argentina agora, espero que ela se divirta.
- Na Argentina? Nos avós dela? - assenti - A Carolina não mora lá não?
- Eu acho que não, nem sei por onde ela anda, nem quero saber.
- Mas você não se informou disso cara? - Agora que Rober falou eu comecei e ver a gravidade da situação.
- Cara, se ela estivesse por lá o seu Pedro me avisaria, ele e a D. Adrielle não aprovaram o que a Carolina fez por isso não permitiriam a ida da Ceci para lá sabendo que elas poderiam se encontrar né?
- É, tem razão, relaxa. 


Mesmo sabendo que isso seria quase impossível não posso negar que me preocupou. Mas não poderia haver essa possibilidade. Não podia de jeito nenhum. 



Cecília On: 



- E então Ceci o que está achando do pouco que você viu?
- Estou adorando vô Pedro, não sei como não vim cá antes.
- Nós estamos adorando ter você aqui, achámos que seria difícil seu pai autorizar mas ele até se mostrou bem compreensivo. 
- Meu pai só quer o melhor para mim.
- Verdade, irei agradecer ao Luan a minha vida toda por ter criado e principalmente amado você.


Avó Adrielle me mostrou a casa e o quarto onde ficaria, ela o decorou só para mim. Era bom ter um monte de avós, eles me mimavam e me ensinavam muitas coisas além de me contarem peripécias dos meus pais quando criança. Sei que neste caso não existiria isso, até porque não havia motivo para eles me falarem dos meus pais biológicos. Eu é que teria de descobrir por mim mesma algo e claro, contar com a sorte. Tomei um banho e desci para jantar. 


(...)


Hoje me deram a conhecer uma parte de Buenos Aires. Agora estávamos a caminho da casa de uns amigos dos meus avós, iríamos jantar lá. Disseram que eles tinham uma neta um pouco mais velha do que eu que me poderia apresentar outras coisas da cidade. Minha mãe me ligou assim como meu pai. Eles se preocupavam comigo e eu só esperava que eles entendessem a minha curiosidade pelos meus pais biológicos. Acho que mereço saber disso e se algo der errado, Kauan estará lá para me ajudar a ultrapassar. 


- Esta é a Alejandra. - vô Pedro me apresentou, eu não percebia nada de espanhol, mas ela pelo que percebi entendia português e até falava corretamente, o que só facilitava. 
- Prazer, Cecília.
- Tenho certeza que seremos ótimas amigas, vem, vou te mostrar o meu quarto. 


Subi com ela e a parte que mais adorei foi a sacada, tinha uma vista soberba para a cidade. Ela morava com os pais e os avós e estava no último ano do ensino médio. 


- Posso te confessar uma coisa? - me perguntou e assenti - Eu tenho até vergonha de falar isso, mas minha mãe é fã do seu pai então eu meio que cresci escutando ele.
- Sério? Meu pai iria gostar de saber isso. - sorri. - Quando ligar vou lhe contar isso, ele vai ficar contente em saber. 
- Por isso eu percebo um pouco português. - rimos - Bem, vamos descer?
- Vamos. É... Alejandra? Você sabe se meus avós ficam sempre sozinhos?
- Não, ás vezes a Carol aparece lá. Você já conheceu ela? - Carol, Carol, Carol, a mulher que me abandonou e que meu pai sempre fez questão de ressaltar isso.
- Não, eu não conheço. - menti querendo saber mais, porque pela conversa ela não sabia que ela era minha mãe. 
- Ela é legal, seus avós ficam sozinhos algumas vezes e ela sempre os visita. É uma boa sobrinha.
- Sobrinha? Não sabia, ninguém me falou dela ainda.
- Mas você ainda terá oportunidades para a conhecer, a ela e ao marido, o Leandro.
- Eles moram muito longe daqui?
- Não, uns vinte minutos daqui. 


Chegámos na sala e não tive oportunidade de perguntar mais nada. Alejandra era boa pessoa e me levou para conhecer vários pontos turísticos da cidade. Embora o meu objetivo não fosse esse, estava sendo incrível conhecer um novo país. Papai ligou e lhe contei de Alejandra, ele ficou feliz como previ, dizia que iria mandar o novo CD autografado para ela. Ri com isso, por mais anos que passassem papai nunca perdia esse orgulho no seu trabalho. 


- Ceci vai tomar um banho relaxante, hoje iremos assistir um teatro.
- Tá bom vovó. - subi a passos largos e relaxei na banheira. Aproveitei para ligar para Kauan e ele logo atendeu. 
- E aí gatinha, está se divertindo?
- Muito e já descobri algumas coisas, mas sempre que penso em descobrir mais fico com um nó no coração sabe, sinto que estou traindo meus pais.
- Eu percebo mas é para o seu bem, mais cedo ou mais tarde você teria de lidar com isso, porque a curiosidade é assim mesmo, melhor você descobrir agora, já que os seus pais adotivos não te falam nada.
- E que motivos eles teriam para falar? Eu entendo eles Kauan, se meus pais verdadeiros me abandonaram eu não tenho porque me preocupar com isso, estaria sendo mal agradecida com os meus pais, principalmente com o Luan.
- Mais tarde você vai se sentir agradecida por saber de tudo, vai se sentir uma pessoa resolvida, e uma mulher resolvida pode conquistar tudo que quer Cecília.
- Você acha?
- Eu tenho certeza, você irá aproveitar muito mais e irá se permitir a novas experiências também.
- Pode ser que você tenha razão. Estou com saudade sua.
- Também, fumar sozinho já não tem a mesma graça. - rimos. 
- Verdade, nem sei como estou me aguentando aqui sem isso.
- Você não levou?
- Como iria conseguir esconder isso?  Além do mais sou menor, poderia dar barraco no aero.
- Tem razão, mas quando você voltar eu dou um jeito de te arrumar.
- Eu ainda tenho o seu presente.
- E irá usufruir muito bem dele. - rimos. - Volta logo tá bom?
- Pode deixar, beijos.


(...) 


Terminei de secar o cabelo e me sentei para me maquiar, estava fora do país então poderia ter essa liberdade sem ter o meu pai me enchendo o saco com argumentos de que eu era jovem demais para essas coisas. Coloquei o vestido e a sapatilha ficando prontinha. 




Peguei na minha bolsa e desci. Estava chegando na sala quando vi uma criança correndo, um menino moreno, de uns dois anos. Logo atrás surgiu uma mulher, também ela morena, correndo atrás dele, até que o conseguiu apanhar. 


- Você estava fugindo. - riu e pegou no menino -  Vamos lá para fora esperar a vovó trazer... Oh. - me olhou finalmente e desci o restante da escadaria. - Oi.
- Oi. - respondi receosa.
- Você é quem? Não sabia que meus pais estavam com visitas.
- Eu sou... - engoli em seco - Eu... Você quem é? - perguntei tentando não demonstrar nervosismo.
- Carolina, filha do Pedro e da Adrielle. - falou óbvia, eu estava de frente para a minha mãe, quer dizer, minha não, ela não me é nada, apenas a mulher que me procriou. - Agora você quem é? Eu acho que te conheço, mas...
- Eu me chamo Cecília. - falei firme e ela ficou estupefacta me olhando. Seus olhos eram surpresos e depois de colocar o menino no chão veio a passos lentos até mim.
- A minha Cecília? - levantou uma mão pra me tocar.
- Não me toca. - avisei e dei dois passos atrás. -  E eu não sou sua.
- Eu... me desculpa. Eu não estava te reconhecendo, como estás bonita, sempre acompanho as notícias que saem, mas você parece estar mudada desde a última vez que vi. O que você veio fazer aqui?
- Visitar meus avós.
- Eles tinham contato contigo estes anos todos? - indagou prendendo o choro.
- Você não sabia? - questionei com frieza.
- Ai meu Deus. - avó Adrielle adentrou na sala assustada - Carolina eu te pedi para esperar lá fora...
- Que a sala estava em remodelação, é mãe, posso constar isso. - falou irónica. - Porque me mentiu? Você sabia da minha filha este tempo todo e não me disse nada?
- O fato de te ter perdoado pelo seu grande erro não significa que eu tenha de te contar sobre a minha neta, filha do Luan e da Maria Clara, você não é nada dela desde o segundo que a abandonou. 
- Ela é minha filha na mesma mãe.
- Já disse que não sou nada sua. - resmunguei.
- Cecília sobe por favor.
- Eu não vou subir avó, até foi bom ela aparecer, será que podemos conversar? - olhei para Carolina que estava tão surpresa quanto a avó.
- Claro, mãe fica com o Juan?
- Seu filho? - questionei.
- Seu irmão.
- Ele não...
- Eu sei, ele não é nada seu. - me interrompeu - Vamos conversar então.
- No quarto. -avisei - Avó fica tranquila, eu vou ficar bem. - garanti e ela assentiu. 


Subi rapidamente e assim que ela entrou fechei a porta, não a tranquei, isso seria idiotice demais. Caminhei até á janela e me sentei num sofázinho que tinha ali. Carolina se sentou na minha frente e sempre me olhava, apenas desviou a atenção para tirar o tabaco da mala. Fiquei olhando, eu estava com vontade também, e já aguentei tanto tempo.


- Me dá um? - pedi e ela me olhou sem reação.
- Você fuma? - indagou com enorme admiração. - O seu pai sabe?
- Não, e você não irá contar. - tirei um, mesmo sem esperar a autorização dela. 
- Você não deveria fumar, tem 14 anos. Meu Deus, se o Luan souber... você sabe como ele ficará né?
- Olha pra minha cara de preocupada. - sorri cínica e ela me encarava perplexa. Acendi o cigarro e pude sentir o relaxamento aos poucos. - Agora eu quero saber porque você me abandonou. E quero sinceridade. - deixei bem claro.
- Na época eu não estava preparada para ser mãe, eu só queria me divertir, não iria conseguir cuidar de você.
- Porque não abortou?
- Quando tive coragem já era tarde demais, o jeito foi seguir com a gravidez até ao fim e...
- Me abandonar, eu sei. Porque apareceu uns tempos mais tarde? Porque se aproximou de mim? Eu tenho alguns flashes, você quase namorou meu pai e eu lembro de quando você cuidava de mim.
- Eu queria garantir que você tivesse uma família digna, que você crescesse em meio ao conforto.
- Mas você queria a minha guarda né? Eu lembro que meu pai andava chorando por isso, era pequena demais mas acho que as crianças são assim mesmo né, se lembram do bom e do mau.
- Eu vi que a minha vida estava se concertando, o seu p... O Leandro, estava ganhando um bom salário e com o dinheiro da indemnização que pedi ao Luan daria para te sustentar.
- Você quis roubar o meu pai?
- É, mas as coisas correram mal e eu acabei sendo presa.
- Você acha que naquela época se tivesse conseguido me tirar do Luan iria saber me criar?
- Eu não sei, mas queria tentar. Mas sabe que até fico feliz que as coisas tenham tomado o rumo que tomaram? Eu sabia que o Luan estava demasiado apegado em você e que isso era bom, pois ele iria te educar e te amar do que jeito que toda a criança merece, eu fico feliz que tenha sido ele a te adotar, você ganhou uma família e está bem, não tem necessidade, tem tudo que quer, estuda no melhor colégio. Acho que eu como sua mãe só quero isso pra você, o melhor do melhor.
- Como você pode falar que ter me abandonado foi melhor do que pelo menos ter tentado me criar? - a enfrentei com raiva e tirei outro cigarro sobre o olhar reprovador dela. 
- Eu se não tivesse te abandonado não iria te criar, eu não queria filhos naquela época, eu iria acabar por ficar sem você na mesma. Então usei o curso que tirei na faculdade para me aproximar de você. Eu lembro que você adorou me conhecer.
- Que pena porque eu não. - falei irónica - Você tem um filho, acha que ele merece a mãe que tem?
- Agora ele merece sim, eu mudei bastante, e o Juan tem me ensinado muita coisa, e a mais importante é que eu não deveria te ter abandonado, eu me arrependo muito.
- Tarde demais para arrependimentos. - traguei o cigarro e ela assentiu sabendo que era verdade.
- Eu entendo que estejas magoada comigo mas eu só peço que um dia consigas entender.
- Não vou entender, e sabe porquê? O Luan era novo demais quando me adotou e me fez filha dele como se fosse de sangue, a Maria Clara sendo apenas namorada do meu pai na altura me fez filha dela também, e não olhou a julgamentos das pessoas nem tão pouco se preocupou se seria capaz de me educar ou não. Eles também não sabiam como me criar mas o amor que eles tinham foi o suficiente para se tornarem nos melhores pais que eu poderia ter tido. Aí eles tiveram o Lucas, meu irmão, e agora terão gémeos, e embora possa parecer ilusão, eles amam a gente cada vez mais, têm sempre amor para dar e nunca me trataram como adotada. Por isso serei incapaz de te entender, porque você nunca me amou, então não me peça pra ter compaixão com você. - falei tudo que estava engasgado e a cara dela era assustadora, ela não esperava nada disto.
- Você é bastante madura Cecília, não esperava ouvir essas palavras de você.
- Eu sei, e agora você pode ver que realmente foi melhor me deixar ser adotada pelo Luan.
- Eu sei que o lugar de mãe nunca será meu, mas você sempre será minha filha, sempre te verei como tal. Só queria que você me deixasse me aproximar de você, te conhecer melhor.
- Você está me pedindo para ser minha amiga? - ela assentiu - E porque eu deveria aceitar isso?
- Porque eu me preocupo com você, me deixa saber como você está, o que você conquistou, me deixa falar com você, eu estou me mudando para São Paulo semana que vem.
- Por minha causa? - indaguei com uma pontinha de esperança que eu fosse o motivo.
- Não, o Leandro arrumou um emprego bom lá e a gente vai para lá. O Juan sabe que você existe, sempre lhe falo de você.
- Não deveria colocar mentiras na cabeça de uma criança.
- Você não está facilitando as coisas Cecília.
- E porque deveria? Não tenho de facilitar nada pra você, está vendo isto aqui? - lhe mostrei o cigarro, o terceiro naquela conversa - Você tem culpa nisto.
- Não entendo como.
- Eu até te explicaria, mas não te devo satisfações. E se você conta a alguém pode ter certeza que não me verá nunca mais na sua vida.
- Eu não vou contar. Agora você está brava comigo e com razão, mas quando se acalmar e pensar no que conversamos espero que possa me visitar para a gente poder se entender minimamente. - apontou um endereço qualquer num papel e me deu. 
- Não prometo nada.
- Não quero que prometas, apenas que ponderes. 
- Tudo bem. Agora eu preciso ir, os avós estão me esperando.
- Certo, você está uma mocinha, já namora? - puxou assunto.
- Isso interessa? - escondi um sorriso e guardei o papel na minha carteira.
- Interessa, e pela sua carinha vejo que sim.
- Não namoro, mas não estou sozinha. - dei de ombros.
- Espero conhecer ele um dia. - nos aproximámos da porta.
- Antes de ir me deixa o tabaco aqui por favor. - pedi com certa vergonha.
- Eu não posso alimentar esse seu vício Cecília.
- Então pode esquecer a visita em São Paulo. - ela me olhou pensativa.
- Ok, pega, mas eu espero que você largue isso, o seu pai irá surtar.
- Já disse que a culpa é sua, ele terá bons motivos para surtar. - pisquei o olho cínica e guardei o tabaco. 


Saímos do quarto e na sala meus avós estavam sentados no sofá apreensivos, enquanto um homem brincava com Juan. Tive a certeza que era Leandro assim que ele me olhou. 


- Cecília. - se levantou e olhou Carolina que sorria pequeno. - Nossa, que menina linda você.
- Meus pais são lindos, tinha de sair a eles. 
- Eu sinto muito por tudo.
- Não, você não sente, nem sabe o que é isso. Só espero que essa criança que você segura não tenha de passar por nada que eu passei. Eu posso escutar a Carolina e até ponderar aceitar a existência dela, mas a sua não. Eu me lembro muito bem das vezes que você brigava comigo, se achando meu pai, mas você nunca o foi e não será agora. - ele assentiu e nem relutou voltando a se sentar cabisbaixo. 
- Minha neta eu não queria que nada disto acontecesse.- vô Pedro se desculpou - Eu falei pra Adrielle que a gente passaria em casa da Carolina para evitar que vocês se vissem, eu não queria que isto acontecesse.
- Não se preocupe avô, eu precisava disso, só peço que fique apenas entre a gente, meus pais não podem nem fazer ideia disto, deixa que eu me resolvo com eles.
- É o mínimo que podemos fazer por você.  
- Mas porque vocês fingem que ela é vossa sobrinha?
- Porque ela é nossa filha única, seria embaraçoso demais as pessoas descobrirem que ela te deixou recém nascida abandonada no hospital. Então as pessoas acham que ela é nossa sobrinha e que nossa filha continua no Brasil.
- Entendi, eu também teria vergonha de ter uma filha que nem ela. - a olhei de soslaio e ela baixou a cabeça. 


Meus avós se despediram de Carolina e de Leandro e seguimos para o teatro, mesmo a avó insistindo que seria melhor ficar em casa. Mas eu precisava me divertir e eles mereciam que eu passasse tempo com eles, era para isso que ali estava. Encontrei Alejandra nos dias seguintes e até saímos para um bar de um primo dela, tinha um ambiente calmo e bem agradável. Mamãe me acordou no dia seguinte me ligando. 


- Bom dia mãe, está tudo bem? Ainda é cedo.
- Eu sei que é cedo, mas é urgente.
- Foi algo com os gémeos? - me sentei preocupada.
- Não, eles estão bem, o problema foi a sua caderneta da escola.
- Como assim?
- Você pegou recuperação em matemática e historia.
- Merda. - grunhi - Eu não esperava isso mãe.
- Imagino, por isso a sua passagem foi adiada para hoje á noite, você terá tempo de estudar e fazer as provas daqui a quatro dias.
- Tudo bem. - me dei por vencida, eu teria de fazer isso de qualquer jeito.
- Eu sei que o final do semestre não foi fácil pra você filha, mas não esperava isto de você, sempre me orgulhei das suas notas e você sempre fez por isso.
- Eu sei mãe, eu prometo que vou recuperar, me desculpa. - me senti culpada, não a queria desiludir e lhe dar sinais de que estaria algo acontecendo. 


Me despedi dela e tomei um banho. Meus avós já sabiam que eu iria voltar hoje e me levaram no aero. Estava de volta, agora era só fazer as provas novamente e depois curtir as férias com a minha família antes de voltar para a escola e para Kauan. Ele iria me entender e até me ajudaria a decidir se devo ou não visitar a Carolina. 





Boaaaa noite ! Luan supôs o reencontro de Carolina com Cecília mas achou que as hipóteses eram nulas. Mas não foi o que aconteceu, mesmo os avós da Ceci tentando evitar isso, foi tarde demais e ela esteve cara a cara com Carolina e com Leandro, e também com Juan. Será que ela vai visitar a Carolina? Será que vai aceitar Juan como irmão? Será que Luan vai descobrir? E Kauan? O que virá aí? Cecília ficou de recuperação, será que isso vai suscitar novamente a desconfiança de Luan? Vish, tanta dúvida né, mas eu juro que irei desvendar tudo isso kkkk Comentem bastante por favoooor. Beijos <3


quinta-feira, 26 de novembro de 2015

Capítulo 110

Estava sendo muito incrível festejar o meu aniversário na piscina, Henrique merecia palmas por essa ideia maravilhosa. Fui pegar um pouco de carne perto do meu avô e levei para junto de Kauan. 


- Filha não me vai apresentar o seu amiguinho?
- Claro mamãe, é o Kauan, é a minha mãe, Maria Clara.
- É um prazer conhecer a senhora.
- Que é isso, prazer é meu, se divirtam. 
- Legal a sua mãe, está grávida né?
- É, de gémeos.
- Nossa, seus pais gostam de fazer filho. - sorri sem graça.
- É, eles gostam de ter filhos sim. - "Infelizmente não me tiveram a mim", pensei. 


Recebi imensos presentes mas como disse nem ligava para isso, o que eu queria era me divertir e por incrível que pareça estava conseguindo. Decidi mergulhar e Kauan me acompanhou. Ele era divertido e tinha um papo legal. Papai estava sempre de olho mas pedi para Kauan não dar nas vistas, não queria brigas com meu pai. 


- Filha vem cá. - ele me chamou. - Não sabia que você ia convidar aquele cara.
- Ele é meu amigo papai.
- Só isso? Não quero você de papinho com ele, se eu sei que vocês andam ou algo do tipo eu juro que te afasto dele.
- Porque você está dizendo isso papai? Nem o conhece, não pode tirar essas conclusões.
- Eu não quero você de conversa com rapazes com apenas 14 anos está me entendendo, você está sob a minha proteção e tem de me obedecer. Estamos entendidos?
- Isso tudo é ciúme? - mamãe chegou abraçando papai por trás.
- Não. - falou birrento e mamãe riu.
- Filha embora o seu pai esteja sendo ciumento ele tem razão, ainda é cedo pra você ficar de rolo.
- Eu entendi mamãe, o Kauan é só meu amigo mesmo.


Voltei pra perto da galera e Lucas estava um grude, onde eu ia ele me seguia, ele e a Gaby. Estava começando a achar que papai que mandou. Finalmente cantei os parabéns e agora tinha de dar um jeito de ficar a sós com Kauan como ele pediu. Com a distração do bolo Lucas e Gaby acabaram largando meu pé. Acabei saindo de fininho com Kauan e fomos para o meu quarto.


- Sabia que você iria conseguir. - me virou para ele e me beijou apertando meu corpo contra o seu. Ele realmente estava me mudando, mas até que eu estava gostando dessa mudança. - Vamos para o banheiro.
- Porquê?
- Porque o que eu tenho deixa cheiro e não seria uma boa se seus pais descobrissem.
- O que você trouxe afinal? - perguntei curiosa assim que fechei a porta do banheiro do meu quarto.
- Um baseado. - me mostrou.
- Mas isso é proibido, como você...
- É ilegal sim, mas se ninguém souber não tem problema. - piscou o olho - Vai querer?
- Eu tenho medo que isso me deixe fora do controle.
- Não precisámos fumar todo. - assenti e ele riu me beijando. Acabou me empurrando contra o móvel e me impulsionou a sentar nele, rodeei minhas pernas em sua cintura e ele me beijava intensamente descendo os beijos para o meu pescoço entrando com uma mão debaixo da minha blusa.




- Kauan... - falei receosa. - Eu...
- Eu sei Ceci, não farei nada que você não queira.
- Obrigada, vamos lá experimentar isso então.
- Claro coisa linda. - acendeu e depois de tragar um pouco me passou, senti logo a diferença daquilo para o cigarro, mas a sensação de alivío era muito maior.
- Você me acha mesmo linda?
- Sinceramente, eu te acho super linda, você tem 14 anos mas já tem um corpo bonito, e eu te acho bem gostosa.
- Você não está dizendo só por dizer né?
- Claro que não.
- Você me acha parecida com meus pais? - fumei mais um pouco e ele me observava enquanto acariciava minha perna.
- Acho, você é gata que nem a sua mãe, além de ter o cabelo e os olhos iguais a ela e você tem muitas manias do seu pai. Vou ligar o chuveiro tá, para o fumo desaparecer. - assenti.
- Você não deveria falar assim da minha mãe, você só tem 17 anos. - rimos, acho que mais pelo efeito do baseado do que da conversa.
- Mas tenho olhos e ela é gostosa sim, seu pai tem sorte. E eu também. - sorri e ele me beijou me roubando o baseado.
- Sabe eu estou gostando de ficar com você mas se a Ashley desconfiar você sabe quem irá sofrer né?
- Não fala nela agora. - me deu um selinho - Você estava me perguntando sobre seus pais, você não tem curiosidade em conhecer os seus pais verdadeiros?
- Eu conheci eles quando era criança, meus pais não gostam deles e eu deveria ter motivo para isso também.
- Mas você não tem né? Porque não os procura, você merece saber quem você é.
- Tenho medo que os meus pais fiquem chateados comigo.
- Mas é um direito seu. Pensa nisso tá. - assenti.
- Acho melhor a gente descer agora, senão vão procurar a gente.
- Quer um conselho, toma um banho, porque você está bem doida. - rimos - E este aqui. - apontou para outro baseado que ele tinha no bolso -  É pra você, quando quiser se lembrar deste momento.
- Com certeza irei me lembrar. - me levantei e ele me beijou subindo a minha blusa, deixei que ele a tirasse e senti ele marcar o meu colo.
- Agora irá se lembrar sem dúvida. - mordeu o meu lábio e me empurrou para debaixo do chuveiro.
- Seu doido, estou com roupa ainda. - ri.
- Tira ela e toma um banho. Seus olhos estão vermelhos, trata de arrumar uma desculpa boa para isso. - me beijou pela última vez e saiu.


Terminei meu banho e vesti uma roupa simples. Realmente meus olhos estavam vermelhos e bem denunciantes. Guardei o baseado e passei um pó na cara. Vi o presente da mamãe ali em cima da cama e a curiosidade foi maior, decidi abrir. A caixa era bem delicada e dei de caras com vários presentes, um vestido rosa, azul e branco, lindo, uns brincos de ouro branco e uns sapatos com um salto pequeno. Junto estava um papel.


"O tempo passa rápido e eu quero marcar todas as fases importantes da sua vida. Estes presentes são para momentos especiais. Você está se tornando numa linda mulher filha. Te amo muito"


Vendo aquelas palavras eu me sentia verdadeiramente filha dela, mas eu sabia que não era verdade e Ashley me fazia lembrar disso a toda a hora. Eu precisava pelo menos tentar saber mais sobre quem eu era. Só não sabia como, mas iria descobrir. O meu celular tocou e vi que era o avô Pedro.


- Parabéns minha pequenina.
- Obrigada avô, queria que vocês viessem.
- Não deu minha neta, mas tenho a certeza que você se divertiu né?
- Muito. - segurei o sorriso lembrando de Kauan - Vô será que me podia fazer um favor?
- Claro.
- Você pode ligar para meu pai e convencê-lo a me deixar passar uns dias na Argentina com vocês?
- Sério que você quer vir pra cá?
- Quero muito, vocês fazem isso por mim?
- Vamos tentar princesinha. - Avó Adrielle falou.
- Obrigada mesmo.
- Seu presente deve chegar por estes dias.- falamos mais um pouco e depois desci.


Na hora que cheguei na sala mamãe vinha da piscina com alguns colegas meus. Levei-os á porta e me despedi deles. Na área externa só estava alguns familiares e Henrique.


- Onde você estava?
- Fui tomar um banho.
- O Kauan já foi embora?
- Já. Você está gostando da festa?
- Muito, foi divertida.
- Ceci vem comer, você só petiscou. - papai chamou e obedeci.
- Me serve então papai. - ele me serviu um prato cheio de comida e a fome apareceu, deveria ser os efeitos do baseado.
- Cecília olha pra mim. - o olhei e ele encarou meus olhos estranho. - Você andou chorando?
- É, me emocionei.
- Com o quê bobinha?
- Com as pessoas celebrando comigo e por ter vocês na minha vida.
- Nossa filha. - papai riu e beijou minha cabeça - Eu que tenho sorte de ter você, a melhor coisa que eu fiz na vida. - sorriu grande e lhe retribuí.



 (...)



- Onde você vai Cecília? - Henrique me perguntou assim que entrámos no intervalo.
- Vou a... eu já volto.
- Mas...


Saí correndo e me encontrei com Kauan no mesmo lugar de sempre. Ele logo me abraçou me beijando. As férias estavam chegando e eu só pensava em como iria ficar a nossa "relação".


- Não se preocupa, a gente vai dar um jeito, nem que a gente se fale pelo celular e pelo skype.
- É, até porque eu tenho as férias com a minha família. - traguei o cigarro.
- E sobre aquele assunto você já pensou?
- Falei com os meus avós da Argentina, eles vão convencer meu pai a me deixar passar uns tempos com eles, aí eu tento procurar algo.
- Faz bem. Você topa faltar á próxima aula?
- Não posso Kauan, meu pai me mata e tenho de andar na linha com ele.
- É só uma aula.
- Mas ele me colocou de castigo naquela vez por causa da palestra, imagina se fosse aula.
- Tudo bem, desta vez eu não te sequestro, mas vem cá vem, vamos aproveitar pelos dias que não nos veremos. - me puxou para o seu colo me beijando.



DUAS SEMANAS DEPOIS... 



Clara On: 


- Mamãe faz aquele doce que eu amo por favor? - pedi entrando na cozinha enquanto ela e minha sogra preparavam alguns doces de Natal.
- Faço filha, é desejo?
- É. - rimos - Estou ansiosa para que eles mexam sabe? Um já á maravilhoso, imagina dois ao mesmo tempo.
- Já tem nomes?
- O Lucas escolheu Bernardo, a Ceci ficou de pensar no da menina.
- Estão falando de mim? - apareceu na cozinha com Gaby.
- Estamos filha, sobre o nome da sua irmã.
- Ah, sobre isso eu já escolhi, ou pelo menos acho.
- Vai chamar teu pai para ele ouvir também.


Ela voltou uns minutos depois e assim que Luan entrou botou o olho nas diversas gostosuras que tinha ali. Sempre gulosinho esse meu marido.


- Amor eu te chamei pra falar não pra ficar namorando os doces.
- Não tem como não olhar, só esse cheiro me deixa com fome. - riu.
- Sua filha já tem um nome para a menina.
- Sério? E aí filha? - falou animado.
- Luara, junção de Luan e Clara.
- Você está falando a sério ou está zoando? - Luan indagou feito bobo.
- Sério, porquê?
- É que não tinha pensando nisso. Mas eu gostei.
- Também gostei. - dei o meu parecer.
- Então teremos em breve a Luara e o Bernardo.
- Isso sogra. - afirmei.


Cecília pegou num bolinho e Luan foi atrás. Tal pai, tal filha. Por falar na Cecília, ela tinha melhorado, desde que entrou de férias que estava mais animadinha, e até comia com mais apetite, talvez fosse mesmo o cansaço da escola. Até a levamos no médico e os resultados foram agradáveis, ela tinha aumentado o peso e isso me tranquilizava bastante.
Subi com Lucas e comecei a nos arrumar para a ceia de Natal. Luan surgiu um tempo depois e terminou Lucas pra mim enquanto me fui arrumar. Cecília apareceu depois e vi como estava linda com as prendas que lhe dei no aniversário. E estávamos todos prontos para descer.





- Vou nem comentar nada sobre esses saltos altos Maria Clara. - Luan falou me olhando feio.
- Estou em casa amor, vou passar a noite quase toda sentada, não tem problema.
- Se não tem problema deveria usar chinelo, já que está em casa.
- Eu vou acabando me descalçando, por isso me deixa. - lhe dei língua e descemos. 


(...)


- Nora a Cecília está namorando? 
- Acho que não Amarildo.
- Ela não sai daquele celular. - observou e a olhei vendo que era verdade, assim que terminámos de comer ela se sentou num dos sofás e só mexia no celular enquanto Luan fazia a alegria da família cantando. 
- Deve estar falando com algum amiguinho.
- Ela parece bem melhor, o Luan andou aí uns tempos preocupado, estava capaz de arrancar os cabelos.
- É, foram dias difíceis mas ela já está melhorzinha. - sorri. 
- E se ela estiver de namorico o Luan vai voltar a ter dias difíceis, ele nunca foi muito ciumento, mas com a Ceci é uma coisa louca.
- É, ele teve uma boa professora sogro. - ri sem graça.
- Você só cuida do que é seu e ainda assim aguentou muito. 


Distribuímos os presentes e a festa durou até bem tarde. Lucas já dormia em meu colo e pedi a Hugo que me ajudasse a subir com ele. 


- Como a nossa vida mudou Larica, estamos casados e com filhos.
- Demais, e o mais importante é que continuámos grudados como sempre, meu herói. - o abracei de lado.
- Vamos descer que a minha menina também já deve ter pego no sono e a Bruna também não a pode carregar. 


Saímos do quarto e com Bruna vinha Luan segurando Gaby. Acabámos por rir da troca. E Luan avisou que a festinha já tinha terminado. Cecília subiu logo atrás com os saltos na mão.


- Eita filha, não aguentou? - brinquei.
- Ainda tenho de me habituar mamãe, mas gostei, me senti mais mulherzinha.
- Porque você está se tornando numa.
- Ainda falta muito pra isso amor. - Luan fez birra - Não fala isso que eu começo a sentir o meu coração bater rápido demais, ela sempre será a minha menininha, não será mulherzinha nenhuma.
- Posso ser as duas coisas papai. - o abraçou e Luan a olhou com ternura. 


(...)


- Filha seu pai falou que seus avós da Argentina ligaram, você está querendo ir lá uns dias?
- Estou mamãe, só pra matar a saudade e conhecer o país onde eles moram, afinal eles também são meus avós e nunca me abandonaram. - Ao contrário dos teus pais, pensei pra mim.
- Seu pai está com algum receio depois do que aconteceu.
- Não tem porque estar mamãe, eu já melhorei e já estou descansada o suficiente. 
- Eu sei, você irá.
- Obrigada. - me abraçou. 


Seguimos para o palco onde Luan se apresentaria daqui a pouco. Comemoramos a Virada lá e foi incrível, todos os anos eram, Luan sempre chamava a mim e aos filhos para ficar com ele no palco enquanto a galera fazia a contagem regressiva e assistia aos fogos. 



Cecília On: 


Finalmente chegou o dia, iria para a Argentina durante uma semana e meia e depois regressava para a nossa viagem de férias para Cabo Verde. Meu pai me levou no aero já que ele também viajaria dali a alguns minutos e nos despedimos seguindo cada um para um lado. Conversei com Kauan sempre desde que entrei de férias e estava sentindo imensa saudade dele e das nossas pequenas loucuras. Mas em algo eu já tirei vantagem, meus pais já me viam novamente como antes, uma menina ajuizada e saudável, mas no fundo eu não estava nada assim, todos os dias a imagem da Ashley me ameaçando e me machucando passavam pela minha mente, só o Kauan me fazia esquecer falando coisas engraçadas e algumas ousadas.  

Em algumas horas cheguei na Argentina e meus avós me receberam, era a minha primeira vez lá e eu esperava que fosse inesquecível. 




Olá amores! Cecília anda seguindo uns caminhos um tanto quanto estranhos e perigosos, e está se deixando levar pelo Kauan. Acham que ele faz de propósito ou é coisa de adolescentes? Cecília está super na dele e quando Luan descobrir a casa vai cair :| E essas ideias que ele lhe deu, ela aceitou e está na Argentina pronta para descobrir sobre os seus pais biológicos. Será que vai causar um enorme drama familiar? E quando ela voltar? Será que o bullying da Ashley vai continuar e a Ceci vai voltar a vacilar? Comentem por favor :) e obrigada pelos comentários anteriores, está me dando bastante gosto escrever esta fase. Beijos enormes <3




Capítulo 109

Velei o sono de Maria Clara depois de a acalmar, ela não podia ter essas preocupações, mesmo sendo mãe, ela tinha uma gravidez um tanto quanto de risco. Eu não estava conseguindo dormir. Não conseguia entender o que fiz de errado para Cecília estar passando por problemas, seja eles quais forem. Adormeci em meio a pensamentos e acordei morto de sono com Lucas me chamando.


- Que foi filho?
- Acorda papai, a mamãe mandou vir chamar o senhor, está na hora.
- Mas já? - olhei o celular e realmente estava na hora de me arrumar para levar as crianças na escola.
- Já papai, se levanta, bora. - afastou a coberta de cima de mim e ri com a pressa dele.


Descemos e vi as minhas duas meninas na mesa comendo. Clara observava atenta Cecília enquanto ela comia devagar, devagar até demais. Dei um beijo nas duas e me sentei me servindo.


- Nossa, esse bolo é de chocolate? - indaguei.
- É, me dá seu prato amor. - Clara me pediu e lhe dei.
- Não quer filha? Você ama bolo de chocolate da Cida. - tentei saber até onde poderia ir o distúrbio dela, se ela iria negar.
- Posso comer um pouco, mas não quero muito não, já comi uma fatia de pão.
- Só um pouco? Tenho certeza que vai comer mais, não tem como resistir a bolo de chocolate da Cida. - ri fraco e ela sorriu pequeno se servindo de uma fatia.


A levei na escola e assim que ela saiu fiquei esperando ela entrar até dar conta que ela deixou o celular caído no banco, era importante ela andar com ele para emergências e decidi ir atrás dela. Me identifiquei na portaria e fui entrando no edifício, de longe a vi conversando com umas meninas, acho que uma delas era aquela tal de Ashley. Me aproximei e Cecília me olhou assustada.


- Bom dia meninas.
- Ah, oi senhor Luan, bom dia.
- Papai, aconteceu algo?
- Você esqueceu o seu celular. Está tudo bem filha? - a olhei vendo que todas as meninas olhavam a gente.
- Está sim, obrigada.
- Seu Luan por aqui. - Henrique apareceu como sempre simpático.
- Oh cara e aí. - o cumprimentei. - Vim trazer o celular desta menina esquecida. - brinquei e ele riu negando. - Vê se vai lá em casa, ainda tenho que me vingar do último jogo que você me ganhou. Tá ouvindo filha, qualquer dia leva o Henrique lá em casa.
- Pode deixar, eu irei sim seu Luan. Vamos pra aula Ceci? - ela assentiu e me deu um beijo no rosto antes de sair apressada.
- Sua filha é muito especial né? - Ashley perguntou.
- É, demais.
- O fato de ser adotada também torna isso assim, ela merece mais atenção.
- O que você quer dizer com isso? Ela não é tratada diferente por isso, sempre foi tratada igual.
- Claro, não quis dizer isso, mas ela é bem querida pelas pessoas, ela parece saber agradecer pela oportunidade que você lhe deu. - assenti sorrindo pequeno e logo me despedi.


Voltei pra casa e Clara estava na sala vendo algo no computador. Me sentei ao seu lado e ela procurava ideias para uma festa da piscina, pelo que percebi Cecília queria uma assim. Ficámos os dois em casa de manhã aproveitando e namorando muito. Fui pegar Lucas e Ceci na escola.


- Posso almoçar no quarto, eu quero adiantar um trabalho. - Cecília pediu e Clara me olhou imediatamente.
- Não filha, come aqui, depois você faz o trabalho, uma coisa de cada vez. Até porque mais logo temos a apresentação e você precisa se alimentar com calma. - ela assentiu e foi lavar as mãos.
- Você vai falar com ela depois né Lu?
- Vou Clarinha, pode ficar tranquila. - beijei a sua testa.


No almoço Ceci comeu normal e isso me intrigava, porque se ela estava abaixo do peso por emagrecer rapidamente, ela deveria rejeitar a comida, mas não, ela comia normal, embora demorasse e comesse menos que o habitual, mas estava comendo.



(...)



Eu cantaria ao mesmo tempo que o grupo dançava, o auditório estava cheio, e vi muitas fãs minhas ali prestigiando tanto a mim, como a Cecília. A apresentação foi incrível e claro que a gravidinha mais linda se emocionou. Meus pais, minha sogra, minha irmã, Bia, Felipe, Marcos e Rita foram lá a casa jantar com a gente.


- Afilhada é já daqui a pouco o seu aniversário. - Bia puxou assunto enquanto comíamos.
- É madrinha.
- Quero passar um dia com você, pra gente comemorar, vamos ás compras, no cinema, fazer muita coisa de mulherzinha.
- Espero que esse convite me tenha incluída. - Clara fez graça.
- Claro que não, é saída de dinda e afilhada.
- Nossa Bia, obrigadinha. - fez beicinho e rimos.
- A gente vai depois.
- E as férias onde serão? - Minha irmã perguntou.
- Ainda bem que você lembrou, tenho de tratar isso com a agência, mas todo o mundo daqui vai né? - todos assentiram - Vou tratar disso e depois informo.
- O Natal este ano será em Campo Grande né filha? - D. Giovanna perguntou, desde que seu Carlos faleceu que a gente comemora um ano na chácara e outro em Campo Grande, foi pedido dele no testamento e a gente só tinha de respeitar. A casa de Clara em CG era enorme e a minha família e a dele nos reuníamos lá, era gostoso também.
- É mãe, e a Virada será em Salvador na praia, o Luan tem show lá.
- Que delicinha. - Hugo falou nos fazendo rir - A gente até pode ir uns dias antes ou ficar uns depois depois para aproveitar.


Assim que combinámos as coisas, Cecília pediu para subir, ela estava cansada e lhe dei autorização para ir. Seria indelicado sair da mesa logo em seguida, mas após uns minutos me levantei com a desculpa que precisava fazer algo. Já era tarde e logo mais todos iriam embora também. Subi devagar dando tempo da Cecília se arrumar para dormir e bati na porta do eu quarto ouvindo um baixo "Pode entrar".


- Filha. - coloquei a cabeça para dentro e ela estava arrumando a mochila da escola. - Preciso falar com você.
- Tudo bem. - se sentou na cama e se cobriu. Me sentei ao seu lado e a olhei procurando as palavras certas para começar.
- Você algum dia andou lutando na escola? - perguntei receoso e ela me olhou assustada.
- Não pai, nunca briguei. - peguei em seus braços e subi a manga vendo marcas roxas neles.
- Então me explica isto?
- Já falei que foi no móvel. A mãe não precisava fazer queixinhas.
- Ela não fez, ela apenas está preocupada com você, assim como eu.
- Não há motivos, fui contra o móvel e ficou assim.
- E como você explica o seu peso insuficiente? - ela me olhou confusa - É, o médico disse que você perdeu peso rápido demais, e pelo que sei você pedia muitas vezes pra comer aqui, você realmente comia?
- Claro que comia papai, se perdi peso foi porque estou crescendo, sei lá.
- Você jura pra mim que comia sempre? - a olhei e ela desviou o olhar. Resolvi me levantar e fui ao banheiro dela, assim que abri o caixote do lixo pude ver restos de comida ali.
- Pai, isso é só sobras, eu comia sempre, eu juro. - implorou para que eu acreditasse.
- O que está acontecendo com você filha? Você de umas semanas para cá tem mudado tanto, o que está acontecendo? - supliquei voltando para o quarto.
- Eu apenas estou cansada, só isso, a escola me cansa demais e depois tenho a academia de dança, só isso, mas eu vou melhorar.
- Filha você sabe que se precisar de algo a gente está disposto a te ajudar, eu faço tudo por você filha.
- Eu sei papai, eu sei.
- Se abre comigo, desabafa comigo filha, sou seu pai.
- Fica tranquilo, as férias estão chegando e eu vou dar uma descansada boa. - sorriu pequeno.
- Tudo bem, eu não vou insistir mais, se eu notar diferenças pode acreditar que não terei uma conversa amigável com você.
- Já percebi pai.
- Fica bem. - beijei a sua testa e saí.


Clara já estava no quarto pois a porta estava entreaberta. Entrei e ela estava sentada me esperando. Lhe contei a conversa e tentei mantê-la tranquila. A minha atenção sobre a minha filha iria redobrar a partir de agora.



(...)



Cecília On: 


A minha vida era um saco. Ir para a escola estava se tornando insuportável. Mesmo que eu tentasse fugir dos lugares onde a Ashley estava, ela me descobria e eu me sentia um lixo quando ela me chamava de "adotada". O que me acalmava eram as férias, eu iria me livrar dela por um tempo. Agora só não posso vacilar porque meu pai já está desconfiando e eu não sei como lhe contar tudo que anda acontecendo. Papai me deixou na escola e assim que entrei Henrique sorriu para mim. O abracei forte e seguimos para a aula.


- Rique me ajuda a distribuir os convites da minha festa? Minha mãe me eu hoje de manhã. - lhe pedi no intervalo.
- Claro que ajudo, me dá aí alguns. - lhe dei metade dos que tinha e guardei um. - Esse é pra quem? - indagou curioso.
- Para o Kauan, ele tem sido legal, acho que ele vai gostar.
- Hum, você tem conversado muito com ele né.
- É, ele é boa pessoa.
- Só toma cuidado, ele é mais velho e costuma estar metido em problemas.
- Não se preocupa. - fui distribuir os convites pela galera da minha turma e vi que ainda tinha tempo, decidi ir no bar comprar algo para comer. Mesmo sem fome, mas se eu não tivesse melhoras papai brigaria comigo.


Estava voltando para a sala enquanto comia o misto quente quando novamente me empurraram. Nem precisava pensar muito para saber quem era. O meu pão foi parar no chão.


- Oh, caiu o seu pãozinho adotada, mas pode pegar e voltar a comer. Aposto que na associação que você morava também comia coisas assim né? - riu - Ninguém deve gostar de você mesmo, foi abandonada pelos pais e mesmo sendo adotada tem um pai que viaja mais do que fica em casa.
- Cala a boca. - grunhi e senti a dor em minhas mãos que estavam apertadas para não lhe ir á cara.
- Não calo. - sorriu cínica - Já viram meninas, que abusada, pensa que por ser filha do maior gatão do sertanejo pode falar assim comigo. Mas você se engana, porque ele não é seu pai, então você não tem esse direito. - levantei minha mão.
- Cecília. - Henrique veio correndo para o meu lado - O que está acontecendo?
- Nada, até depois adotada.
- Ashley pára com isso, se eu te vejo mais alguma vez ameaçando a Cecília você está ferrada comigo.
- Não tenho medo de você moleque. - debochou e saiu.
- Abaixa essa mão Cecília. - só fui reparar que a mantinha no ar quando ele me alertou. - Você não pode continuar assim, ela está te tratando mal. Porque você não vai na coordenação, não fala com seus pais?!
- Eu não vou contar pra ninguém, ela não vai me fazer mais nada.
- Você sempre fala isso e depois acontece coisas destas. Você tem de contar para os seus pais.
- Não vou contar nem ninguém vai contar, está me ouvindo Henrique?
- Eu só quero a minha melhor amiga de volta, você tem estado distraída demais, agora está agressiva, Cecília você não pode continuar assim.
- Me deixa, se eu sei que você abriu a boca eu juro que não falo mais pra você. - o avisei e saí apressada pois o sinal tinha tocado.


Henrique chegou atrasado e se sentou longe de mim. No último intervalo aproveitei para procurar Kauan, mas não demorou muito, ele estava no fundo da escola no meio daquele jardim  meio abandonado.


- Oi princesita. - me cumprimentou.
- Oi Kauan, te trouxe o convite da minha festa.
- Pode apostar que irei. O que você quer de presente?
- Nada, não ligo muito a isso.
- Mas eu quero te dar e até já sei o que será.
- Sério? Rápido você.
- Se quiser te dou uma amostra agora. - me olhou com um sorrisinho brincando em seus lábios. -Quer ver? - dei de ombros e quando menos percebi ele me beijava enquanto a sua mão apertava firme minha cintura, ele parou o beijo na metade - Eu disse que era só uma amostra. - piscou o olho e sorri de canto.




- Belo forma de me mostrar as coisas.-  ele riu do que eu falei.
- Vem, senta aqui. Você parece meio tensa.
- A vaca da sua amiguinha é a culpada.
- Você não pode demonstrar medo, isso só a atiça a continuar.
- Eu não tenho medo do que ela possa fazer, apenas tenho medo do que ela fala.
- Ela vai parar. - tirou o seu maço de tabaco do bolso e o observei. - Quer? - pela primeira vez ponderei, em outras vezes eu negaria rapidamente mas agora eu estava pouco me lixando. Assenti e ele me deu um.
- Mas tem que me ensinar.
- Com o maior prazer, só que se quiser continuar traz o seu perfume, porque normalmente impregna um pouco na roupa.
- Tudo bem, tudo que não preciso é que os meus pais me encham o saco por causa disso.


Ficámos alguns minutos fumando, rindo e nos beijando. Ele estava me mostrava algo que me aliviava e me fazia fugir um pouco da pressão que estava sentindo ultimamente. Voltámos pra sala e ele me avisou que poderíamos fazer aquilo todos os intervalos. Não sei se estaria fazendo a escolha certa mas naquele momento me pareceu o mais acertado.


(...)


Finalmente chegou o dia do meu aniversário. Nesta semana que passou fiquei sempre com Kauan e por incrível que pareça só vi Ashley duas vezes, mas mesmo assim foi o suficiente para ficar com mais duas marcas roxas. Mas quando estava com Kauan eu esquecia tudo, ele estava me fazendo bem e mostrando que eu poderia ficar bem.


- Mãe posso faltar na escola hoje? - pedi enquanto tomava o café da manhã.
- Fala com o seu pai, por mim tudo bem.
- Por mim também. - papai deu de ombros e sorri agradecida, ele não tinha implicado mais comigo e eu também tentava fazer o máximo para ele não perceber nada.


Minha madrinha me ligou me dando parabéns e como eu estava faltando na escola ela me convenceu a fazer o dia de mulherzinha hoje mesmo até antes da festa. Aceitei, seria bom relaxar.


(...)


Estava terminando de me arrumar quando mamãe entrou no quarto sorrindo. Ela estava linda com aquela barriguinha de quase 4 meses. Trazia em mãos uma caixinha.


- Quero que você abra mais logo tá bom? Meu presente pra você.
- Combinado mamãe, obrigada. - a abracei.
- Termina aí que as pessoas já já chegam.
- Papai já está no churrasco.
- Começou há pouco, cê sabe como ele adora. - ri assentindo.


Penteei meu cabelo e dei uma voltinha conferindo se estava perfeito. Papai tinha mandado mudar a água da piscina e eu esperava que a festa fosse um sucesso.




Desci e a campainha tocou, minha família já tinha chegado. Só poderiam ser os amigos dos meus pais ou os meus amigos. Fui abrir e dei de cara com Henrique sorrindo pequeno. O puxei para dentro e lhe dei um abraço.


- Você está chateado comigo ainda? - questionei num sussurro.
- Não, não consigo, você é minha melhor amiga, não consigo ficar de birra com você.
- Obrigada e desculpa.
- Nada não, só não se afasta mais de mim.
- Prometo que não.
- Toma seu presente. - me deu um saquinho e abri dando de cara com uma pulseirinha delicada com vários pingentes significativos.
- Obrigada Rique. - o abracei mais uma vez e fomos interrompidos por alguém pigarreando. - Kauan. - abri um sorriso e fui abraçá-lo.
- Que moça bonita. - me elogiou - Dá uma voltinha pra mim, dá. - me fez ficar sem graça. - Vem cá. - me puxou pela nuca e colou nossos lábios.
- Kauan, aqui não por favor.
- Desculpa. - riu e cumprimentou Henrique.
- Vocês namoram? - ele perguntou e vi em seu olhar alguma mágoa.
- Não, estamos nos conhecendo apenas. - expliquei - Meu pai está na churrasqueira Rique, ele vai gostar de te ver, eu já vou lá.
- Cecília mais tarde quero ficar a sós com você. - Kauan me sussurrou.
- Não vai dar, meu pai não me deixa sair com apenas 14 anos. - ele riu.
- Não precisámos sair, você só tem de dar um jeito de sumir um pouco comigo aqui mesmo, eu sei que você consegue.
- Mas porquê isso?
- Tenho o seu presente pra te dar gatinha.
- Eu vou tentar. - a campainha tocou novamente e um grupo enorme de colegas da minha turma estava ali, parece que combinaram todos de chegarem juntos.


Com a maioria dos convidados presentes fomos para a área externa onde a música tocava e algumas pessoas se atreviam a mergulhar. O dia estava maravilhoso. Vi meu pai conversar com Henrique e assim que me viu com Kauan semicerrou o olhar me olhando estranho. Sabia que mais tarde iria ouvir sermão. 



Amores fico super feliz que vocês estejam gostando desta fase da Ceci, em que ela narra e passa por problemas reais. Espero continuar a corresponder ás vossas expectativas. Obrigada de coração. 

Falando do capítulo: Cecília surpreendeu em aceitar comer o que baralhou um pouco o que Luan e Clara pensavam que era. Contudo Luan conversou com ela e ficou sabendo o mesmo, Cecília está guardando muita coisa para ela. Luan achou estranho a conversa da Ashley mas não desconfiou de nada. E essa virada da Ceci? Ela está ficando com o Kauan e a sacumbir ao vício. Até que ponto isso pode ser perigoso? Será que vai ser descoberta? Será que ela vai conseguir melhorar o estado médico? A festa de aniversário chegou, o que será que o Kauan quer com ela? Façam as suas apostas e comentem imensooooooooo ! kkkkkkkkk Beijos enormes <3